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Estudo Escola Bíblica dominical – 1 Tessalonicenses 4
Agora, chegamos à segunda metade da carta em que o apóstolo dá instruções práticas para esses novos crentes em Cristo. Nesse capítulo, Paulo roga que eles obedeçam à Palavra (4:1,10,12,14). Sua palavra-chave nesse pedido é “a maneira de viver” ou “andar” (4:1,12). Por várias razões, compara-se o comportamento cristão com o andar: (1) o andar exige vida, o pecador morto não pode fazer isso; (2) requer crescimento, o bebezinho não consegue andar; (3) pede liberdade, pois a pessoa que está presa não pode andar; (4) precisa de luz, pois ninguém quer andar nas trevas; (5) não pode ser secreto, deve ser testemunhado por todos; (6) sugere progresso em direção a um objetivo. Paulo descreve o tipo de andar que o crente deve ter.
I. Ande em santidade (4:1-8)
Nessa passagem, Paulo lida com o casamento e a família. Esses novos cristãos corriam um grande risco de ter imoralidade em sua vida, porque, nessas cidades pagãs, o voto matrimonial não prescrevia nada em relação à pureza. O clima geral nessas cidades-Estado (antes da chegada do evangelho) era de lascívia e egoísmo, embora, sem dúvida, em muitas famílias pagãs prevalecesse o amor e a pureza. Paulo inicia pela responsabilidade que todo cristão tem de edificar uma família cristã que glorifique a Deus.
Basicamente, a imoralidade é defraudação e egoísmo. Por isso, Paulo exorta-os a viver para agradar a Deus, não a si mesmos. Ele estabelecera o exemplo (2:4) e esperava que eles seguissem. Em nome do Senhor, ele ordenou-lhes que, pelo poder de Deus, vivessem em pureza e santidade. Deus queria que eles fossem santificados. A palavra “santificado” significa apenas “separado para um propósito”. Você pode alugar o Hotel Jefferson, em Washington, D.C., mas não a Casa Branca. A última foi santificada, separada para um propósito. O crente foi separado para Deus; ele é um santo, separado. Temos a responsabilidade diária de devotarmo-nos mais e mais a Deus a fim de que sejamos total mente dele em corpo, em alma e em espírito (5:23). Nada torna uma pessoa mais impura que o pecado sexual (2 Co 7:1; 1 Co 6:13-20). A pessoa que viola seus votos matrimoniais peca contra Deus, contra si mesma e contra os companheiros cristãos; o Senhor lidará com a verdade.
No versículo 4, a palavra “corpo” refere-se ao corpo do crente ou ao da esposa (1 Pe 3:7). Em qualquer um dos casos, esse corpo foi comprado com o sangue de Cristo, santificado pelo Espírito (1 Co 6:9-11) e deve ser usado para a glória de Deus. Não prestar atenção à advertência do Senhor em relação ao pecado sexual entristece o Espírito e é um convite à disciplina divina. Lembre-se de Davi, de Sansão, de Judá e de outras personalidades bíblicas que caíram nesse pecado e pagaram caro por isso.
II. Ande em amor (4:9-10)
Não havia necessidade de escrever- lhes sobre o amor; ele ensinara isso a eles, e também Deus o fizera por meio de seu Espírito (Rm 5:5). O amor é uma da marcas de nascença do crente (1 Jo 3:14; 1 Pe 1:22; 1 Jo 4:9-12). O perdido talvez exclamasse ao ver a confraternização da igreja primitiva: “Veja, como eles amam uns aos outros!”. Todavia, devemos, a cada dia, amar mais todas as pessoas de Deus e o perdido (3:12), pois não é suficiente que amemos apenas as pessoas de nossa congregação, como faziam esses crentes tessalonicenses.
III. Ande em honestidade (4:11-12)
Agora, Paulo fala sobre a vocação do crente e o contato com o não-salvo. Um dos problemas da igreja tessalonicense era que algumas pessoas entenderam mal a promessa do retorno de Cristo, largaram o trabalho, tornaram-se “parasitas” e viviam à custa dos outros cristãos. Veja a advertência de Paulo em relação a isso em 2 Tessalonicenses 3:5-15.
O sentido literal da frase “diligenciardes por viver tranqüilamente” (v. 11) é “almeje viver tranqüilamente”. Ou seja, Paulo aconselhava-os a não se amofinarem, não se preocuparem nem se envolverem em atividades mundanas. “Cuidem do que é vosso” e não se metam nos assuntos alheios. E muito triste quando o cristão que não tem o que fazer se intromete na vida dos outros. O cristão que ganha o dia com o trabalho honesto e tem o cuidado de manter o bom testemunho influencia o não-salvo (veja Cl 3:22-25 e 4:5). Os que não trabalham não devem comer (2 Ts 3:10). Não pratiquemos a “caridade” não-bíblica ao usar o dinheiro do Senhor para ajudar cristãos “ociosos” e, assim, encorajá-los a continuarem com sua vida negligente.
Ande em esperança (4:13-18)
Essa é a clássica passagem a respeito do arrebatamento da igreja. Esses santos sentiam-se tristes e começaram a se perguntar se, no retorno de Cristo, os irmãos cristãos mortos seriam deixados para trás. Paulo assegurou-lhes que primeiro Cristo ressuscitaria os mortos, e, a seguir, todos os santos se juntariam a fim de se encontrar com ele, nos ares. Não confunda o arrebatamento da igreja (o encontro com Cristo nos ares) com a revelação do Senhor, o momento em que ele retornará à terra com seus santos para julgar os pecadores e estabelecer seu reino (2 Ts 1:7-12). O arrebatamento da igreja (encontro com Cristo nos ares) pode acontecer a qualquer momento, mas a revelação (retorno de Cristo) se dará uns sete anos após o arrebatamento.
Espera-se que os cristãos pranteiem os entes queridos mortos, todavia não devem se entristecer como as pessoas do mundo que não têm esperança. Sem dúvida, Cristo espera que choremos e sintamos solidão (veja Jo 11:33-36) quando atravessamos o vale; porém, em meio a nosso pesar, deve haver o testemunho da esperança viva que temos em Cristo (1 Pe 1:3).
Veja o consolo que o crente tem em momentos de pesar:
O consolo de que o crente não morreapenas dorme. No versículo 14, a frase “que nele [Jesus] dormiram” (NVI) quer dizer “posto para dormir por intermédio de Jesus”. Jesus Cristo sempre está a postos a fim de pôr o crente para dormir independentemente de como morra. Claro, o corpo dorme, não a alma, pois esta vai para o lado de Cristo (Fp 1:20-24; 2 Co 5:6-8). A palavra “cemitério” significa “lugar de repouso”, é o lugar em que o corpo descansa à espera da ressurreição.
O consolo do encontro celestial. A coisa mais difícil em relação à morte é ficarmos separados de nossos entes queridos, porém “estaremos para sempre com o Senhor” quando Cristo retornar. Os santos vivos não precederão os mortos, todos seremos arrebatados juntos para encontrar Cristo.
O consolo da bênção eterna. “Estaremos para sempre com o Senhor”. Ganharemos novos corpos (1 Jo 3:1-3; Fp 3:20-21). Paulo afirma que o corpo que deixamos no cemitério é como uma semente à espera da colheita (1 Co 15:35- 58). Com certeza, o corpo volta a ser pó e se torna parte da terra (Gn 3:19). Em momento algum, a Bíblia declara que Deus ressuscita e une cada partícula do corpo do crente, mas apenas que o corpo ressurrecto identifica-se com o sepultado. O corpo ressurrecto terá identidade com o sepultado e continuidade nele da mesma forma que a semente plantada (e que morre) no solo tem identidade com o broto que produz e tem continuidade nele. Ressurreição não é a mesma coisa que reconstrução.
A palavra “arrebatados” (v. 17) tem muitos sentidos: (1) levantar rapidamente, pois não haverá aviso (5:1-10); (2) levar à força, pois Satanás tentará impedir nosso arrebatamento para o céu; (3) reivindicar para si mesmo, da mesma forma que o Noivo reivindica a noiva; (4) mudar para um novo lugar; e (5) salvar do perigo, pois a igreja não passará pela tribulação (1:1 0; 5:9).
Na próxima semana continuaremos. Abraços a todos.