29.11.2015 – Expondo o livro de Gênesis – capitulo 01

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Expondo o livro de Gênesis – capitulo 01

Vamos nos restringir a algumas ver­dades principais que encontramos nessa importante passagem.

1)  O Criador

Nenhum cientista ou historiador pode aperfeiçoar esta afirmação: “No princípio, criou Deus…”. Essa simples afirmação refuta os ateístas, que dizem que Deus não existe; os agnósticos, que afirmam que não podemos conhecer Deus; os politeístas, que adoram muitos deuses; os panteístas, que dizem que toda a natureza é Deus; os materialis­tas, que declaram que a matéria é eterna, e não criada; e os fatalistas, que ensinam que não há um pla­no divino por trás da criação e da história. Vemos a personalidade de Deus nesse capítulo, pois ele fala, vê, nomeia e abençoa.

O cientista pode afirmar que a matéria ape­nas “passou a existir”, que a vida “aconteceu por acaso” e que todas as formas complexas de vida “evo­luíram gradual mente” de formas inferiores, mas não pode provar isso. Admitimos que há mudanças em meio às espécies (como o de­senvolvimento do cavalo e do gato doméstico), mas não aceitamos que haja transformação de um tipo de criatura em outra espécie.

Por que Deus criou o universo? Com certe­za, não para acrescentar algo a si mesmo, já que ele não precisa de nada. Na verdade, a criação limita Deus, uma vez que agora o Eter­no confina-se a trabalhar no tem­po e na história humana. A Palavra deixa claro que Cristo é o Autor, o Sustentador e o Objetivo da cria­ção (Cl 1:15-17; Ap 4:11). Cristo, a Palavra viva, revela Deus na Pa­lavra escrita e no livro da natureza (Jo 1:1-5; veja também SI 19).

O que a criação revela a respeito de Deus? A criação revela: (1) sua sabedoria e poder Oó 28:23-27; Pv 3:19); (2) sua glória (SI 19:1); (3) seu poder e divindade (Rm 1:18- 21); (4) seu amor pelo insignificante homem (SI 8:3-9); (5) seu cuidado providencial (Is 40:12ss). Nosso Se­nhor, quando estava na terra, viu a mão graciosa do Pai mesmo nas flo­res e nas aves (Mt 6:25ss).

Em Gênesis 1, em hebraico, o nome de Deus é Elohim — o nome de Deus que o liga a sua criação. A raiz básica do nome é El, que sig­nifica “poderoso”, “forte”, “proe­minente”. Em 2:4, temos “Senhor Deus”, que é Yahweh Elohim. Jeová é o nome de Deus na aliança e o liga ao seu povo. Este é o nome que ele deu quando falou com Moisés: “Eu Sou O Que Sou” (Êx 3:14-15). Isso significa que ele é o Deus auto- existente, imutável.

2)  A criação

A existência dos anjos e a queda de Sataanas são anteriores a criação, pois os anjos (“filhos de Deus”) cantaram na criação Oó 38:7). Na criação original, Lúcifer era o ser mais alto entre as criaturas criadas por Deus (Veja Ezequiel 28:11-19), mas ele quis usurpar o lugar de Deus 04:12-17). Em Gênesis 3, já vemos Satanás em cena; portanto, sua que­da aconteceu antes disso.

A terra era “sem forma”, portanto Deus, nos três primeiros dias, formou o que queria. A terra estava “vazia”, portanto Deus encheu-a com o que havia formado. Deus expandiu os céus (“firmamento”) e encheu-os de estrelas e de planetas. Ele fez a terra e encheu-a de plantas e animais. Ele fez os mares e encheu-os de peixes e de mamíferos aquáticos. Ele criou a luz antes de iluminar os céus. Obser­ve o princípio de separação ilustrado na criação, pois Deus separou a luz das trevas, e os mares da terra (veja 2 Co 6:14-18). Observe também que todas as coisas vivas devem se repro­duzir “segundo a sua espécie”; não há qualquer sugestão de evolução gradual. Podemos criar tipos diferen­tes de gado, mas a partir de uma vaca não podemos criar uma rena!

O homem é a coroa da criação. Antes da criação do homem, hou­ve uma “conferência divina” entre as pessoas da Trindade, o que não aconteceu em qualquer outro es­tágio da criação. Alguns anjos já haviam se rebelado contra Deus, e, com certeza, ele sabia o que o homem faria. Contudo, ele, em sua graça e amor, modelou o primeiro homem a sua “imagem” no que se refere à personalidade do homem – mente, vontade, emoção, liber­dade — mais que à aparência física. Veja Ef 4:24; Cl 3:10.) Deu ao homem o domínio sobre a terra, a posição mais alta na criação. Isso explica o ataque de Satanás, pois ele (Lúcifer) já tivera essa posição e quisera outra mais alta ainda! Se Lú­cifer não podia ter o lugar de Deus no universo, ele podía tentar pegar, o lugar de Deus, na vida do homem. ‘E ele foi bem-sucedido!

O homem perdeu o domínio sobre o pecado r(Sl 8 e Hb 2:5-18); contudo, Cristo, o último Adão, reconquistou esse domínio para nós (veja Rm 5). Je­sus, quando esteve na terra, provou que tinha domínio sobre os peixes (Lc 5; Mt 17:24ss), sobre as aves (Mt 26:74-75) e sobre os animais (Mt 21:1-7).

Originalmente, o homem era vegetariano, mas em Gênesis 9:3-4. isso muda. Foram dadas restrições alimentares aos judeus (Lv 11), mas hoje não há tais restrições (Mc 7:1 7­23; At 10:9-16; 1 Tm 4:1-5).

3)  A nova criação

Em 2 Coríntios 4:3-6 e 5:17, se deixa claro que, em Cristo, Deus tem uma nova criação. Paulo utiliza imagens do relato da criação de Gênesis para ilustrar essa nova criação. O homem foi criado perfeito, mas se arruinou por meio do pecado. Ele torna-se pe­cador, “sem forma e vazio”, sua vida é sem propósito, vazia e escura.

O Espírito Santo inicia seu mo­vimento de persuasão no coração dos homens (Gn 1:2). Na verdade, a salvação sempre se inicia com o Senhor (Jn 2:9); qualquer peca­dor é salvo pela graça dele. O Es­pírito usa a Palavra para trazer luz (SI 119:130), pois não há salvação sem a Palavra de Deus (Jo 5:24). E Hebreus 4:12 declara que a Palavra tem o poder de “separar”, trazendo à lembrança a ocasião anterior em que Deus separou a luz das trevas, e os mares da terra.

Os crentes, como os seres cria­dos em Gênesis, têm a responsa­bilidade de ser férteis e multiplica­rem-se “segundo a sua espécie”. Os crentes, em um paralelo à posição de domínio de Adão, fazem parte da realeza sob o governo de Deus e reinam “em vida” por meio de Cris­to (Rm 5:1 7ss).

Exatamente como Adão era o cabeça da antiga criação, Cristo é o cabeça da nova criação; ele é o úl­timo Adão (1 Co 1 5:45-49). O Anti­go Testamento “é o livro da genea­logia de Adão” (Gn 5:1) e termina com uma fala sobre uma maldição (Ml 4:6). O Novo Testamento é o li­vro “da genealogia de Jesus Cristo” (Mt 1:1) e termina com esta afirma­ção: “Nunca mais haverá qualquer maldição” (Ap 22:3).

 

 
 

 

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