13.09.2015 – EXPONDO O EVANGELHO DE MARCOS – CAPITULO 08

EXPONDO O EVANGELHO DE MARCOS – CAPITULO 08

Decapólis (palavra grega para “dez cidades”) era uma liga de dez ci­dades que funcionavam como um país dentro de outro. Essas cidades tinham exército, sistema judiciário, moeda corrente próprios e desfru­tavam de um alto nível de cultura gentia.

 

Esse capítulo descreve os eventos que aconteceram na região de Decápolis, enquanto Jesus minis­trava para os gentios.

1)  Compaixão (Leia 8:1-9)

Sempre que Jesus via as multidões necessitadas, sentia-se movido pela compaixão e queria ajudá-las (Mt 9:36; 14:14; Mc 6:34). Não deve­mos confundir esse milagre com o relatado em 6:32-44, pois cada um tem suas características próprias:

Marcos 6:32-44

              Cinco mil pessoas, maioria de judeus

              Estavam com Jesus havia um dia (6:35)

              Aconteceu na Galiléia

              Cinco pães e dois peixes

              Doze cestos de sobras (cestos pequenos)

Marcos 8:1-9

              Quatro mil pessoas, maioria de gentios

              Estavam com Jesus havia três dias (8:2)

              Aconteceu perto de Decápolis

              Sete pães e alguns peixes

              Sete cestos de sobras (cestos grandes)

 

É difícil entender por que os Doze ficaram perplexos a respeito de alimentar a multidão, uma vez que Jesus já alimentara uma grande mul­tidão. Contudo, eles, como nós, eram propensos a esquecer todos os bene­fícios que ele lhes fizera (SI 103:1-2)!

Os milagres de Jesus, evidenciavam sua natureza divina e sobrenatural. Ele demonstrava por meio destes sinais que era Deus.

2)  Preocupação (Leia 8:10-21)

Jesus e seus discípulos retornam à Galiléia e encontram-se com os fa­riseus, e estes querem um sinal do céu. A alimentação de 5 mil pessoas não foi um milagre grande o bastan­te para eles, pois Moisés “deu-lhes a comer pão do céu”. (Veja João 6:30- 33.) Mais uma vez, Jesus geme (v. 12; 7:34), e a única resposta dele, de novo, foi deixá-los e embarcar para a margem oriental. Jesus não acredita na fé de pessoas que dependem de sinais e maravilhas (Jo 2:23-25).

 

Jesus faz com que os discípulos partam com tanta pressa que se es­quecem de levar pão, e isso acarreta uma discussão a respeito de quem era culpado desse esquecimento.< span style="font-family:'Segoe UI', sans-serif;">  Jesus usa a discussão a respeito do pão para alertar os discípulos con­tra os falsos mestres. Ele compara os falsos mestres ao fermento: ele é pe­queno, mas poderoso, e cresce com rapidez. Os Doze, como judeus, estavam familiarizados com o sim­bolismo do fermento na Páscoa (Êx 12:18-20), portanto a imagem não era nova para eles. (Veja Mt 16:11; Gl 5:1-9; 1 Co 5.) A hipocrisia é o fermento dos fariseus, e a concessão ao mundo, o de Herodes.

Infelizmente, ainda faltava com­preensão espiritual aos Doze! Eles eram como o surdo que Jesus curara, e o cego que curaria a seguir.

3)  Condenação (Leia 8:22-26)

Esse é o segundo dos dois milagres relatados apenas por Marcos; o outro é o da cura do surdo e gago (7:31-37). Nas duas ocasiões, Jesus afastou a pessoa da multidão; aqui ele a leva para fora da cidade! Por quê? Ele queria evitar publicidade por um motivo: para deixar a ci­dade saber que estava sob o jul­gamento de Deus (Mt 11:21-24). Esse é o único milagre “gradual” que qualquer dos quatro evange­lhos apresenta.

 

De acordo com o registro do evangelho, Jesus curou, pelo me­nos, quatro cegos; e em cada uma dessas curas, a abordagem foi dis­tinta. A atmosfera de descrença da cidade atrapalhava o milagre (6:5)?

4)  Crucificação (Leia 8:27-33)

Embora anteriormente ele tives­se aludido à sua morte (Jo 2:19; 3:14), essa é a primeira vez que Jesus fala abertamente a seus dis­cípulos que ele morrerá e ressusci­tará. (Veja 9:30-32; 10:32-34.) Os Doze, como a maioria dos judeus ortodoxos, criam que seu Messias viria em poder e glória e derro­taria os inimigos deles, não para ser derrotado por seus inimigos. A confissão de fé de Pedro vem do Pai (Mt 16:17), não da tagarelice da multidão; todavia, a confusão de Pedro originou-se no demônio, que não quer que compreendamos a doutrina da cruz. Pedro queria a glória, mas não o sofrimento que leva à glória! Leia as duas epís­tolas de Pedro e veja quanto ele menciona a respeito de sofrimento e de glória.

5)  Consagração (Leia 8:34-38)

Tornamo-nos filhos de Deus ao crer em Cristo e confessá-lo como o Filho do Senhor (1 Jo 4:1-3) que morreu por nós na cruz e ressus­citou (Rm 10:9-10). Tornamo-nos discípulos de Jesus Cristo ao nos entregar totalmente a ele, ao tomar nossa cruz e segui-lo. Se vivemos para nós mesmos, perdemos nossa vida, e ele sente vergonha de nós; contudo, se vivemos para Cristo, salvamos nossa vida e o glorifica­mos (Jo 12:23-28).

O discipulado salva-nos da tragédia de desper­diçar nossa vida. Embora haja so­frimento em tomar a cruz e seguir Jesus, esse sofrimento sempre leva à glória.

 
 

 

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