17.01.2015. Expondo o livro de Gênesis – Capítulos 13.5 a 14.24

Expondo o livro de Gênesis – Capítulos 13.5 a 14.24

Texto Base:  Genesis 13.8-13; Gênesis 14.18-20

Aqui, iniciamos o relato trágico da apostasia e do fracasso de Ló. Ele é o retrato do crente mundano que perde tudo no fogo do julgamen­to (1 Co 3:11 -15). A vida de Ló, deve nos alertar para os perigos da apostasia.

I. O conflito (13:5-7)

Ló caminhava na carne, e Abraão caminhava no Espírito. Isso sempre leva ao conflito. A causa exterior era o aumento da riqueza; a causa real era a incredulidade e carnalidade de Ló. Cristo é um divisor de águas (Jo 7:43; 9:16; 10:19). A presença dele traz conflito entre pessoas da mesma família (Lc 12:49-53). O conflito com Ló deve ter sido um peso para Abraão e Sara, ao mesmo tempo que era um triste testemunho do paganismo que agora havia na terra.

II.  A escolha (13:8-18)

As pessoas mostram o seu verdadei­ro eu por intermédio das escolhas que fazem. Observe o que Ló revela aqui:

A.           Orgulho (vv. 8-9)

O mais jovem deve submeter-se ao mais velho (1 Pe 5:5), contudo Ló põe-se à frente de Abraão. Este era um homem benevolente. Ele ansiava por promover a paz (S1133). Enquan­to Abraão preocupava-se em manter um bom testemunho, Ló preocupa­va-se apenas consigo mesmo. Con­tudo, “a soberba precede a ruína” (Pv 16:18), e Ló perdería tudo!

B.            Incredulidade (v. 10a)

“Levantou Ló os olhos” — ele vivia pela visão, não pela fé. Se Ló con­sultasse Deus, descobriría que o Senhor planejava destruir Sodoma, mas, em vez disso, ele confiou na própria visão e escolheu a cidade rica e pecaminosa.

C.            Mundanidade (v. 10b)

A terra que Ló viu era “como a terra do Egito” — isso foi tudo que teve importância para ele! Ló caminhava segundo a carne, vivia para as coi­sas do mundo. Para Ló, a região em volta de Sodoma parecia bem irri­gada e fértil, mas para Deus ela era pecaminosa (v. 13). Os descrentes de hoje, como Ló, fundamentam suas esperanças neste mundo e riem da idéia de que, um dia, Deus destruirá o mundo por meio do fogo (2 Pe 3).

D.           Egoísmo (v. 11)

Ló devia seu sucesso principalmen­te à bondade de Abraão, contudo o jovem deixou o tio generoso e ten­tou pegar “o melhor” para si mes­mo. É claro, Deus queria separar Ló e Abraão (12:1), mas, do ponto de vista humano, essa separação era difícil e penosa.

E.            Negligência (v. 12)

Primeiro, Ló olhou em direção a So- doma. Depois, ele se moveu em di­reção a Sodoma. Não muito tempo depois (14:12 e 19:1), ele passou a morar em Sodoma. O versículo 11 conta-nos a jornada de Ló em dire­ção ao oriente; ele, em vez de cami­nhar na luz, foi em direção à escuri­dão (Pv 4:1 8).

Ao mesmo tempo que Ló se dis­tanciava mais do Senhor, Abraão se aproximava mais dele! Ló tornava-se um amigo do mundo (Tg 4:4); Abraão se tornava amigo de Deus (Tg 2:23). Deus disse a Abraão que levantasse os olhos (veja v. 14-15) e observasse a terra inteira. As pessoas do mundo afirmam o que seus olhos podem ver; as pessoas de fé declaram o que os olhos de Deus vêem! Ló pegou uma parte da terra, mas a Abraão foi dada toda a terra. Deus sempre dá o melhor àqueles que deixam a escolha por conta dele (Mt 6:33). Deus prometeu abençoar a semente de Abraão, mas a família de Ló des­truiu-se em Sodoma ou corrompeu- se na caverna (19:12-38). O versícu­lo 17 deixa claro que o crente deve apressar-se em direção às promessas de Deus e afirmá-las pela fé (Js 1:3). Ló perdera seu altar e logo perderia sua tenda (19:30), mas Abraão ain­da tinha sua tenda e seu
altar. Vale a pena andar pela fé e confiar na Pala­vra de Deus!

III. O cativo (14:1-12)

Os arqueólogos confirmam a exati­dão do relato bíblico dessa primeira guerra. Quando Ló entrou em So­doma (v. 12), perdeu a proteção do “Juiz de toda a terra” (18:25) e sofreu as consequências disso. Ló seguiu a vereda da amizade com o mundo (Tg 4:4), depois a do amor do mundo (1 Jo 2:15-17), a seguir a da confor­midade ao mundo (Rm 12:2) e, por fim, a do julgamento com o mundo (1 Co 11:32). Ló pensou que Sodoma fosse um lugar de paz e de proteção; entretanto, ela tornou-se um lugar de combate e de perigo!

Raramente, os santos são “cati­vados pelo mundo” de forma repen­tina. Eles entram nos locais de perigo aos poucos, em estágios. Com Ló, o processo iniciou-se quando adotou o Egito como padrão e começou a caminhar pela visão, em vez de pela fé. Ele preferiu as pessoas do mundo a seu tio piedoso, e as casas de Sodo­ma às tendas de Deus. O resultado disso: ele ficou cativo!

IV. A conquista (14:13-24)

O piedoso Abraão, embora vivesse em uma tenda, estava em local segu­ro. Abraão, ao saber da situação de Ló, fez algo generoso e foi resgatá-lo. Apenas o crente separado pode sal­var o apóstata, e o apóstata volta-se para esse santo fiel quando está com problemas. Nesse capítulo, Abraão liberta Ló com sua espada. Ele, pela fé, domina o inimigo, percorrendo 193 quilômetros para fazer isso. Veja 1 João 5:1-4. Em 19:29, Abraão li­berta Ló por meio da oração (18:23- 33). O cristão mundano é realmente afortunado se tem um ente querido que ora por ele!

Abraão, depois da vitória, en­frenta grande tentação quando se en­contra com o rei de Sodoma. Em ge­ral, é verdade que Satanás tenta-nos logo após uma grande vitória espiritu­al. Satanás encontra Cristo no deserto depois de ele ser batizado. Elias foge com medo depois de seu grande tra­balho de fé no monte Carmelo (1 Rs 19). O rei de Sodoma quer negociar com Abraão e fazer com que ele faça concessões e aceite as riquezas de Sodoma, mas Abraão recusa a oferta. Fora provado que a riqueza do Egito era uma cilada. A riqueza de Sodoma seria ainda pior. Se Abraão não esti­vesse em guarda, sucumbiría à sutil tentação e usurparia toda a glória de Deus. As pessoas diriam: “Abraão sal­vou Ló pelo que poderia ganhar com isso, não por causa de sua fé e de seu amor. Abraão recusou-se a viver em Sodoma com Ló, mas ele também gosta das posses de Sodoma”. Abraão perdería seu testemunho.

Abraão ignorou o rei de So­doma, mas honrou o rei de Salém. Hebreus 5—7 deixa claro que Melquisedeque (“rei da retidão”) é um tipo de Cristo, nosso Sumo Sacer­dote divino. Cristo, como o rei de Salém (“paz”), dá-nos paz por meio de sua retidão, possibilitada por sua morte na cruz. É encorajador ver Melquisedeque encontrar Abraão exatamente quando o rei de Sodoma o tenta! Cristo, como Rei e Sacerdo­te, pode dar-nos “graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4:16). O pão e o vinho (v. 18) simbolizam o corpo e o derramamento do sangue de Cristo, pois é a cruz que torna possível o sacerdócio divino de Cristo. Melquisedeque encontrou Abraão, alimentou-o e abençoou-o. Que Salvador maravilhoso!

Abraão honrou Melquisedeque ao pagar-lhe o dízimo de tudo. Esse é o primeiro exemplo de dízimo na Bíblia, e isso ocorreu anos antes do recebimento da Lei Mosaica. He­breus 7:4-10 indica que esses dízi­mos eram pagos (em espécie) a Cris­to, o que sugere que os cristãos de hoje seguem o exemplo de Abraão ao pagarem dízimos ao Senhor. Abraão recusou as riquezas do mundo, mas compartilhou sua riqueza com o Se­nhor, e Deus abençoou-o muito.

Essa batalha e essa noite de pe­rigo trouxeram Ló ao seu juízo? In­felizmente, não! Em 19:1, o vemos de volta a Sodoma. O coração de Ló estava em Sodoma, portanto era para onde seu corpo tinha de ir.

Conclusão

O relato de Abraão e Ló nos mostram que nossas escolhas tem consequências.  A escolha de Ló trouxe-lhe mais tarde perdas, a de Abraão, baseada na fé e confiança em Deus, trouxe-lhe recompensas.

Assim, nossas escolhas não devem se fundamentar na aparência do que vemos ou do que nos cerca. Confiemos em Deus. E firmemos nossas vidas em suas promessas.

Ate a próxima semana.

 

Pr Josias Moura de Menezes
 

 

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