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Expondo o evangelho de Marcos – Capitulo 05
Marcos apresenta-nos três pessoas que têm uma coisa em comum: todas estão aos pés de Jesus (vv. 6 e 15,22,33).
O endemoninhado (5:1-20)
Mateus informa que dois homens endemoninhados encontram-se com Jesus (8:28), mas Marcos e Lucas focam em um deles, o mais falante, o homem que queria seguir Jesus e ser seu discípulo. A narrativa descreve a horrível situação desses homens que correram até Jesus e, mesmo assim, por causa dos demônios, temiam-no (vv. 6-7). Uma legião romana podia ter até 6 mil homens! Em nenhuma passagem, as Escrituras explicam o aspecto fisiológico ou psicológico de ser possuído pelo demônio, mas deixam claro o poder de nosso Salvador sobre ele. Toda pessoa não-salva é, em alguma medida, controlada por Satanás (Ef 2:1-3; Cl 1:13), embora as coisas horríveis descritas aqui (vv. 3-5) possam não se evidenciar na vida dela. Satanás é tanto um anjo de luz (2 Co 11:14) como um leão que ruge (1 Pe 5:8).
Os demônios temiam que Jesus os enviassem para o abismo (Lc 8:31: Ap 9:1-2,11; 20:1-3), o que significaria tormento eterno e o fim da liberdade deles para servir a Satanás na terra. Eles sabiam quem Jesus era e o que podia fazer com eles. Algumas pessoas criticam Cristo por ter destruído 2 mil porcos, porém essa acusação é insensata. Jesus podia enviar os demônios para qualquer lugar, mas realizou diversos propósitos quando decidiu mandá-los para os porcos.
Primeiro, ele demonstrou que os demônios eram reais e que a libertação era genuína. Segundo, forneceu uma prova vivida de que Satanás é um destruidor (Ap 9:11; Jo 10:10) e de que, para Satanás, o porco é tão bom quanto o homem! Se você entrega sua vida a Satanás e ao pecado, acaba vivendo e morrendo como um animal. Que alerta para os que assistiram a isso! Mas parece que eles não sentiram o ocorrido com o coração, pois pediram que Jesus se afastasse deles. Jesus, como Criador, é proprietário de todas as coisas (SI 50:10) e pode dispor delas como achar adequado. Por fim, a destruição dos porcos mostrou a condição espiritual das pessoas daquele distrito: elas preferiam ter seus porcos ao Salvador! O dinheiro era mais importante que a cura dos dois homens ou a salvação da alma deles mesmos.
Um dos homens curados ficou tão agradecido com o que Jesus fez por ele que queria segui-lo e servir-lhe, mas Cristo mandou-o para casa a fim de testemunhar aos gentios da região. É interessante o fato de Jesus ter respondido aos pedidos dos demônios e dos cidadãos, mas não ao do homem que queria ser seu discípulo. Isso nos alerta de que, antes de sair para servir a Jesus em qualquer outro lugar, devemos certificar-nos de que lhe servimos fielmente em casa.
II. O dirigente da sinagoga (5:21-23,35-43)
Jairo precisou de bastante coragem para ir até Jesus, pois muitos líderes religiosos estavam decididos a destruir o Senhor. Mas seu amor pela filha moribunda forçou-o a deixar de lado os preconceitos e ir até Cristo. O chão, aos pés de Jesus, nivela as pessoas, pois todos os que têm fardos se encontram lá. Jesus poderia curar a menina a distância Oo 4:46-54; Mt 8:5-13); ele, no entanto, escolheu seguir com o ansioso pai.
Talvez o atraso provocado pela mulher desconhecida tenha irritado Jairo, pois, enquanto Jesus a ajudava, chegou a notícia da morte de sua filha. Os amigos de Jairo têm certeza de que Cristo já não pode fazer mais nada (Jo 11:37), todavia ele é o único que pode vencer a morte (Hb 2:14-15). Jesus encorajou Jairo com as palavras “Não temas, crê somente” (v. 36). Quando tudo parece ruir à nossa volta e até os amigos nos desencorajam, tudo que podemos fazer é, pela fé, agarrar-nos às promessas de Deus.
Aparentemente, Pedro, Tiago e João formavam um “círculo mais íntimo” entre os discípulos, pois Jesus convidou apenas os três para compartilhar três experiências especiais com ele: a ressuscitação da filha de Jairo, a transfiguração (9:1-8) e sua oração no jardim de Getsêmani (14:33). Cada uma dessas experiências ensinou-lhes algo a respeito da morte: Cristo vence a morte, é glorificado na morte e entrega-se à morte.
Na verdade, a menina estava morta, e os pranteadores sabiam disso. Contudo, para o crente, a morte é apenas dormir: o espírito deixa o corpo (Tg 2:26), e o corpo dorme (1 Ts 4:1 3-1 8). O espírito não dorme na morte, mas vai para junto do Senhor (Fp 1:20-23). Veja a ternura e a praticidade de Jesus: ele pede que dêem algo para a menina comer!
III.A mulher sofredora (5:24-34)
O problema dessa mulher não trazia apenas desconforto e desencorajamento, mas impedia-a de adorar no templo (Lv 1 5:1 9ss) e custou-lhe todos os bens em remédios inúteis. (Lucas, um médico, disse que “ninguém tinha podido curar” a mulher — Lc 8:43. Marcos não é tão afável com os médicos. Ele escreveu que ela “muito padecera à mão de vários médicos” [v. 26].)
Temos de admirar a fé dessa mulher, pois ela abriu caminho em meio a uma multidão compacta a fim de aproximar-se de Jesus. As pessoas podiam abrir caminho para uma pessoa importante como Jairo, mas quem daria passagem para uma mulher pobre e necessitada? O texto do versículo 28, em grego, declara: “Pois ela continuava a dizer”. É como se ela encorajasse a si mesma enquanto abria caminho para chegar até Jesus. Sua fé foi recompensada!
Todavia, Jesus não queria que ela vivenciasse um milagre sem ter a chance de glorificar a Deus (SI 107:2,20-21). Com brandura, ele encorajou-a a dizer o que acontecera; depois, mandou-a seguir seu caminho em paz (v. 34). Isso sugere que ela vivenciou muito mais que cura física: ela reconheceu Jesus como seu Senhor e Salvador (veja Lc 7:40-50). Seu testemunho do poder de Cristo deve ter encorajado Jairo enquanto esperava, no entanto parece que ele não compreendeu a mensagem.
Essas são apenas três pessoas das muitas que chegaram aos pés de Jesus durante seu ministério terreno. Leia os quatro evangelhos e conheça essas pessoas. Elas, à medida que revelam o amor e o poder de Jesus, serão uma bênção para você.