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ToggleEXPONDO O EVANGELHO DE MARCOS – CAPITULO 12
Recomendação ao professor: Para melhor compreensão destes estudos por parte dos alunos recomendamos ao professor que antes de ler os pontos da lição leia primeiro o texto bíblico.
O Cordeiro de Deus da Páscoa (Jo. 1:29) foi “examinado” pelos líderes judeus e provou ser perfeito (1 Pe 1:18-19), embora não o aceitassem. Como é trágico quando as pessoas devotas prendem-se a suas tradições e rejeitam a verdade viva que está tão evidente! Na verdade, o Senhor Jesus revelava os pecados do coração deles ao responder às muitas perguntas que eles faziam.
1) Egoísmo (Leia 12:1-12)
Jesus sabia que seus inimigos queriam matá-lo e, nessa parábola, ele revela o desejo pecaminoso deles de destruí-lo e de reivindicar a herança para si mesmos (Jo 11:45-53). A vinha identifica de imediato a nação de Israel (Is 5:1-7; SI 80:8-1 6; Jr 2:21), e os lavradores são os líderes da nação (v. 10; At 4:11).
Em Levítico 19:23-25, veja as instruções em relação ao tempo da colheita. O proprietário tinha de receber uma quantia como “pagamento” a fim de manter seus direitos sobre a terra. Os arrendatários, ao não pagar o estabelecido, perdiam seus direitos à terra. Se os herdeiros morressem, então a terra ficaria com os que moravam nela. Essa era uma artimanha egoísta que punha as posses à frente das pessoas.
Jesus cita Salmos 118, um salmo messiânico (118:22-23; e compare com Mc 11:9 e SI 11 8:25-26), e permite que seus ouvintes profiram a própria sentença (Mt 21:41). Jesus, ao aplicar a si mesmo a imagem de “pedra angular”, afirmou que, na verdade, ele era o Messias (At 4:11; 1 Pe 2:7). Para os líderes religiosos, isso era blasfêmia, e eles o teriam prendido na mesma hora se não temessem o povo.
2) Hipocrisia (Leia 12:13-17)
Os fariseus opunham-se a Roma, e os herodianos (uma facção política) cooperavam com Roma. A única coisa que tinham em comum era o inimigo, Jesus Cristo (veja Lc 23:12).
No versículo 13, a palavra grega para “apanhassem” transmite a imagem de uma armadilha em um jogo de caça. A delegação de fariseus e de herodianos pensou que podia pegar Jesus em uma cilada com uma pergunta que tivesse conotação política e religiosa.
Os judeus ortodoxos não gostavam de pagar impostos a Roma, pois sabiam que eram o povo escolhido de Deus. Pagar impostos significava reconhecer o poder de Roma sobre a nação — algo que não podiam admitir por serem muito orgulhosos (Jo 8:33) —, como também ajudar a idolatria pagã. Se Jesus aprovasse o pagamento de impostos a Roma, teria problemas com seu próprio povo, mas, se se opusesse a isso, teria problema com Roma.
Nosso Senhor, que conhecia a hipocrisia deles, respondeu de uma maneira que não apenas evitava o perigo do dilema, como também devolveu aos questionadores a responsabilidade pela afirmação. Como eles usavam a moeda de César, admitiam a autoridade de César sobre eles; assim, eles apenas devolviam a César o que este antes dera a eles. Os impostos não são presentes para o governo, mas o valor que pagamos em troca dos serviços prestados (política e proteção contra incêndio, agências sociais, defesa, etc.). E como a imagem de Deus também está estampada em cada ser humano, temos de devolver a Deus as coisas que são dele. Já que Deus instituiu o governo humano para o nosso bem, estamos obrigados a respeitar os governantes e a obedecerás leis (Rm 13; 1 Tm2:1-6; 1 Pe 2:13-17). Daniel Webster disse: “Tudo que torna os homens bons cristãos torna-os bons cidadãos”.
3) Ignorância (Leia 12:18-27)
Essa é a única passagem em que Marcos cita os saduceus em seu evangelho. Eles aceitavam a autoridade de apenas cinco livros de Moisés e não criam na ressurreição do corpo nem na existência de anjos (At 23:8). A pergunta hipotética deles, fundamentada em Deutero- nômio 25:7-10, tinha o propósito único de tentar pegar Jesus por sua fala. No entanto, a pergunta, em vez de revelar a ignorância de Jesus, revelava o desconhecimento deles da Palavra e do poder de Deus.
Para Jesus, a resposta a todas as perguntas estava nas Escrituras, não no pensamento do próprio homem (Is 8:20; veja Mc 10:19; 12:10).
Ele reporta-os a Êxodo 3:1-12 e apresenta a conclusão lógica de que, uma vez que Jeová é o Deus da vida, Abraão, Isaque e Jacó estão vivos. Há vida após a morte e, portanto, esperança de ressurreição futura. Todavia, a ressurreição não é a reconstrução e a continuação da vida como ela é neste mundo. Os filhos de Deus não se tornarão anjos, pois devemos ser iguais a Cristo (1 Jo 3:1-3), no entanto seremos como anjos no que se refere a não casar ou ter família. Será um tipo de vida total mente novo.
4) Superficialidade (Leia 12:28-40)
Os fariseus fizeram mais uma pergunta a respeito da qual os rabis tinham discutido muito tempo. Das 613 determinações encontradas na Lei (365 negativas, 248 positivas), qual era a mais importante? Jesus respondeu com a “afirmação de fé” (o shemá) tradicional judaica que encontramos em Deutero- nômio 6:4. Os judeus devotos a recitavam de manhã e à noite. Ele também acrescentou Levítico 19:18 a isso, pois, se amamos a Deus, temos de demonstrar amor por nosso próximo (Lc 10:25-37). Um dos es- cribas apreendeu a mensagem com clareza e, corajosamente, concordou com Cristo, porém os outros não entenderam a noção de modo algum. Eles tinham uma visão superficial do significado da Lei e não entendiam a importância de obedecer de coração.
Jesus fez a pergunta final — e mais importante — e calou-os (Mt. 22:46; Rm 3:19). Em sua chegada a Jerusalém, Jesus foi chamado de “Filho de Davi” (Mt 21:9) pelas multidões, e as crianças repetiram essa saudação no templo (Mt 21:15). Claro, esse era um título messiânico, o que explica por que os fariseus queriam calar o povo (Lc 19:39-40). Jesus cita Salmos 110 ao pedir-lhes que expliquem como o Senhor de Davi também podia ser o Filho de Davi, e eles não responderam à pergunta. A resposta é que o Senhor de Davi teve de se tornar homem, mas os “teólogos” negavam-se a encarar as implicações tanto da pergunta como da resposta. Tinham um conhecimento superficial da Palavra, e a submissão deles a ela era muito insincera.
Jesus encerra esse “debate” com uma advertência (vv. 38-40) e um exemplo (vv. 41-44), os quais expõem a hipocrisia dos líderes religiosos. Quando vemos o contraste entre a atitude dos escribas e a da viúva constatamos o que Deus valoriza mais. Leia Mateus 23 para uma exposição mais detalhada dos fariseus.