PARTE 10 – APOCALIPSE 3:7-13 – TEMA: IGREJA, OLHE PARA AS OPORTUNIDADES E NÃO PARA OS OBSTÁCULOS

PARTE 10 – APOCALIPSE 3:7-13 – TEMA: IGREJA, OLHE PARA AS OPORTUNIDADES E NÃO PARA OS OBSTÁCULOS

 

INTRODUÇÃO

1.      Jesus envia cartas às sete igrejas da Ásia. Para duas igrejas Jesus só tinha elogios: Esmirna e Filadélfia. Para quatro igrejas Jesus tinha elogios e críticas: Éfeso, Pérgamo, Tiatira e Sardes. Para uma igreja Jesus só tinha críticas: Laodicéia.

2.     Nessas cartas Jesus revela que ele não vê a igreja com os mesmos critérios que vemos. As igrejas nem sempre são o que aparentam ser. Há gritantes contrastes quando as igrejas estão sob o olhar perscrutador de Jesus:

a) Éfeso era uma igreja ortodoxa, mas sem amor.

b) Esmirna era uma igreja pobre diante dos homens, mas rica aos olhos de Jesus.

c) Pérgamo era o lugar onde estava o trono de Satanás, mas Antipas está pronto a morrer como mártir por amor a Cristo.

d) Tiatira a igreja se torna mundana como a cidade, mas uns poucos crentes permanecem fiéis.

e)     Sardes tem fama de uma igreja viva, mas aos olhos de Cristo ela está morta, outros estão no CTI espiritual e poucos ainda não se contaminaram.

f)     Filadélfia tem pouca força aos olhos do mundo, mas é uma igreja fiel, diante de quem Jesus colocou uma porta aberta.

g) Laodicéia considera-se rica e abastada, mas aos olhos de Cristo é pobre, cega e nua.

3.      Filadélfia era a mais jovem das sete cidades. Fundada por colonos provenientes de Pérgamo sob o reinado de Atalo II nos anos de 159 a 138 a. C. A cidade estava situada num lugar estratégico, na principal rota do Correio Imperial de Roma para o Oriente. A cidade era chamada a porta do Oriente. Também era chamada de pequena Atenas, por ter muitos templos dedicados aos deuses. A cidade estava cercada de muitas oportunidades.

4.      Átalo amava tanto a seu irmão EUMENES que apelidou-o de “philadelphos” = o que ama a seu irmão, que deu esse nome à cidade.

5.      Para esta jovem igreja Jesus envia esta carta e nos ensina várias lições.

I. JESUS NÃO SÓ CONHECE A IGREJA, ELE TAMBÉM CONHECE A CIDADE ONDE A IGREJA ESTÁ INSERIDA

•     A mensagem de Jesus à igreja é contextualizada. Jesus conhecia a igreja e a cidade. Ele fazia uma leitura das Escrituras e também do povo. Sua mensagem era absolutamente pertinente e contextualizada. Ele falava uma linguagem que o povo podia entender. Ele criava pontes de comunicação:

•     Precisamos conhecer a Bíblia e conhecer a cidade onde estamos. Precisamos conhecer a mensagem e conhecer o povo para quem ministramos. Precisamos interpretar as Escrituras e a congregação, que participamos. As estratégias que são boas para uma cidade podem não ser pertinentes para outra. Os métodos usados num bairro podem não ser adequados para outro. Precisamos ousar mudar os métodos sem mudar o conteúdo do evangelho.

1.       A cidade foi fundada para ser uma porta aberta de divulgação da cultura e do idioma grego na Ásia

•     Átalo criou a cidade para ser embaixadora da cultura helênica, missionária da filosofia grega, mas Cristo diz para a igreja que ele colocou uma porta aberta diante da igreja para ela proclamar não a cultura grega, mas o evangelho da salvação.

2.       A cidade foi castigada por vários terremotos e as pessoas viviam assustadas pela instabilidade

•     Existiam muitos terremotos e grandes tremores de terra na cidade de Filadélfia. Muitos viviam em tendas fora da cidade. Paredes rachadas e desabamentos eram coisas comuns na cidade. Era uma região perigosamente vulcânica. O terremoto do ano 17. d.C, que destruiu Sardes, também atingiu Filadélfia. Mas para a igreja assustada com os abalos sísmicos da cidade, Jesus diz: “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá…” (v. 12).

3.      A cidade foi batizada com um novo nome depois de sua reconstrução

•     Por volta do ano 90 d.C, com a ajuda imperial, Filadélfia tinham sido completamente reconstruída. Em gratidão passaram o nome da cidade para NEOCESARÉIA – a nova cidade de César. Mais tarde, no tempo de Vespasiano, a cidade voltou a trocar de nome, FLAVIA, pois Flávio era o apelido do imperador. Jesus então, aproveita esse gancho cultural para falar à igreja que os vencedores teriam um novo nome: “… gravarei sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome” (v. 12). A igreja terá o nome de Deus nela gravado e não o nome de César.

II. JESUS NÃO APENAS CONHECE A IGREJA, ELE SE APRESENTA COMO SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS QUE ATINGEM A IGREJA

1.      Para uma igreja perseguida pelos falsos mestres, Jesus se apresenta como o Santo e o Verdadeiro – v. 7

•     Jesus não apenas se apresenta como Deus, mas destaca que ele é separado, possui santidade absoluta em contraste com os que vivem em pecado. Cristo é santo em seu caráter, obras e propósitos. Ele não é a sombra da verdade, é sua essência. Ele é Deus confiável, real em contraste com os que mentem (v. 9). Ele não é uma cópia de Deus. Ele é o Deus verdadeiro. Havia centenas de divindades naqueles dias, mas somente Jesus poderia reivindicar o título de verdadeiro Deus.

•     Ainda hoje há seitas que se consideram os únicos salvos e os únicos fiéis que servem a Deus e não ousam atacar os crentes. Mas esses mestres mentem. Com eles não está a verdade. Devemos olhar não para suas palavras insolentes, mas para o Senhor Jesus que é santo e verdadeiro.

2.     Para uma igreja sem forças aos olhos do mundo, Jesus a parabeniza pela sua fidelidade – v. 8

•     A igreja tem pouca força, talvez por ser pequena; talvez por ser formada de crentes pobres e escravos; talvez por não ter influência política e social na cidade, mas ela tem guardado a Palavra de Cristo e não tem negado o seu nome.

•     A igreja era pequena em tamanho e em força, mas grande em poder e fidelidade. Deus na verdade escolhe as coisas fracas para envergonhar as fortes. Sardes tinha nome e fama, mas não vida. Filadélfia não tinha fama, mas tinha vida e poder.

•     A igreja tinha pouca força, mas Jesus colocou diante dela uma porta aberta, que ninguém pode fechar. A igreja é fraca, mas seu Deus é onipotente. A nossa força não vem de fora nem de dentro, mas do alto.

3.      Para uma igreja perseguida e odiada pelo mundo, Jesus diz que ela é a sua amada – v. 9

•     Os judeus diziam que os crentes não eram salvos, porque não eram descendentes de Abraão, e por isso, não tinham parte na herança de Deus (v. 9). Mas Jesus diz que não é a igreja que vai se dobrar ao judaísmo, mas os judeus é que reconhecerão que Jesus é o Messias e virão e reconhecerão que a igreja é o povo de Deus e verão que Jesus ama a sua igreja.

•     A igreja será honrada. Aqui Cristo está com ela. No céu nós reinaremos com ele e nos assentaremos em tronos para julgarmos o mundo.

•     Nós somos o povo amado de Deus, seu rebanho, sua vinha, sua noiva, a sua delícia, a menina dos seus olhos.

4.      Para uma igreja que guardou a Palavra de Cristo nas provações. Cristo promete guardá-la das provações que sobrevirão – v. 10

•     A igreja foi fiel a Cristo, Cristo a guardará na tribulação. A igreja guardou a Palavra, Cristo guardará a igreja.

•     A igreja de Filadélfia não transigiu nem cedeu às pressões. Ele preferiu ser pequena e fiel a ser grande e mundana.

•     Hoje muitas igrejas têm abandonado o Antigo Evangelho por outro evangelho, mais palatável, mais popular, mais adocicado; um evangelho centrado no homem, não em Deus.

•     Cristo é o protetor da igreja. As portas do inferno não prevalecerão contra ela. Ele é um muro de fogo ao seu redor. Ela é o povo selado de Deus e maligno nem seus terríveis agentes podem tocar na igreja de Cristo. Ela está segura nas mãos do Senhor.

•     Castelo Forte: “Se nos quisessem devorar/Demônios não contador/Não nos iriam derrotar/Nem ver-nos assustados”.

•     Jesus usa nesta carta três símbolos que regem toda a mensagem: uma porta aberta, a chave de Davi, coluna no santuário de Deus. É colocada diante da igreja uma porta aberta que ninguém pode fechar (v. 8). Cristo é chamado como aquele que tem a chave de Davi (v. 7), enquanto o vencedor é feito uma coluna no santuário de Deus (v. 12). Essas três figuras sugerem os três próximos pontos dessa mensagem.

III. JESUS NÃO APENAS CONHECE AS FRAQUEZAS DA IGREJA, MAS COLOCA DIANTE DELA UMA GRANDE OPORTUNIDADE V. 8

A primeira porta aberta é a oportunidade da salvação

•     Jesus disse em João 10:9 que ele é a porta da salvação, da liberdade e da provisão. Ele também usou essa figura no sermão do monte: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7:13-14).

•     Vemos aqui duas portas, e ambas estão abertas: uma abre sobre uma rua larga e cheia de gente que caminha para a destruição, o inferno. A outra porta abre-se para um caminho estreito e escassamente povoado que leva à vida eterna.

•     Jesus contrasta dois caminhos, duas portas, dois destinos. Ambas as portas estão abertas e convidando as pessoas. Para entrar na porta estreita é preciso se curvar, não se podem levar bagagem e só pode passar um de cada vez.

2. A segunda porta aberta é a oportunidade da evangelização

•     As angústias da cidade, são como que o grito de socorro dos homens, carentes do evangelho. Jesus fala de uma porta de oportunidade para se pregar o evangelho.

•     Paulo via a idolatria da cidade de Atenas como uma porta aberta para falar do Deus desconhecido.

•     Quando Paulo ficou três anos em Éfeso pregando o Reino ele disse: “se abriu para mim uma porta ampla e promissora” (1 Co 16:9).

•     Quando estava preso em Roma, apesar de já ter resultados tão fantásticos, conforme relato de Filipenses 1, ele pede a igreja: “Orem também por nós, para que Deus abra uma porta para a nossa mensagem, a fim de que possamos proclamar o mistério de Cristo…” (Cl 4:3-4).

•     A igreja de Filadélfia tinha três problemas para para aproveitar a oportunidade dessa porta aberta:

a)     A igreja era muito fraca (v. 8) – congregação pequena, formada de crentes pobres e escravos, fazendo com que tivesse pouca influência sobre a cidade. Mas isso não devia detê-la no evangelismo.

b)     Havia oposição à igreja na cidade (v. 9) – Os judeus, chamados por Jesus, sinagoga de Satanás, perseguiu a igreja. No começo os crentes começaram a recuar, então Cristo disse para a igreja: eu coloquei diante de vocês uma porta aberta que ninguém pode fechar. Aqueles que hoje perseguem vocês, virão e se prostrarão diante de vocês e saberão que os amei.

c)     A ameaça de futura tribulação (v. 10) – Seria aquele momento apropriado para evangelismo? Não seria um tempo para recolher-se e manter-se seguro, em vez de avançar? Cristo diz não! Ele promete guardar a igreja e a encoraja a cruzar a porta aberta sem medo. Não basta ser um igreja que guarda a Palavra (v. 8). É preciso proclamar a Palavra. Não basta não negar o nome de Cristo (v. 8). É preciso anunciá-lo. Não basta ser uma igreja ortodoxa, é preciso ser uma igreja missionária! Assim como a cidade tinha uma missão ser a missionária da cultura grega, a igreja deveria ser a missionária do evangelho. A porta estava aberta. A porta está aberta, precisamos aproveitar as oportunidades enquanto é dia!

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3. Quais são as portas abertas que Jesus tem colocado diante da nossa igreja?

a)     Evangelização através da Escola Dominical e dos cultos, convidem seus amigos.

b)     Evangelização através de reuniões nos lares. Convide seus amigos para estudar a Bíblia com você.

c)     Evangelização através dos encontros de casais.

d)     Evangelização através dos meios de comunicação: Televisão, rádio, internet, livros, fitas, Cd’s, DVD’s, folhetos.

e)     Abertura de novas congregações em nossa cidade.

IV. JESUS NÃO APENAS CONHECE AS DIFICULDADES DA IGREJA, MAS DÁ-LHE UMA GRANDE GARANTIA V.7

1.     Jesus tem em suas mãos toda autoridade

•     Quem tem as chaves tem a autoridade. Jesus tem não apenas as chaves da morte e do inferno (Ap 1:18), mas também tem a chave de Davi, a chave da salvação e da evangelização.

•     Ninguém pode entrar até que Cristo tenha aberto a porta. Nem pode alguém entrar quando ele a fecha. Se a porta é símbolo da oportunidade da igreja, a chave é símbolo da autoridade de Cristo.

2.     Jesus tem em suas mãos a chave da salvação

• Ninguém senão Jesus pode abrir a porta da salvação. A chave está na mão de Cristo e não de Pedro. Jesus na verdade disse a Pedra: “Dar-te-ei as chaves d
o reino dos céus”
(Mt 16:19). E Pedro usou-as. Foi por meio da sua pregação que os primeiros judeus foram convertidos no Pentecoste (At 2). Foi mediamente a imposição das suas mãos e de João que o Espírito Santo foi dado aos primeiros crentes samaritanos (At 8). Foi através do seu ministério que Cornélio e sua casa, os primeiros gentios foram salvos (At 10). Pedro de fato abriu o reino do céu para os primeiros judeus, os primeiros samaritanos e os primeiros gentios. Mas as chaves estão agora nas mãos de Jesus.

•     A porta da salvação foi e ainda está aberta. Todo aquele se arrepende e crê pode entrar. Mas um dia essa porta será fechada. O próprio Cristo a fechará. Porque a chave que a abriu irá fechá-la novamente. E quando ele fechá-la ninguém poderá abri-la. Tanto a admissão como a exclusão estão unicamente em seu poder.

•     Jesus alertou para o perigo das pessoas encontrarem a porta da salvação fechada. Ler LUCAS 13:24-28: “…”. É possível uma pessoa ser batizada, participar da comunhão e assim mesmo ficar de fora da porta da salvação.

3.     Jesus tem a chave da evangelização

•     Precisamos compreender a soberania de Cristo na realização da sua obra. Há portas abertas e portas fechadas. Quando ele abre ninguém fecha e quando ele fecha ninguém abre.

Ninguém pode deter a igreja quando ela pelas portas que o próprio Cristo abriu. Exemplo: Pedro esta preso e ameaçado de morte. Mas o portão de ferro abriu-se automaticamente. Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária apesar de serem perseguidos e Paulo apedrejado viram as maravilhas de Deus e relataram à igreja: “reunida a igreja, relataram quantas coisas Deus fizera com eles, e como abrira aos gentios a porta da fé” (At 14:22).

•     Cristo tem as chaves e abre as portas. Tentar entrar quando as portas estão fechadas é insensatez. Deixar de entrar quando estão abertas é desobediência.

•     Ouvimos hoje um clamor: “Passa a Macedônia e ajuda-nos”. Não podemos deixar nossos ouvidos surdos a esse clamor. Evangelismo é uma tarefa imperativa, intransferível e inadiável.

•     Esta igreja tem o projeto de plantar novas igrejas na Costa Oeste de Vitória e em outros bairros. As portas estão abertas!

V. JESUS NÃO APENAS CONHECE A POBREZA DA IGREJA, MAS PROMETE A ELA UMA GRANDE RECOMPENSA E UMA GLORIOSA HERANÇA V. 12

1.     Permaneça firme até a segunda vinda de Cristo – v. 11

•     Jesus envia uma telegrama à igreja: “Eis que venho sem demora!” (v. 11). É só mais um pouco e chegará o dia da recompensa. A herança que ele preparou para nós é gloriosa.

•     Cristo virá em breve. Não precisamos de nada novo. Precisamos guardar o que temos. Precisamos proclamar o que já possuímos.

•     A coroa aqui não é a salvação, mas o privilégio de aproveitarmos as oportunidades de Deus na proclamação do evangelho. Jesus disse para a igreja de Éfeso que se ela não se arrependesse, ele removeria o seu candeeiro, e removeu!

2.     O vencedor será coluna no santuário de Deus – v. 12

•     Se nos tornarmos peregrinos nessa vida, seremos uma coluna inabalável na próxima. Aqui os terremotos da vida podem nos abalar, mas no céu estaremos tão firmes e sólidos como a coluna do santuário de Deus.

3.     O vencedor terá gravado em sua vida um novo nome – v. 12

•     Esse novo nome terá o nome de Deus, da igreja, a nova Jerusalém e o novo nome de Cristo. Pertencemos para sempre a Deus, a Cristo e ao seu povo. Viveremos com ele em glória.

CONCLUSÃO

•     A porta aberta representa a oportunidade da igreja. A chave de Davi, a autoridade de Cristo. E a coluna do templo de Deus, a segurança do vencedor. Cristo tem as chaves. Cristo abriu as portas. Cristo promete fazer-nos seguros como as sólidas colunas do templo de Deus. Quando ele abre as portas nós devemos trabalhar. Quando ele fecha as portas nós devemos esperar. Acima de tudo, devemos ser fiéis a ele para vermos as oportunidades e não os obstáculos.

•     Agora é conosco. As portas ainda permanecem abertas. Cristo convida-nos primeiramente a entrar pela porta da salvação, e em seguida, pela porta do serviço, da evangelização. Igreja, veja as oportunidades e não os obstáculos!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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