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ToggleLição 5: O padrão de comportamento sexual
TEXTO ÁUREO: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb 13.4).
VERDADE PRÁTICA: Submeter a mente ao senhorio de Cristo é a maneira correta de evitar que os pecados ligados à sexualidade (ou qualquer outro) sejam concebidos no coração do homem.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 1.27,28
A finalidade do sexo
Terça — Gn 2.20-24
A legitimidade do sexo
Quarta — Hb 13.4
A santidade do sexo
Quinta — Pv 5.18-20
Os prazeres ilícitos do sexo
Sexta — 1Ts 4.4,8
A pureza do sexo
Sábado — Gl 5.16-26
A disciplina do sexo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 5.27-32.
27 — Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28 — Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela.
29 — Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
30 — E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
31 — Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite.
32 — Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar a sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
PONTO DE CONTATO
Como o sexo é considerado pela Bíblia? Ela o ignora? De que modo o cristão deve relacionar-se com o sexo oposto? Qual o propósito de Deus para a vida conjugal? O sexo foi dado por Deus como uma bênção a ser desfrutada no matrimônio. Entretanto, por causa do pecado, o homem desviado do padrão divino, deturpou a bênção de Deus.
Jesus, quando abordou esse tema, deixou bem claro que Deus exige de nós um padrão de comportamento sexual elevadíssimo, digno dos que se dizem filhos de Deus, ou seja: devemos guardar o nosso corpo de toda a impureza, lascívia e prostituição.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Disciplinar a mente para que esteja em condições de repelir os pensamentos malignos que geram o pecado.
- Entender que a mente disciplinada é o resultado de levar os pensamentos cativos aos pés do Senhor, para que, pela força do hábito, possam resistir as tentações.
- Aceitar a indissolubilidade do matrimônio como parte do elevado padrão ético exigido por Deus para o seu povo.
SÍNTESE TEXTUAL
A forma correta de o crente ter uma vida pura e santa em relação ao pecado sexual, principia com a guarda da mente. A disciplina do nosso pensamento começa quando o submetemos a Cristo. Trata-se de algo consciente — sem alienação pessoal — que reflete a nossa decisão de levar o nosso pensamento cativo aos pés do Senhor. É em Cristo que podemos repelir os pensamentos que geram o pecado e ocuparmos a nossa mente com os princípios da Palavra de Deus, que têm o poder de gerar vida e produzir ações positivas.
Outro ponto importante refere-se à disciplina do corpo. Os nossos sentidos físicos não estão alheios à vida cristã relevante; eles precisam ser disciplinados, assim como os nossos propósitos. O propósito correto leva o crente à repulsa do pecado.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
No texto bíblico desta lição, Jesus revela sua preocupação com a santidade do nosso corpo. Ele nos faz a seguinte advertência: “É melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno”. É claro que aqui a linguagem é figurada. Significa que devemos, a todo custo, nos manter afastados da cobiça e, consequentemente, das mazelas do pecado sexual. Apesar de o mundo desprezar as ordenanças do Altíssimo sobre esse assunto, tais preceitos ainda valem para os nossos dias.
Levando em consideração a proposição acima, pergunte aos seus alunos os motivos pelos quais Jesus usou o termo “melhor”. A seguir faça outros questionamentos:
A atitude de olhar uma mulher com intenções impuras pode me conduzir ao inferno? Pode interromper minha comunhão com Deus e ensejar a perda da minha salvação? Pode destruir minha família e minha reputação? Do quê Deus está querendo me preservar mediante minha obediência?
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A sexualidade foi outra área que o Senhor discorreu no Sermão do Monte.
O Mestre expôs claramente que o sexo, por Deus criado puro no princípio no ser humano, tem sérias implicações nos relacionamentos. Portanto, a nossa correta atitude para com ele não é ignorá-lo ou tê-lo como um tabu, mas considerá-lo sob a ótica bíblica e cristã, e assim aprendermos a lidar com esta área vital.
I. A MENTE DISCIPLINADA
1. O domínio da mente. Outra vez a análise de Jesus teve como ponto de partida a visão estritamente jurídica dos fariseus (v.27), que se restringia apenas a aplicar a seu modo os dispositivos da lei mosaica. Para o Mestre, o mais importante era erradicar as causas (cf. Jo 8.1-11), por isso insistiu em tratar do problema desde a sua origem — o coração (v.28).
Estudamos na primeira lição que o termo coração, na Bíblia, simboliza o centro da personalidade, ou seja, a área onde se desenvolvem a razão, as emoções e os sentimentos (ver Êx 4.14; Dt 6.5; Sl 119.11; 140.2; Mc 2.8; Jo 14.1). Deste modo, Jesus não só reconhece o domínio da mente sobre o indivíduo, mas situa o pecado como algo que tem origem a partir do momento em que o intelecto começa a tramá-lo.
Como o olhar cobiçoso é a centelha que desencadeia o processo (ver 1Jo 2.16,17), o Mestre firmemente condenou-o, pois quando alguém chega ao ato do adultério (que é a relação extraconjugal), ou a qualquer outro pecado sexual, normalmente há uma longa história por trás, que teve início com um olhar lascivo. Isto porque, se por um lado a mente exerce domínio, por outro interage com o ambiente mediante os sentidos, entre eles a visão.
2. A disciplina da mente. Aqui está a importância da mente disciplinada. Não é simplesmente condicioná-la através de exercícios de controle mental baseados em princípios filosóficos, religiosos, etc. Não é, também, submeter-se à uma espécie de lavagem cerebral resultante do uso de técnicas psicológicas muito em voga hoje em certos movimentos ditos evangélicos.
A disciplina da mente está, em primeiro lugar, em submetê-la ao senhorio de Cristo. Este é, aliás, um dos aspectos implícitos na salvação. Em Efésios 6.17, a Bíblia ilustra a nossa salvação sob a figura do capacete, denotando isso também a proteção da nossa mente. A conversão traz o predomínio da mente de Cristo sobre as nossas vidas de tal maneira que a cada dia, mediante a ação do Espírito Santo, somos renovados em nosso entendimento (1Co 2.16; Rm 12.2).
Este foi o cerne do ensino de Jesus quando aludiu ao olhar cobiçoso, como já caracterizando o pecado. O mal tem que ser neutralizado no seu nascedouro, e não no seu ciclo evolutivo.
II. O CORPO DISCIPLINADO
1. A disciplina dos sentidos. O Senhor aprofundou ainda mais a questão, ao condenar não só o olhar cobiçoso, mas também qualquer ação maléfica envolvendo os demais sentidos (vv.29,30). A linguagem é, outra vez, radical — arrancar o olho, cortar a mão — para demonstrar que não pode haver qualquer tipo de concessão nessa área. Toda prática pecaminosa passa pelos sentidos, mas o pecado sexual não só envolve todos eles, mas é o que mais os escraviza, pois deles depende a manifestação da sensualidade.
Por isso, uma das qualidades do fruto do Espírito (ver Gl 5.22) é o domínio próprio, ou seja, a capacidade de exercer controle sobre os atos pessoais, que se utiliza dos sentidos. Paulo reitera a mesma posição, quando adverte: “Mortificai os vossos membros que estão sobre a terra…” (Cl 3.5). No grego, a ideia do texto é a de “trazer os membros sob controle e tratá-los como se estivessem mortos”. O pecado sexual é tão traiçoeiro que a recomendação do apóstolo para Timóteo foi, também, radical: “Foge…” (2Tm 2.22).
Agora, nada disso será possível se a mente não estiver impregnada da Palavra de Deus e o Espírito Santo não tiver o controle de nossas vidas (Gl 5.16). O domínio próprio não resulta de mero esforço humano, nem se caracteriza pela pujança, alarde e presunção espiritual, mas é produzido pela ação do Espírito Santo no coração do crente. Como diz a Bíblia, é “fruto do Espírito”. Assim, temos de trazer, também, os sentidos da alma cativos aos pés de Cristo, para um comportamento sexual segundo o padrão das Escrituras.
2. A disciplina dos propósitos. Outra implicação disso é que precisamos ter propósitos santos para que as ações de nossos membros — por onde manifestam-se os sentidos — sejam também santas. Várias vezes, no Antigo Testamento, Deus repeliu as atitudes do povo de Israel porque eram fruto de propósitos malignos engendrados no coração (Is 23.15; Jr 11.8). Isto significa que a mente indisciplinada e pecaminosa gera propósitos malignos que, por sua vez, contaminam os sentidos e levam à prática do pecado.
Portanto, santificar os propósitos é parte deste encadeamento, a começar pelo coração, que leva o crente a ter repulsa ao pecado e a olhar a sexualidade segundo o prisma divino, e não como um meio para dar vazão à carnalidade e permitir que o Diabo destrua não só a sua vida mas também a de sua família e de outras pessoas diretamente afetadas pelo ato. Em situações assim vale sempre a pergunta: O que o meu coração deseja, conforma-se ao elevado padrão de santidade exigido por Deus? Se a resposta for não, então só há uma saída: arrancar o mal pela raiz, antes que o pecado comece a ser concebido (Tg 1.14,15).
III. O COMPROMISSO CONJUGAL
1. A indissolubilidade do matrimônio. Definida a forma de o cristão relacionar-se com o sexo oposto, o Senhor passou a tratar do casamento, mediante o qual o ser humano pode expressar legitimamente a sua sexualidade. O propósito de Deus para a vida conjugal sempre foi a indissolubilidade do matrimônio (ver Mc 10.7-9). A própria exceção (da qual falaremos depois) expressada por Jesus no texto da leitura em classe (v.32) e em Mateus 19 confirma a regra. Ou seja, o casamento é, biblicamente, para toda a vida, constituindo-se assim na forma legítima para a expressão da sexualidade humana.
2. Consequências da quebra do compromisso. Deus estabeleceu o princípio da indissolubilidade porque, em sua presciência, sabia quais seriam os trágicos efeitos da quebra do compromisso conjugal.
Hoje, a grande maioria dos cientistas sociais são unânimes em afirmar que flagelos como as drogas, o alto índice de suicídio entre adolescentes e a disseminação da violência urbana, entre outras consequências, são frutos da desestruturação familiar, nos moldes tradicionais, onde os cônjuges legitimamente casados são os pilares de sustentação.
Quando estes se separam, os transtornos logo aparecem. O problema é que na maioria dos casos as alegações se baseiam em motivos egoístas. Mas se os homens observassem os ditames da lei de Deus quanto à sexualidade e ao matrimônio, a sociedade com certeza não estaria experimentando tanto sofrimento.
3. A exceção onde cabe o divórcio. Mas ainda assim, por causa da dureza dos corações humanos, Jesus previu a exceção do divórcio em casos de infidelidade conjugal (v.32; Mt 19.3-9).
O adultério é um pecado extremamente grave (até mesmo porque ilustra a infidelidade do homem a Deus). Nele consiste a única situação bíblica que admite a separação conjugal. Nenhuma outra exceção é prevista porque normalmente atrás de qualquer outro motivo alegado para a separação está, na verdade, a concupiscência.
Todavia, em casos de fornicação e adultério, enquanto houver a possibilidade de perdoar, mediante o arrependimento do cônjuge ofensor, é dever pastoral prestar todo o apoio possível para restaurar o casamento e cicatrizar as feridas que ficam, pois da mesma forma que Deus não aceita a infidelidade do seu povo, Ele é, também, capaz de perdoá-lo, se este se arrepende. O perdão continua sendo a melhor terapia para a restauração dos feridos.
CONCLUSÃO
Assim, o padrão bíblico da sexualidade implica desfrutá-la nos limites da indissolubilidade do casamento, cabendo a cada um disciplinar o seu corpo a partir da mente para que possa evitar que o pecado seja concebido e resulte, com isso, na perda da comunhão com Deus.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Bibliológico
“‘Atentar numa mulher para a cobiçar’ (Mt 5.28). Trata-se da cobiça carnal, ou a concupiscência (gr. epithumia ). O que Cristo condena aqui não é o pensamento repentino que Satanás pode colocar na mente de uma pessoa, nem um desejo impróprio que surge de repente. Trata-se, pelo contrário, de um pensamento ou desejo errado, aprovado pela nossa vontade. É um desejo imoral que a pessoa procurará realizar, caso surja a oportunidade. O desejo íntimo de prazer sexual ilícito imaginado e não resistido, é pecado” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1394).
Subsídio Doutrinário
“Como no caso do homicídio, o adultério é pecado cometido no coração, antes de se manifestar no próprio ato.
‘Se o teu olho te faz tropeçar, arranca-o…’ (v.29). Se não houvesse outro meio, (mas há pela graça e poder de Deus) para refrear os membros do corpo, seria melhor arrancar o olho direito e cortar literalmente a mão direita, do que deixar o pecado arruinar a alma.
Não se pode cortar literalmente esses membros do corpo e assim ficar livres dos pecados. Os pecados estão no coração; aí, sim, podemos cortar os desejos carnais que fazem dos membros do corpo instrumentos de iniquidade. ‘Se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis’ (Rm 8.13)” (Espada Cortante, CPAD, p.415).
GLOSSÁRIO
Alarde: Ostentação, aparato.
Aludir: Fazer alusão, referir-se.
Cerne: A parte mais íntima, essencial.
Ditame: Regra, aviso, ordem.
Engendrar: Dar origem a, gerar, imaginar.
Implícito: Subentendido, o que está envolvido, mas não de modo claro.
Indissolubilidade: Qualidade daquilo que não se pode dissolver.
Interagir: Agir mutuamente.
Pujança: Grandeza, poderio.
Repelir: Impelir para fora, expulsar, evitar.
QUESTIONÁRIO
1. Por que Jesus insiste em tratar do problema do pecado desde a sua origem — o coração?
R. Para Jesus o mais importante era erradicar as causas.
2. Como o crente em Jesus pode disciplinar sua mente?
R. Submetendo-a ao senhorio de Cristo.
3. Por que o apóstolo Paulo usa a figura do capacete para ilustrar a salvação?
R. Porque a salvação também protege a nossa mente.
4. O pecado sexual é o que mais escraviza os sentidos porque:
R. a) deles depende a manifestação da sensualidade.
5. Segundo a Bíblia, a única exceção em que cabe o divórcio é:
R. c) a infidelidade conjugal.