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I tessalonicenses 1:1-10
Quem eram os cristãos de tessalonica?
É maravilhoso quando um pastor pensa em sua igreja e diz: “Damos, sempre, graças a Deus por todos vós!”. Paulo amava a igreja tessalônicense; ele tinha aquelas pessoas no coração e preocupava-se com o bem-estar delas.
Nesse capítulo, ele conta o tipo de igreja que deixou naquela cidade perversa. Deveríamos examinar nossa vida e perguntar-nos: “Tenho ajudado a fazer com que minha igreja seja um modelo no Senhor?”, ao ver as qualidades da igreja de Tessalônica.
Eram pessoas eleitas (1:1-5)
A palavra grega para igreja é ekklesia, que significa “assembléia convocada“. A igreja é um organismo espiritual, uma organização composta de pessoas que Deus chamou “das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9), não um clube social. Devemos esse chamado total mente à graça do Senhor (Ef 1:3ss). Espiritualmente, não somos do mundo, embora estejamos fisicamente nele (Jo 15:19). Esses crentes viviam em Tessalônica, mas habitavam em Cristo. Em 2 Tessalonicenses 2:13-14, Paulo explica o milagre desse chamado. Deus enviou Paulo e Silas a Tessalônica com sua Palavra. As pessoas ouviram a Palavra, creram e foram salvas. Elas descobriram que foram escolhidas por Deus, em Cristo, por meio da graça depois que o receberam como Salvador e Senhor. Leia também 1 Pedro 1:1-4.
Deste lado do céu, jamais será totalmente explicado o mistério da eleição de Deus e da decisão dos homens. Apenas tenha em mente que a Bíblia ensina os dois mistérios. Um homem perguntou a Spurgeon: “Como você concilia essas duas verdades?”. O pregador respondeu: “Eu nunca tento conciliar amigos”. Essas duas verdades gêmeas da eleição e da decisão complementam-se, não se contradizem. No que diz respeito a Deus Pai, somos salvos no momento em que ele nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo (Ef 1:4); no que se refere ao Espírito, somos salvos quando respondemos ao chamado dele e recebemos Cristo, e para o Filho fomos salvos quando ele morreu por nós na cruz.
Como Paulo sabia que essas pessoas estavam salvas? Porque a vida delas evidenciava isso:
A obra de fé.A fé aparece nas obras quando as pessoas crêem honestamente em Cristo. A fé que não leva às obras não é a fé salvadora, embora não sejamos salvos pelas obras. A verdadeira fé cristã muda a vida. Veja Tiago 2:14-16.
A lida de amor. As pessoas não-salvas vivem para si mesmas (Ef 2:1-2), mas o verdadeiro crente está disposto a trabalhar arduamente por amor. Ele tem um novo motivo para viver, ama a Cristo e aos outros. Veja Hebreus 10:24- 25 e também Romanos 8:35-39.
A firmeza de esperança.O perdido não tem esperança. O crente aguenta as provações da vida porque sabe que Cristo virá de novo. O crente sabe que o Salvador o libertará, por isso não desiste nos momentos de provação (1 Pe 1:1 -9; 4:12-16).
Menciona-se que os versículos 9-10 igualam essas três evidências da salvação: a obra de fé (converteram-se dos ídolos para Deus); o serviço de amor (servem o Deus vivo); a firmeza de esperança (aguardam o retorno de Cristo). A fé, a esperança e o amor evidenciam a verdadeira salvação (Cl 1:4-5; Rm 5:1-4).
Eram pessoas exemplares (1:6-7).
E maravilhoso quando os “ouvintes” tornam-se “seguidores”! Essas pessoas ouviram a Palavra, receberam-na, creram nela e sofreram por causa disso. A Palavra concede fé (Rm 10:17) e traz alegria (At 8:8,39; Jr 15:16).
Esses novos cristãos creram, seguiram Paulo, associaram-se em uma congregação local e tornaram- se um modelo para todos à sua volta. Na época do Novo Testamento, esperava-se que o cristão fosse uma parte vital da congregação local, por isso os cristãos tessalonicenses não eram apenas seguidores de Paulo, mas também das igrejas (2:14). O testemunho deles alcançou toda a região e ajudou a levar outros a Cristo.
Eram pessoas entusiásticas (1:8)
Essas pessoas foram salvas havia poucos meses. Elas eram entusiásticas em seu testemunho por Cristo, apesar de não terem tido a instrução que a maioria dos santos de hoje têm. Elas testemunhavam por seu andar (“modelo”; v. 7) e pela palavra (v. 8). O verbo “repercutir” transmite a idéia do ressoar de uma trombeta. Esses santos soavam o evangelho alta e claramente para todos os amigos perdidos enquanto esperavam o ressoar da trombeta que os chamaria
para casa (4:16).
Muitas vezes, somos como os fariseus e soamos nossa própria trombeta, em vez de soar a de Cristo e a do evangelho (Mt 6:1-4).
Eram pessoas expectantes (1:9-10)
Nessa epístola, o tema básico é a segunda vinda de Cristo. Cada capítulo relaciona o retorno dele a uma verdade cristã básica (veja a sugestão de esboço). Nesse capítulo, vemos que a vinda de Cristo é a bênção de esperança do salvo. O salvo serve ao Deus vivo e regozija-se na esperança viva do retorno de Cristo, ao mesmo tempo que o perdido adora e serve a seus ídolos às cegas.
Como se espera que o cristão aguarde o retorno de Cristo? Mantendo-se ocupado até o retorno dele (veja Mt 24:44-51). Em 5:1 -11, Paulo adverte os santos de que estejam despertos e atentos e que não durmam nem bebam como as pessoas do mundo. A bênção de esperança do retorno de Cristo deve ser uma dinâmica de nossa vida, não apenas uma doutrina de nosso credo.
Como sabemos que Cristo retornará? Deus provou que Cristo é seu Filho ao ressuscitá-lo. Leia com atenção Atos 17:22-34 a fim de compreender o argumento de Paulo. Cristo não poderia retornar se estivesse morto, e se seu corpo estivesse em decomposição em uma sepultura judaica. Não podemos separar a esperança viva do Cristo vivo (1 Pe 1:1-5).
Paulo instruiu os tessalonicenses em relação ao retorno de Cristo e ao tempo de tribulação que Deus prometeu para o mundo que rejeitou seu Filho. Todavia, Paulo é cuidadoso em salientar que a igreja não passará por esse período de tribulação. No versículo 10, o verbo “livra” está no presente do indicativo — “que nos livra”; ou poderia ser reformulado como um título — “Jesus, o Livra- dor”.
A igreja não passará pela tribulação. Leia 1:10 e 5:1-9 e também 2 Tessalonicenses 1—2. O próximo evento no calendário de Deus é a vinda de Cristo, nos ares, momento em que a igreja é arrebatada a fim de ir ao encontro dele. A seguir, haverá sete anos de tribulação sobre a terra. Cristo e a igreja retornarão à terra para derrotar Satanás e suas hostes e anunciar os mil anos de reinado de Cristo (veja Ap 19:11—20:5) quando o cálice da iniquidade terrena atingir a plenitude.
Na próxima semana prosseguiremos com nosso estudo. Abraços a todos.
Pr Josias Moura de Menezes