24.04.2015 – ESTUDO EBD – TEMA: Parte 01 – Recomendações Finais – Tiago 5:12-20

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Parte 01 – Recomendações Finais – Tiago 5:12-20

1.         Chegando ao fim da carta, Tiago passa a dar algumas exortações fi­nais aos seus ouvintes. Estas recomendações do apóstolo visam o cresci­mento espiritual da igreja, bem como de cada cristão comprometido com o Evangelho de Jesus Cristo.

2.         Os Juramentos. No verso 12 podemos ler o seguinte: Sobretudo, meus irmãos, não jurem, nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outra coi­sa. Seja o sim de vocês, sim, e o não, não, para que não caiam em condenação.”. Neste versículo, Tiago está condenando o juramento dito sem nenhuma necessidade, como se precisássemos dele para dar veraci­dade ao que falamos, principalmente fazendo o uso do nome de Deus ou de qualquer outra coisa.

3.         Fazer juramentos era um costume muito praticado pelos judeus. Es­tes tendiam a confirmar a verdade de qualquer questão, fazendo juramentos em nome de Deus ou de algum objeto sagrado. Desta forma, os judeus jura­vam por Deus, pelo seu trono, pelos céus, pela terra, por Jerusalém, pelo templo e até mesmo por diferentes membros de seu próprio corpo. Geral­mente estes juramentos eram feitos com uma certa dose de desonestidade, pois eram feitos por pessoas que não tinham nenhum interesse em cumpri-los. Champlin faz menção de um ensinamento leito por um rabino, chamado Akiba, que ensinava que um homem “pode jurar com os lábios e anular o juramento no coração; e então o juramento não tem efeito”. Jesus perce­beu a fraude com que tais juramentos eram pronunciados, e por isso, ensi­nou os discípulos à não fazerem uso desta prática.

4.         É interessante notar que a Lei não proibia os juramentos, mas exigia que a pessoa fosse fiel em cumprir o juramento feito. Em Levítico 5:4 pode­mos ler: “Se alguém, impensadamente jurar fazer algo bom ou mau. em qualquer assunto que alguém possa jurar descuidadamente, ainda que não tenha consciência disso, quando o souber será culpado. Já em Levítico 6:3-5 lemos outra advertência: “ou se achar algum hem perdido e mentir a respeito disso, ou se jurar falsamente a respeito de qualquer coisa, come­tendo pecado; quando assim pecar, tomando-se por isso culpado, terá que devolver o que roubou ou tomou mediante extorsão, ou o que lhe foi con­fiado, ou os bens perdidos que achou, ou qualquer coisa sobre a qual te­nha jurado falsamente. Fará restituição plena, acrescentará a isso um quinto do valor e dará tudo ao proprietário no dia em que apresentar sua oferta pela culpa”. Vemos assim que a ordem do Senhor era muito clara: “Não jurem falsamente pelo meu nome, profanando assim o nome do seu Deus. Eu sou o SENHOR (Lv. 19:12).

5.         Jesus foi ao âmago da Lei, e vemos que Tiago seguiu o mesmo racio­cínio do Senhor, já que repete o ensino de Jesus que está era Mateus 5:34- 37. A semelhança entre as duas passagens é indubitavelmente clara:

6.         Mateus 5:34-37: “…Não jurem de forma alguma: nem pelos céus… nem pela terra… nem por Jerusalém… E não jure pela sua cabeça… Seja o seu sim, sim. E o seunão ‘não’; O que passar disso vem do Maligno.” Tiago 1:12 “…não jurem, nem pelo céu. nem pela terra, nem por qualquer outra coisa Seja o sim de vocês, sim, e o não. não. para que não caiam em condenação.

7.         O que está em jogo aqui nesta recomendação é a coerência e a confi­abilidade das nossas palavras, sem que precisemos de algum juramento para apoiá-la. Um simples “sim” ou “não” deve ser suficiente. Não precisamos de outros argumentos para a nossa palavra.

8.         Mas, e os juramentos oficiais? Um cristão deve fazer juramentos perante as autoridades? Muitos cristãos sinceros recusam-se fazer jura­mentos em tribunais ou em qua
lquer outro lugar. Porém, é questionável se Tiago ou Jesus estavam abordando os juramentos oficiais. Entendemos que tanto Jesus quanto Tiago estão criticando o juramento voluntário, feito para se desvencilhar de alguma situação embaraçosa, tentando dar à men­tira um ar de verdade. Este teria sido o problema dos fariseus quando Jesus os criticou cm Mateus 23:16-22. O apóstolo Paulo continuou a prestar juramentos e isso não lhe parecia um pecado (Rm. 1:9; 2 Co. 1:23; 11:11; Gl. 1:20; Fp. 1:8; 1 Ts. 2:5.10). Contudo, é necessário haver prudência.

9.         A nossa palavra deve ser coerente com as nossas ações. Deus não tem por inocente aquele que fala e não cumpre: “É uma armadilha consagrar algo precipitadamente, e só pensar nas consequências depois que se fez o voto.” (Pv. 20:25); “Não seja precipitado de lábios, nem apressado de coração para fazer promessas diante de Deus. Deus está nos céus, e você está na terra, por isso fale pouco…Quando você fizer um voto. cum­pra-o sem demora, pois os tolos desagradam a Deus; cumpra o seu voto. É melhor não fazer voto do que fazer e não cumprir. Não permita que a sua boca o faça pecar. E não diga ao mensageiro de Deus: ‘O meu voto foi um engano’. Por que irritar a Deus com o que você diz e deixá-lo destruir o que você realizou?” (Ec. 5:2,4-6).

10.     A Oração da Fé. A oração é uma das armas mais importantes da vida cristã. É por meio da oração que falamos com Deus e expressamos a Ele nossa gratidão, adora­ção, petição e confissão de nossas faltas. A oração é imprescindível para uma vida espiritual equilibrada e frutífera. Paulo em Efésios 6:18 diz: “Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos”. Aos tessalonicenses o apóstolo lembrou: ”Orem continuamente” (1 Ts. 5:17). Da mesma forma, Tiago orienta seus ouvintes: “Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele ore…” (v.l3a). A palavra grega kakopathei  é traduzida por sofrimento, mas também significa sofrer infortúnios, ter pro­blemas, tribulação, aperto, necessidade, privação ou enfermidade.

11.     Vemos aqui uma das razões porque devemos orar. A oração não é uma catarse em que lanço para fora todas as pressões da minha alma, mas o momento certo onde expresso minha tristeza àquele que me pode salvar. Encontramos na Bíblia exemplos de pessoas que buscaram a Deus na triste­za e no sofrimento. Vemos por exemplo, Jaco (Gn. 28:16-22), Ana (1 Sm. 1:9- 20), Ezequias (2 Rs. 20:5; Is. 38:5), Neemias (Ne. 1:6,11), Jó (Jó 42:9), os salmistas (Sl. 4:1; 5:3; 6:9; 17:1; 39:12; 42:8; 54:2; 55:1; 61:1; 65:2; 66:19,20; 69:13; 72:15; 84:8), Daniel (Dn. 9:3), Jonas (Jn. 2:7), Habacu- que (Hc. 3:1), Zacarias (Lc. 1:13) e tantos outros que encontraram na ora­ção o momento certo para abrirem o coração. Por isso os cristãos devem buscar mais ao Senhor por meio da oração. Ele realmentc ouve a nossa ora­ção e atende ao nosso clamor.

12.     Mas um grande aliado da oração é o louvor. Esta é a segunda razão da oração: o louvor. Tiago continua no verso 13: “…Há alguém que se sente feliz? Que ele cante louvores,”. Encontramos no grego a palavra euthymei, que significa ser feliz, sentir-se bem, alegre. Esta palavra não se refere a circunstâncias externas, mas à felicidade e alegria de coração que se pode ter, tanto em tempos maus quanto bons. Nunca podemos nos esquecer que a nossa alegria vem de Deus, e portanto, ela não depende do nosso hu­mor, nem tampouco do que está acontecendo ao nosso redor. Esta alegria nos faz cantar cânticos de exaltação ao Senhor. Mas por que o louvor deve estar ligado à oração? Paulo escreveu o seguinte: “Não andem ansiosos por coi­sa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.” (Fp. 4:6). A oração não se resume ape­nas num discurso do cristão para Deus. Nossa oração deve estar cheia de louvor, de gratidão por aquilo que Deus já fez e fará por nós.

13.     Abraços a todos e na próxima semana realizemos o ultimo estudo desta série no livro de Tiago. Após estes estudos você terá a sua disposição um comentário compacto do livro de Tiago.

Pr. Josias Moura de Menezes

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2 comentários em “24.04.2015 – ESTUDO EBD – TEMA: Parte 01 – Recomendações Finais – Tiago 5:12-20”

  1. Sobre essa questão, quando se perceber que não vai cumprir o prometido, pois o fez sem pensar nas questões envolvidas, incluindo a própria vontade, depois perceber mesmo que o “juramento” não vai ser realizado, pode-se pedir perdão pela mentira e por jurar impetuosamente apenas?

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