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ToggleEXPONDO O EVANGELHO DE MARCOS – CAPITULO 08
Decapólis (palavra grega para “dez cidades”) era uma liga de dez cidades que funcionavam como um país dentro de outro. Essas cidades tinham exército, sistema judiciário, moeda corrente próprios e desfrutavam de um alto nível de cultura gentia.
Esse capítulo descreve os eventos que aconteceram na região de Decápolis, enquanto Jesus ministrava para os gentios.
1) Compaixão (Leia 8:1-9)
Sempre que Jesus via as multidões necessitadas, sentia-se movido pela compaixão e queria ajudá-las (Mt 9:36; 14:14; Mc 6:34). Não devemos confundir esse milagre com o relatado em 6:32-44, pois cada um tem suas características próprias:
• Cinco mil pessoas, maioria de judeus
• Estavam com Jesus havia um dia (6:35)
• Aconteceu na Galiléia
• Cinco pães e dois peixes
• Doze cestos de sobras (cestos pequenos)
• Quatro mil pessoas, maioria de gentios
• Estavam com Jesus havia três dias (8:2)
• Aconteceu perto de Decápolis
• Sete pães e alguns peixes
• Sete cestos de sobras (cestos grandes)
É difícil entender por que os Doze ficaram perplexos a respeito de alimentar a multidão, uma vez que Jesus já alimentara uma grande multidão. Contudo, eles, como nós, eram propensos a esquecer todos os benefícios que ele lhes fizera (SI 103:1-2)!
Os milagres de Jesus, evidenciavam sua natureza divina e sobrenatural. Ele demonstrava por meio destes sinais que era Deus.
2) Preocupação (Leia 8:10-21)
Jesus e seus discípulos retornam à Galiléia e encontram-se com os fariseus, e estes querem um sinal do céu. A alimentação de 5 mil pessoas não foi um milagre grande o bastante para eles, pois Moisés “deu-lhes a comer pão do céu”. (Veja João 6:30- 33.) Mais uma vez, Jesus geme (v. 12; 7:34), e a única resposta dele, de novo, foi deixá-los e embarcar para a margem oriental. Jesus não acredita na fé de pessoas que dependem de sinais e maravilhas (Jo 2:23-25).
Jesus faz com que os discípulos partam com tanta pressa que se esquecem de levar pão, e isso acarreta uma discussão a respeito de quem era culpado desse esquecimento.< span style="font-family:'Segoe UI', sans-serif;"> Jesus usa a discussão a respeito do pão para alertar os discípulos contra os falsos mestres. Ele compara os falsos mestres ao fermento: ele é pequeno, mas poderoso, e cresce com rapidez. Os Doze, como judeus, estavam familiarizados com o simbolismo do fermento na Páscoa (Êx 12:18-20), portanto a imagem não era nova para eles. (Veja Mt 16:11; Gl 5:1-9; 1 Co 5.) A hipocrisia é o fermento dos fariseus, e a concessão ao mundo, o de Herodes.
Infelizmente, ainda faltava compreensão espiritual aos Doze! Eles eram como o surdo que Jesus curara, e o cego que curaria a seguir.
3) Condenação (Leia 8:22-26)
Esse é o segundo dos dois milagres relatados apenas por Marcos; o outro é o da cura do surdo e gago (7:31-37). Nas duas ocasiões, Jesus afastou a pessoa da multidão; aqui ele a leva para fora da cidade! Por quê? Ele queria evitar publicidade por um motivo: para deixar a cidade saber que estava sob o julgamento de Deus (Mt 11:21-24). Esse é o único milagre “gradual” que qualquer dos quatro evangelhos apresenta.
De acordo com o registro do evangelho, Jesus curou, pelo menos, quatro cegos; e em cada uma dessas curas, a abordagem foi distinta. A atmosfera de descrença da cidade atrapalhava o milagre (6:5)?
4) Crucificação (Leia 8:27-33)
Embora anteriormente ele tivesse aludido à sua morte (Jo 2:19; 3:14), essa é a primeira vez que Jesus fala abertamente a seus discípulos que ele morrerá e ressuscitará. (Veja 9:30-32; 10:32-34.) Os Doze, como a maioria dos judeus ortodoxos, criam que seu Messias viria em poder e glória e derrotaria os inimigos deles, não para ser derrotado por seus inimigos. A confissão de fé de Pedro vem do Pai (Mt 16:17), não da tagarelice da multidão; todavia, a confusão de Pedro originou-se no demônio, que não quer que compreendamos a doutrina da cruz. Pedro queria a glória, mas não o sofrimento que leva à glória! Leia as duas epístolas de Pedro e veja quanto ele menciona a respeito de sofrimento e de glória.
5) Consagração (Leia 8:34-38)
Tornamo-nos filhos de Deus ao crer em Cristo e confessá-lo como o Filho do Senhor (1 Jo 4:1-3) que morreu por nós na cruz e ressuscitou (Rm 10:9-10). Tornamo-nos discípulos de Jesus Cristo ao nos entregar totalmente a ele, ao tomar nossa cruz e segui-lo. Se vivemos para nós mesmos, perdemos nossa vida, e ele sente vergonha de nós; contudo, se vivemos para Cristo, salvamos nossa vida e o glorificamos (Jo 12:23-28).
O discipulado salva-nos da tragédia de desperdiçar nossa vida. Embora haja sofrimento em tomar a cruz e seguir Jesus, esse sofrimento sempre leva à glória.