28.02.2016. Estudo Bíblico para a EBD. Tema: Expondo o livro de Gênesis – Capitulos 25 à 27

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Expondo o livro de Gênesis – Capitulos 25 à 27

Isaque era filho de um pai famoso (Abraão) e pai de um filho famoso (Jacó), e, às vezes, as pessoas o “per­dem” quando estudam Gênesis. Ao mesmo tempo que viveu mais que qualquer outro patriarca, sua vida foi menos empolgante. Infelizmen­te, ele não parece ser tão forte em sua fé no fim de sua vida quanto o foi no início dela.

I. Isaque, o pai (25)

A.           Uma casa ilustre (vv. 1-11)

O casamento de Abraão após a morte de Sara deu-lhe mais seis filhos e, pelo menos, sete netos e três bisnetos. Entretanto, observe que esses outros filhos de Abraão não têm o mesmo status de Isaque, pois ele (como Cristo) é o herdeiro de todas as coisas (Hb 1:2). A morte de Abraão mostra o que a fé pode fazer por um homem. Ele morreu em paz (veja 15:15); morreu “dito­so” (satisfeito), e morreu em fê (Hb 11:13ss). Essa foi a herança que Abraão deixou para seu filho: seu exemplo piedoso (18:19), a tenda e o altar (veja 26:25) e a promes­sa maravilhosa de Deus (26:2-5). Essas bênçãos espirituais represen­tam muito mais para um filho que os bens materiais.

B.            Uma casa frustrada (vv. 12-23)

O cumprimento da promessa da aliança de Deus exigia que Rebe- ca e Isaque tivessem um filho, con­tudo ela foi estéril nos primeiros vinte anos do casamento deles (vv. 20,26). É encantador ver como ma­rido e mulher, com mente espiritual, levaram seu fardo ao Senhor. Com certeza, lembraram Deus de suas promessas, e o Senhor, certamente, agradou-se com as orações deles. A batalha com o filho não nascido desorientou Rebeca, portanto ela pediu sabedoria a Deus (Tg 1:5). Deus disse-lhe que nasceríam duas nações e, ao contrário do costume, a mais velha serviria à mais nova.

Essa é uma evidência clara da eleição soberana de Deus (Rm 9:10- 16). A escolha dele não se funda­menta nas obras dos meninos, pois estes ainda não haviam nascido e, portanto, não tinham feito bem nem mal. Esaú, no que se refere ao ca­ráter, era o mais aceitável dos dois — contudo, Jacó era o escolhido de Deus (Ef 2:8-10).

C. Uma casa dividida (vv. 24-34)

Os gêmeos eram o oposto um do outro em aparência e temperamen­to. O primeiro menino era cabeludo e chamava-se “Esaú” (Peludo); mais tarde, sua ligação com o ensopado vermelho rendeu-lhe o apelido de “Edom”, que significa “vermelho” (v. 30). O fato de Jacó ter nascido segurando o calcanhar de Esaú (como para apanhá-lo e derrubá-lo) rendeu-lhe o nome de “Jacó” — o “apertador de calcanhar” (suplanta- dor, maquinador, enganador). Jacó era um homem quieto que ficou em casa; Esaú era um homem do mun­do, cheio de vigor e aventureiro. Infelizmente, Esaú não apreciava o espírito. Ele preferia alimentar seu corpo a usufruir das promessas de Deus. É claro, o esquema de Jacó para conseguir o direito de nasci­mento mostrou que ele duvidava do cumprimento da promessa de Deus em 25:23. “Fé é viver sem esque­mas!” Esaú, apesar de seus privilé­gios espirituais como primogênito (veja Dt 21:17 e 1 Cr 5:1-2), esco­lheu a carne, não o Espírito. Não lemos nunca a respeito de Esaú ter uma tenda ou um altar, e 26:34- 35 indica que ele ama as mulheres mundanas. Hebreus 12:16 descreve Esaú como “profano”, o que signifi­ca “do mundo, comum” (em latim, profanus — “fora do templo”). Esaú, como muitas pessoas de hoje, era um sucesso no mundo e um fracas­so com Deus.

II. Isaque, o peregrino (26)

A.           Ele enfrenta as tentações de seu pai (vv. 1-5)

Reveja 12:10ss, quando Isaque iniciou viagem em direção ao Egi­to, mas Deus, em sua graça, in­

terrompeu a jornada e parou-o. A natureza humana não melhora de geração para geração. Isaque vivia em Gerar, que ficava na fronteira (10:19). Da mesma forma, temos muitas “fronteiras cristãs” hoje. Lá, Isaque tinha bênçãos materiais, mas não as espirituais, que Deus lhe deu depois, quando ele deixou aquele local.

B.            Ele repetiu o pecado do pai (vv. 6-11)

Veja 12:10-20 e 20:1-5. Isaque e Re- beca adotaram essa “meia-verdade” de que eram irmão e irmã com o mesmo resultado triste — perda da bênção, perda do testemunho e re­provação pública por um rei pagão.

C.            Ele cava de novo os poços do pai (vv. 12-22)

Os poços de água falam dos recur­sos divinos de Deus para a vida es­piritual (Jo. 4:1-14). Abraão cavou esses poços, mas o inimigo roubou- os e bloqueou-os. Como isso é ver­dade hoje! O mundo tirou de nós os poços espirituais em que nossos pais bebiam. Precisamos voltar aos poços antigos (como a oração, a Bí­blia, o altar familiar, a igreja). Isaque não apenas abriu-os de novo, mas chamou-os pelos mesmos nomes que Abraão chamava (v. 18). De­pois, ele cavou alguns poços novos para satisfazer as necessidades do dia.

D. Ele confiou no Deus de seu pai (vv. 23-35)

Isaque, contanto que estivesse longe de Canaã, teria conflito, mas quan­do voltou para Berseba (“o poço do juramento”), Deus encontrou-se com ele e reconciliou “com eles os seus inimigos” (Pv 16:7).

III. Isaque, o abençoador (27)

E triste dizer que esse capítulo, no que diz respeito ao aspecto espiritu­al, descreve toda a família de forma ruim. Em 25:28, vimos a divisão da casa, e agora veremos os resultados pecaminosos dessa divisão carnal.

A.           O pai decadente

Nesse ponto, Isaque tinha cerca de 137 anos, contudo agia como se fos­se morrer logo. Na verdade, ele viveu 180 anos (35:28). A impaciência dele em abençoar Esaú sugere que seguia seus planos carnais, não a vontade de Deus. Ele esquecera a palavra de 25:23, ou tentava mudar os planos de Deus? Observe como agora ele de­pende de seus sentidos (tato, paladar, olfato). Note também que alimentar o corpo tem prioridade a fazer a vonta­de de Deus. Isaque, certa vez, deita­ra-se no altar e desejara morrer pelo Senhor. Que mudança!

B.            A mãe duvidosa

Deus contou a Rebeca que Jacó re­cebería a bênção de Deus, contudo ela planejou e tramou o recebimen­to da herança a fim de certificar-se de que Esaú seria deixado de lado. Ela, em vez de ir a Deus em oração como fizera anos antes, confiou em seus próprios planos, prática que caracterizaria Jacó em anos poste­riores. Rebeca pagou caro por seu pecado: ela nunca mais viu seu fi­lho (veja vv. 43-45). Esaú agiu deliberadamente para magoá-la, e o mau exemplo que deu a Jacó custou a ele vinte anos de provações.

C. O filho enganador

Certamente, Jacó conhecia os pla­nos de Deus para sua vida, contu­do ele ouviu sua mãe, em vez de Deus. Como os dois apressaram-se para finalizar o plano! “Aquele que crer não foge” (Is 28:16). Rebeca era uma boa cozinheira para conseguir fazer com que carne de bode tives­se sabor de carne de caça. Jacó é o retrato perfeito do hipócrita: sua voz e mãos não concordam (o que ele diz é diferente do que faz), e ele engana os outros. Apenas no ver­sículo 19, Jacó conta três mentiras para o pai: “Sou Esaú” (ele era Jacó); “Fiz” (a mãe fizera tudo); “come da minha caça” (era carne de bode). E, no versículo 27, o beijo que deu no pai era igualmente enganador. Jacó pagou por esse pecado? Sim, muitas vezes. Labão enganou-o em relação a suas esposas e, continuamente, mudava seu salário. Em acréscimo

a isso, um dia, os próprios filhos de Jacó matariam um cabrito (37:31) e poriam seu sangue no casaco de José para enganar o pai. “Sabei que o vosso pecado vos há de achar” (Nm 32:23).

D.O irmão desesperado

 Hebreus 12:17 indica que Esaú pro­curou bênção com lágrimas, con­tudo não encontrou lugar para ar­rependimento verdadeiro por seus pecados. Remorso, sim, mas não arrependimento sincero. Ele arre­pendia-se pelo que perdera, mas não pelo que fizera. No versícu­lo 33, Isaque estremeceu quando percebeu que Deus rejeitara seus planos. As lágrimas de Esaú não podiam mudar a mente de Isaque ou a bênção. Esaú vingou-se ao planejar matar o irmão e, deliberadamente, magoou os pais ao incitar problemas por meio de seu casa­mento com mulheres pagãs. A gra­ça de Deus não falhara
, mas Esaú abandonou a graça de Deus.

O pecado em família sempre traz sofrimento e mal-entendido. Se Isaque e Rebeca não “tomassem par­tido” em relação a seus dois filhos; se continuassem a orar a respeito dos assuntos como faziam no início do casamento; se eles permitissem que Deus fizesse as coisas da sua maneira, os acontecimentos teriam sido diferentes. Da forma como as coisas foram feitas, todos eles so­freram por causa da incredulidade e da desobediência. Nunca estamos velhos demais para ser tentados — ou para fracassar!

 

Na próxima semana continuaremos. Não percam.

Pr Josias Moura de Menezes

 

 

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