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Expondo o evangelho de Marcos – Capitulo 02
Jesus tornou-se uma pessoa “popular”, pois as pessoas queriam estar com ele e assistir a seus milagres. Infelizmente, a maioria delas ficava tão encantada com seus milagres que ignorava sua mensagem.
Marcos menciona muitas vezes as grandes multidões que seguiam Jesus (2:2,13; 3:7-9,20,32; 4:1,36; 5:31; 7:33; 8:1-2; 9:14,17).
Algumas vezes, a popularidade de nosso Senhor atraiu a atenção dos líderes religiososjudeus, e isso trouxe discórdias e discussões. Marcos descreve quatro dessas divergências.
I. Discórdia sobre o perdão (leia 2:1-12)
A “casa” podia muito bem ser a de Pedro, pois toda a cidade sabia onde ficava (1:29-32). Foi fácil para os quatro amigos fazerem um buraco no telhado, pois esse era feito de sarrafo, telha e grama, e os homens teriam acesso ao telhado pondo uma escada do lado de fora. Temos de elogiá-los pelo amor ao amigo, pela preocupação em levá-lo até Jesus e pela fé que tinham de que o Senhor curaria o amigo (v. 5). É provável que os escribas tivessem chegado mais cedo, pois estão perto de Jesus o suficiente para ver tudo que acontecia e ouvir o que disse (v. 6).
Claro, era muito fácil para Jesus dizer: “Os teus pecados estão perdoados”, pois ninguém podia provar se, na verdade, os pecados do homem estavam perdoados ou não. Assim, Cristo endossou sua palavra de perdão com uma de cura, e o homem voltou inteiro para casa.
Os escribas sabiam que Jesus estava afirmando ser Deus, e isso deu início à oposição deles à mensagem e ao ministério dele, oposição essa que, no final, levou à prisão e crucificação de Cristo.
II. Discórdia sobre as amizades (leia 2:13-17)
O chamado de Levi (Mateus significa “o dom de Deus”) chocou os líderes religiosos oficiais, pois que rabi querería um coletor de impostos como discípulo? Os judeus que trabalhavam para os romanos eram vistos como traidores de Deus e de Israel, contudo Jesus acolhia-os e dava-lhes vida nova (Lc 15:1-2). Todavia, Cristo ia mais longe ainda e se confraternizava com Mateus e seus amigos “pecadores”! (No versículo 15, os “pecadores” s
ão os judeus que não guardam a Lei e vivem como os gentios. Para os judeus religiosos, eles eram proscritos.) Jesus vê os pecadores como pessoas doentes que precisam de médico, e ele é o Médico (SI 107:20).
III. Discórdia sobre o jejum (leia 2:18-22)
Jesus responde às perguntas a respeito de seus convidados e, agora, tem de defender a refeição! Naquela época, fazer uma refeição com uma pessoa na Páscoa significava selar laços solenes de amizade. Como Jesus e seus discípulos podiam desfrutar uma refeição quando outros religiosos jejuavam? (Na verdade, o único jejum obrigatório para os judeus era no Dia da Expiação; veja Lv 1 6.) Jesus comparara- se a um médico; agora, ele se retrata como um Noivo (Jo 3:29; Ef 5:32). A vida cristã é uma celebração, não um funeral!
Agora que Jesus não está mais na terra, seu povo pode jejuar se quiser (Mt 6:16-18; At 13:2-3; 2 Co 6:5; 11:27). No versículo 20, a expressão “será tirado” é uma alusão à sua morte futura (Is 53:7). Os líderes religiosos queriam que Cristo fizesse concessões e “misturasse” sua mensagem e ministério com o deles, todavia ele recusou- se a fazer isso. Ele não veio para remendar o antigo, mas para trazer o novo.
IV. Discórdia sobre liberdade (leia 2:23-28)
A essa altura, os líderes religiosos vigiavam tudo que Jesus fazia. Eles juntavam evidências que pudessem usar para desacreditá-lo diante do povo e, possivelmente, acusá-lo diante das autoridades.
A tradição judaica dizia que havia 39 atos que não deviam ser praticados aos sábados, entre eles colher grão. Era permitido pegar grão do campo alheio para comer (Dt 23:25), mas não no sábado. Jesus defendeu a si mesmo e aos discípulos referindo-se à experiência de Davi (1Sm 21:1-6) e afirmando que ele era o Senhor do sábado. Isso é o mesmo que afirmar ser Deus!
Mateus, em seu relato (12:1 -8), registra três argumentos apresentados por Jesus: o que Davi fez, o que os sacerdotes têm de fazer e o que o profeta disse (Os 6:6). Como Marcos visava ao leitor gentio, deixou de fora o material a respeito dos sacerdotes e do profeta e focou o que interessaria a seu público alvo — um rei. O pão da proposição era apenas para os sacerdotes (Lv 24:5-9), portanto Davi “quebrou a lei” ao comê-lo e dividi-lo com seus homens. No entanto, a satisfação de uma necessidade humana (fome) é mais importante que a proteção de uma prática religiosa, mesmo uma ordenada por Deus. Mais tarde, Jesus usa essa mesma defesa (3:1-1 5).
Marcos identifica Abiatar como o sumo sacerdote (v. 26), enquanto 1 Samuel 21:1 aponta Aimeleque como sumo sacerdote. Ele era o pai de Abiatar (1Sm 22:20). É possível que pai e filho tivessem o mesmo nome. (Veja 1 Cr 1 8:1 6 e 24:6.) Com certeza, o Filho de Deus não cometeu um erro a respeito de um fato registrado nas Sagradas Escrituras.
Na próxima semana continuaremos.
Fonte: www.josiasmoura.wordpress.com
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