12.10.2014 Estudo EBD. Tema: O pregador da liberdade

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O pregador da liberdade

Galatas 2:1-21

Wendell Phillips disse: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Ele fez esta declaração em 1852, nO contexto da luta antiescravagista norte-americana. Podemos utilizar esta frase no contexto espiritual hoje. Jesus conquistou para os seus eleitos a verdadeira e plena liberdade: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres (Jo 8.31-32 e 36). Esta liberdade, porém, é sempre ameaçada pelo legalismo de falsos moralistas, pela libertinagem de pessoas mundanas, por tradições e invencionices humanas e por carismáticos manipuladores.

Paulo foi o paladino da liberdade cristã. Ele enfrentou os judaizantes que tentavam fazer do cristianismo apenas uma seita do judaísmo. Ele foi atacado pelos falsos mestres quanto à originalidade do seu apostolado e de pregar um evangelho diferente daquele que era pregado pelos apóstolos de Jesus.

No capítulo dois, Paulo fala da sua luta para defender o evangelho da liberdade. Ele relata as suas estratégias de defesa:

1.       Ele Busca o Apoio das Autoridades Espirituais – Gl 2.1-10

Paulo relata: Catorze anos depois, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também a Tito. Subi em obediência a uma revelação; e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios, mas em particular aos que pareciam de maior influência, para, de algum modo, não correr ou ter corrido em vão (Gl. 2.1,2). Três observações nestes versos: (1) Paulo vai a Jerusalém em obediência a Deus, após receber uma revelação. (2) Ele vai a Jerusalém expor para os apóstolos o evangelho que ele pregava aos gentios, com o objetivo de provar que o seu evangelho era o mesmo pregado oficialmente pela igreja de Jerusalém. (3) Ele vai a Jerusalém buscar o aval dos apóstolos para que o seu trabalho não caísse em descrédito.

Paulo vai a Jerusalém na companhia de Barnabé e Tito. Ali, ele resiste à pressão dos falsos irmãos judaizan-tes, e não circuncida a Tito, que era um grego convertido àfé. Paulo não permite que o evangelho da salvação pela graça fosse substituído pelo evangelho da graça mais as obras da lei (Gl 2.3-6).

Quais foram os resultados do encontro de Paulo com os apóstolos em Jerusalém?

Eles nada acrescentaram, isto é, reconheceram que o evangelho que Paulo pregava era o mesmo deles (Gl 2.6). Os apóstolos nada impuseram a Paulo quanto ao estabelecimento de regras judaicas para os cristãos gentios. Posteriormente, o concilio de Jerusalém solicitou aos convertidos do paganismo que evitassem a carne sacrificada aos ídolos ou a carne de animais estrangulados ou sangue e relações sexuais ilícitas (At 15.19-21; Lv 17.10-14 e 19.26).

Eles estenderam a destra de comunhão para Paulo, isto é, reconheceram o seu apostolado (Gl 2.7-9). Tiago, Pedro e João tomaram a iniciativa de reconhecer o trabalho missionário de Paulo e Barnabé. A destra de comunhão foi um aperto de mãos entre eles, sinalizando mútuo acordo e reconhecimento da vocação e do trabalho.

Eles dividiram o campo de trabalho entre si. A última parte do verso nove diz: a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão (Gl 2.9). Cinco homens de Deus fizeram um pacto de união e distribuição do campo de trabalho. Paulo e Barnabé foram pastores em Antioquia (At 11.25,26) e lá foram separados pelo Espírito Santo para a evangelização e plantação de igrejas entre os gentios (At 13.1-4). Tiago, Pedro e João se dedicariam ao trabalho entre os judeus.

Eles pediram a Paulo que se lembrasse dos crentes pobres (Gl 2.10). Os irmãos da Judeia estavam passando necessidades por causa de uma grande fome que assolava a região. Paulo mobilizou as novas igrejas gentias para ofertar dinheiro para os crentes necessitados (At 24.17; 1Co 16.1-3; 2Co 8.1-24). Ajudar aos irmãos pobres é um mandamento da lei de Deus (Êx 23.10,11; 30.15; Lv 19.10; Dt 15.7-11), uma das principais mensagens dos profetas (Jr 22.16; Dn 4.27; Am 2.6,7) e um dos ensinamentos de Jesus (Mt 7.12; Lc 6.36,38). Leia: Gl 6.9,10.

 

2.       Ele Confronta os Dissimuladores – Gl 2.11-14

William Barclay apresenta três características de Paulo: Ele tratava a autoridade espiritual com o devido respeito; ele não se deixava intimidar diante das pessoas importantes; e ele tinha consciência de sua missão especial que lhe foi dada por Deus.

Quando Pedro visitava a igreja de Antioquia, ele sentava-se à mesa e comia junto com os gentios crentes. Um dia, chegou a Antioquia um grupo de judeus crentes. Pedro, então, com medo dos judeus, afastou-se dos gentios. Paulo, percebendo a hipocrisia de Pedro, o repreendeu cara a cara e publicamente: Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? (Gl 2.14). Este episódio nos ensina três lições: (1) Líderes importantes podem cometer grandes deslizes. (2) Manter a verdade na igreja é mais importante do que manter a paz. (3) Problemas entre irmãos devem ser tratados de forma direta e pessoal.

 

 

3.       Ele Apresenta a Doutrina da Justificação – Gl 2.15-21

Após confrontar Pedro, Paulo apresenta a doutrina da justificação pela fé (Gl 2.16). Esta é a primeira vez que aparece a palavra justificação nesta carta e provavelmente nos escritos de Paulo, pois, Gálatas foi a primeira carta escrita pelo apóstolo.

* O conceito da justificação: É o ato de Deus, Justo Juiz, no qual Ele nos declara perdoados de todos os nossos pecados e nos aceita como justos diante dele (Gl 3.8,11,24; Rm 3.24-30; 5.1,9; Tt 3.7). Trata-se de um ato gratuito, que remove a culpa do pecado e restaura o pecador a todos os direitos como filho de Deus, principalmente, à adoção de filhos e o direito à vida eterna (Jo 1.12; Rm 8.15; Gi 4.5,6).

•O autor da justificação: Deus. Ele é quem declara justo em Jesus o pecador que nele crer. Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? E Deus quem os justifica (Rm 8.33). E um dos atributos de Deus é o amor, que quando exercido em nosso favor se transforma em graça e misericórdia. Pela graça somos justificados.

•A base da justificação: É a obra sacrificial de Jesus Cristo, que satisfez plenamente as exigências da lei de Deus. A justificação é gratuita, mas não é barata. Jesus teve que morrer na cruz, a fim de cumprir a lei e justificar os pecadores (Rm 5.1).

•A apropriação da justificação: A fé é o instrumento pelo qual recebemos a justificação, ou, nos apropriamos de Cristo e da sua justiça (Rm 3.25; 4.3,4). Não se trata de qualquer fé, mas, a fé depositada em Jesus. Paulo declara isso por experiência pessoal: Também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei (GI 2.16).

•O tempo da justificação: A justificação é um ato único e instantâneo no qual Deus absolve o pecador no momento da sua conversão. A justificação também é para sempre, de maneira que uma vez justificado não é possível perder a justificação (Rm 8.1).

•O resultado da justificação: O principal resultado da justificação é uma vida cristã pela fé. O justo viverá pela fé. Paulo fala da sua experiência nos versículos 19 e 20.

A doutrina da justificação pela fé somente, é a mensagem central da carta aos Gálatas. Ela é o fundamento do cristianismo e a única base da salvação do homem. Ela é a doutrina que transforma pecadores em santos, injustos em justos, devedores em perdoados. Ela destrói toda soberba humana. Ela é contrária ao ensino dos judaizantes e dos humanistas que procuram estabelecer a sua própria justiça para Deus (Rm 10.3).

 

 

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