20.03.2016 – Expondo o livro de Gênesis – Capítulos 32-36

Expondo o livro de Gênesis – Capítulos 32-36

Esses capítulos registram várias ex­periências cruciais na vida de Jacó quando este fez sua jornada da casa de Labão para Betei. Eles nos dão três retratos vividos desse ho­mem que ilustram o conflito entre a carne e o espírito, a antiga vida e a nova.

 

I. Jacó, o lutador (32)

Esaú estava vindo, e Jacó estava para encontrar-se com seu passado esquecido. Esaú o perdoaria ou lu­taria com ele? Jacó perdería tudo o que conseguira por meio de estrata­gemas? É trágico quando o passado alcança o pecador. A geografia não podia apagar o passado de Jacó, nem vinte anos de história poderíam mudar isso. Contudo, Jacó teve três outros encontros antes de se encon­trar com Esaú:

A.   Ele encontra os anjos de Deus (vv. 1-20)

Primeiro, ele havia visto esses anjos em Betel (cap. 28), e eles deviam lembrá-lo que Deus, estava no con­trole. Ele deu o nome de “Maanaim” (seu próprio campo e o campo ou exército dos anjos), mas fracassou em confiar em Deus, que, anos an­tes, prometera protegê-lo. Os crentes de hoje afirmam Hebreus 1:14 e Sal­mos 91:11 -13 quando caminham na vontade de Deus. Infelizmente, Jacó começou a confiar em si mesmo e em seus esquemas de novo! Ele ten­tou apaziguar Esaú com presentes. Ele dividiu sua companhia em dois bandos (v. 7) e ignorou a proteção do exército de anjos. Assim, depois de dar esses passos em confiança carnal, ele pediu a ajuda de Deus! Ele esquecera a forma como Deus o protegera de Labão (31:24)?

B.   Ele encontra o Senhor (vv. 21-26)

Coisas boas começam a aconte­cer quando estamos sozinhos com Deus. Cristo veio para lutar com Jacó, e o combate durou a noite in­teira. Tenha em mente que Jacó não lutava para conseguir a bênção de Deus; antes, ele defendia a si mesmo e recusava-se a capitular. O Senhor queria quebrar Jacó e levá-lo para a atitude em que poderia dizer hones­tamente: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo” (Gl 2:20). Durante toda a noite, Jacó defendeu-se e recusou render-se ou mesmo admitir que pe­cara. Assim, Deus enfraqueceu Jacó, e o lutador pôde apenas agarrar-se a ele! Agora, ele, em vez de armar es­quemas para obter a bênção ou de negociar a bênção, pediu a bênção a Deus — e recebeu-a.

C.   Ele encontra a si mesmo (vv. 27-32)

Nós não nos vemos verdadeira­mente até que tenhamos visto o Se­nhor. “Qual é o teu nome?” (v.27), essa pergunta forçou Jacó a con­fessar seu verdadeiro eu — “Jacó, o usurpador”. Ele podia mudar, uma vez que encarara a si mes­mo e confessara seu pecado. Deus deu-lhe um novo nome — “Israel, príncipe com Deus” ou “homem governado por Deus”. A forma de ter poder com Deus é ser quebrado por Deus. Deus também lhe deu um novo início e um novo poder quando ele começou a caminhar no Espírito, e não na carne. O novo caminhar de Jacó, pois agora ele mancava, ilustra isso. Deus que­brou-o, mas seu manquejar era um sinal de poder, não de fraqueza. O versículo 31 indica o alvorecer do novo dia, quando o sol se levanta, e Jacó manca ao encontro de Esaú —  com a ajuda de Deus!

 

II.  Jacó, o errante (33—34)

Seria maravilhoso se Jacó tivesse vi­vido para seu novo nome e sua nova posição com Deus, mas ele não fez isso. O capítulo inicia-se com “Jacó”, o nome antigo, não “Israel”, o novo nome, e o vemos levantar os olhos  – caminhar pela visão, não pela fé. Veja o que Jacó perdeu por não afir­mar seus privilégios espirituais:

A. O manquejar (33:3)

Ele inclina-se diante de Esaú, em vez de caminhar (mancar) e en­cará-lo de homem para homem. Sempre é trágico quando um prín­cipe com Deus encolhe-se diante de um homem do mundo! É me­lhor mancar pela fé que reveren­ciar pela autoconfiança.

B.   O poder (33:1-2,8-11)

Mais uma vez, Jacó fazia esquemas, negociava com o inimigo. Deus não lhe assegurou seu poder? Deus não prometera auxiliá-lo?

C.   O testemunho (33:12-17)

Jacó mentiu para Esaú a respeito dos rebanhos e viajou para a direção oposta. Os dois não se encontra­ram mais até o sepultamento do pai (35:29). Sem dúvida, Esaú, nesse en­contro, perguntou a Jacó o que lhe acontecera depois que ele partira.

D.   A tenda (33:17)

Jacó construiu uma casa e estabele­ceu-se em Sucote.

E.    A visão (33:19)

Ele mudou-se de novo e montou sua tenda próximo à cidade de Siquém, da mesma forma que Ló (13:12). Ele perdeu a visão da cidade de Deus (Hb 11:12.-16).

F.    A filha (34)

Jacó, como Ló, pôs sua família em um local de tentação, e sua filha, quando examinava a cidade, foi violada. É triste dizer que os filhos de Jacó eram mentirosos como o pai. Na verdade, eles usavam o rito sagrado da circuncisão para realizar seus esquemas pecaminosos. Os versículos 30-31 sugerem que Jacó, de forma egoísta, estava mais preo­cupado com a própria segurança e bem-estar que com os pecados de sua família.

Quando tudo isso se iniciou? Quando Jacó fracassou em viver para sua nova posição com Deus. Por que os cristãos do Novo Testa­mento hoje fazem esquemas, e pe­cam, e fracassam? Porque fracassa­ram em viver na posição celestial deles em Cristo (Ef 4:1 ss).

 

III.  Jacó, o viajante (35—36)

Nesses capítulos, observe com que frequência Jacó faz “jornadas” (35:5,16,21). Deus chamara-o para voltar a Betei (v. 1), ao local da vi­são e do voto. Quando a pessoa se torna apóstata (como Jacó), não há nada mais a fazer além de re­tornar ao local em que se entre­gou e renovar os votos. Entretanto, Jacó tinha de “limpar a casa” an­tes que pudesse levar sua compa­nhia de volta ao altar — tinha de queimar os bens estrangeiros e as jóias associados à adoração pagã. O único lugar para o pecado é a sepultura. Na verdade, há quatro sepulturas nesse capítulo: a sepultura dos ídolos (v. 4), a sepul­tura de Débora (v. 8), a sepultura de Raquel (v. 19) e a sepultura de Isaque (v. 29).

Jacó retornou a Betei e cons­truiu um altar. Deus encontrou-o de uma maneira nova e lembrou-o de seu novo nome, Israel. O Senhor reafirmou as promessas que fez a Abraão e a Isaque, e Jacó, como fizera anos antes, respondeu levan­tando uma nova coluna e ungindo-a. Um crente apóstata não precisa de uma nova experiência para se acer­tar com Deus. Ele precisa apenas reafirmar a antiga experiência de uma forma nova.

É estranho Raquel morrer logo depois de Jacó restaurar a comu­nhão com Deus. As grandes expe­riências espirituais não são uma garantia contra os sofrimentos e as provações da vida. E, certamente, Jacó, agora que reconstruirá seu al­tar, era mais capaz de suportar esse sofrimento. Ele, por ter encontrado Deus no altar, recebeu de volta tudo o que perdera antes.

Na família do crente dedicado não há apenas esses sofrimentos, mas também há pecados (v. 22). Rúben nasceu em meio a grande  ex­pectativa (29:32), e Jacó, anos mais tarde, disse que Rúben realizara muito (49:3). Contudo, Rúben era impetuoso, não tinha caráter piedo­so (49:4) e, em conseqüência dis­so, perdeu o direito de nascimento que pertencia ao filho primogênito (1 Cr 5:1-2) e teve de dá-lo a Judá e a José.

O pecado nunca traz bênção e sempre custa caro. O ato final dessa jornada cou­be a Jacó e a Esaú, o sepultamento do pai deles. Jacó planejava rever a mãe, porém ela morreu antes de ele chegar em casa. O capítu­lo 36 conta a história de Esaú, pois Deus o fez uma nação poderosa. Infelizmente, durante séculos, os edomitas foram inimigos do povo de Deus.

 

Conclusão

Estes capítulos nos mostram as consequências danosas que podem existir quando o pecado atinge aos membros de uma família. Na vida de Jacó no entanto, observamos que seu desejo de se reconciliar promoveu uma restauração de relações familiares e um novo reinício. Sempre a restauração quando o perdão está presente.

Até a próxima semana.
 

 

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3 comentários em “20.03.2016 – Expondo o livro de Gênesis – Capítulos 32-36”

  1. Jose raimundo almeida Santos

    se for possivel tenho muito desejo e vontade de ter esse conhecimento desde ja oque o senhor nosso Deus lhe abençoe grandemente a sua vida ,sua ,familia e o seu ministerio

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