COMO IDENTIFICAR UMA SEITA?

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COMO IDENTIFICAR UMA SEITA?

    “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.  E muitos se se­guirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade; e, por avareza, farão de vós negócio com pala­vras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença , e a sua perdição não dormita” (2 Pe 2.1-3).

 

 

Existem 11 religiões no mundo, incluindo o Cristianismo. São elas: Hinduísmo, Jainismo, Budismo, Siquismo (originári­as da índia), Confucionismo, Taoísmo (China), Xintoísmo (Ja­pão), Judaísmo (Palestina), Zoroastrismo (Pérsia atual Irã) e Islamismo (Arábia). Cada uma delas, na sua maioria, está di­vidida em outros ramos principais, no caso do Cristianismo, seus ramos principais são: Catolicismo Romano, Catolicismo ortodoxo e o Protestantismo. As seitas discordam do ensino básico e comum defendidos por ramos principais. Havia dentro do pró­prio judaísmo grupos religiosos distintos e até antagônicos, como os fariseus e saduceus.

 

PRINCIPAIS SEITAS DOS DIAS DE JESUS

 

O Novo Testamento usa a palavra grega hairesis para identifi­car esses grupos religiosos. O apóstolo Paulo disse: “… conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu” (At 26.5). Essa mesma palavra é usada para identificar os saduceus: “E, levantando-se o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja” (At 5.17). Veja que o judaísmo, que era a religião de Saulo antes de sua conver­são, conforme Gálatas 1.13,14, congregava em seu bojo esses gru­pos religiosos, que o próprio Novo Testamento chama de seita.

Três grupos religiosos surgiram dentro do judaísmo no período interbíblico, nos dias de João Hircano II, da família dos Macabeus, por volta da metade do séc. II, a.C. Foram eles os fariseus, os saduceus e os essênios, cada um desses grupos com suas caracte­rísticas sociais, religiosas e políticas.

 

Os fariseus

 

Os fariseus, do hebraico prushim,que significa “separados”, porque não concordavam com os saduceus. Defendiam a separa­ção do Estado da religião e achavam que o estado devia ser regido pela Torá, a lei de Moisés. Eram provenientes principalmente da classe média urbana, mas havia alguns camponeses. Representa­vam o povo, e apesar de serem minoria na sociedade pré-cristã, exerciam fortes influências na comunidade judaica. Eram membros do sinédrio e tornaram-se inimigos implacáveis de Jesus.

Os evangelhos estão repletos de provas do comportamento negativo do
s fariseus e de suas hipocrisias. Jesus os censurou se­veramente em Mateus
23. Eles se caracterizaram de maneira marcante pela hipocrisia. A palavra fariseutornou-se sinônima de hipócrita e fingido, até os dias de hoje.

 

Os saduceus

 

O saduceus surgiram juntamente com os fariseus e eram pro­venientes da aristocracia do templo. Sua ideologia se opunha a dos fariseus. O nome vem do hebraico, tsedukim, de Zadoque, família que detinha o cargo de sumo sacerdote desde a época de Salomão: “… e a Zadoque, o sacerdote, pôs o rei em lugar de Abiatar” (1 Rs 2.35). Defendiam a política expansionista dos Macabeus e a união da religião com o Estado, queriam que o sumo sacerdote governasse a nação.

Alegavam aceitar apenas os cinco livros de Moisés, rejeitando os demais livros do Antigo Testamento. Aceitavam o Pentateuco com cer­ta reserva, pois não acreditavam em anjos, espíritos e nem na ressurrei­ção: “… os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa” (At 23.8). Por isso Jesus fez questão de mostrar que é o Pentateuco que mostra ser o Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó, o Deus de vivos e não de mortos, em Lucas 20.37,38. Por que Jesus não citou outras partes das Escrituras que falam da ressurreição dos mortos? Para tomar mais evidente a contradição das crenças dos saduceus.

Muitos deles eram sacerdotes, conforme já vimos em Atos 5.17, e eles exerciam fortes influências no sinédrio. Eram inimi- migos mortais de Jesus. Uniram-se aos fariseus, superando to­dos os obstáculos ideológicos, para somar as forças e assim poderem matar a Jesus.

 

Os essênios

 

Os essênios não aparecem no Novo Testamento, pois viviam no deserto. Eram chamados os issiim, que em hebraico significa “os que curam”. O nome se justifica porque possuíam realmente um conhecimento muito avançado da medicina. Tornaram-se co­nhecidos em todo o mundo, em nossos dias, por causa das grandes descobertas dos manuscritos do mar Morto. Eles diziam que a política hasmoneana (família dos Macabeus) terminaria trazendo a destruição do país, e com ela a vinda do Messias.

Eles se retiraram para o deserto ao invés formar uma facção político-religiosa. Formaram comunidades à beira do mar Mor­to. Não reconheciam a autoridade do sumo sacerdote e nem o culto do templo de Jerusalém. Trabalhavam, meditavam e espe­ravam a vinda do Messias. Sua disciplina era rígida, tinham há­bitos de higiene muito rigorosos, uma moral muito forte e leva­vam uma vida simples. E o que descobriram arqueólogos israe­lenses. São citados pelo historiador Flávio Josefo,Antiguidades Judaicas, editado pela CPAD.

Não é verdade que João Batista e o Senhor Jesus tivessem sido essênios. Não há prova e nem evidência disso. Eruditos judeus, católicos e protestantes, depois de 40 anos de investi­gações, traduções e decifrações desses manuscritos, todos una­nimemente afirmam não haver encontrado algo que vincule de maneira concreta os essênios aos cristãos. Isso está num livro secular, intitulado Para se Compreender os Manuscritos do Mar Morto, uma coletânea de ensaios, publicados por eruditos du­rante 40 anos, que trabalharam diretamente nesses manuscri­tos. Trata-se, portanto
, de textos de primeira mão, publicados por autoridades mundialmente reconhecidas.

Depois surgiu o quarto grupo, os herodianos, nos dias de Herodes, o grande (47 – 4 a.C.). Não eram uma seita religiosa, mas os apoiadores da dinastia de Herodes, na tentativa de im­pedir um governo direto de Roma. Foram instituídos com inte­resses nacionalistas e eram a favor dos impostos. O discurso de Jesus também os incomodava. Formaram conselho com os fariseus com o propósito de matar a Jesus e assim se verem livres dEle: “E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conse­lho com os herodianos contra ele, procurando ver como o ma­tariam” (Mc 3.6). Estavam associados aos fariseus na questão do tributo. Veja Mateus 22.16 e Marcos 12.13.

 

O QUE SIGNIFICA UMA SEITA?

 

O historiador Flávio Josefo e muitos outros escritores anti­gos usaram a palavra hairesis com o sentido de “escola” de pen­samento, “doutrina” ou “religião”, sem conotação pejorativa. O verbo grego haireo, de onde vem o substantivo em foco, signifi­ca “escolher”. Na literatura clássica tem o sentido de escolha filosófica ou política. Mas no Novo Testamento essa palavra tem também o sentido de “divisão, dissensão”, pois lemos: “E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós” (1 Co 11.19). A Versão Almeida Atua­lizada traduziu por “partido”, a NVI, por “divergências”, a Tra­dução Brasileira, por “facção”. A mesma palavra aparece em Gálatas 5.20 e é traduzida por “dissensão”.

Essa palavra foi usada indevidamente para identificar os cris­tãos do séc. I, ainda na época dos apóstolos, quando o apóstolo Paulo foi chamado de “… o principal defensor da seita dos nazarenos” (At 24.5). Porém, mais adiante o apóstolo rebate, di­zendo: “Mas confesso-te que, conforme aquele Caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei de Moisés e nos Profetas” (At 24.14). Ele não admitiu ser o Cristianismo uma seita, mas que assim era chamado por aqueles que estão do lado de fora, e que não conhe­cem a verdadeira natureza do Cristianismo.

Convém também salientar que a palavra grega para “he­resias”, no Novo Testamento, é a mesma para “seita”, hairesis. O termo “herege”, que aparece em Tito 3.10, hairetikos, é ad­jetivo que vem do referido substantivo grego. O sentido de erro doutrinário, como “heresia”, no campo teológico que nós conhecemos hoje, aparece pela primeira vez em 2 Pedro 2.1: “… que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor, que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”. É nessa acepção que estamos refutando essas heresias.

Atualmente a palavra “seita” é usada para designar as religi­ões heterodoxas ou espúrias. É uma palavra já desgastada, trazen­do em si, muitas vezes, um tom pejorativo. São grupos que surgi­ram de uma religião principal e seguem as normas de seus líderes ou fundadores e cujos ensinos divergem da Bíblia nos seus princi­pais pontos da fé cristã. São uma ameaça ao cristianismo históri­co e um problema para as igrejas. Estão bem aparelhadas para combater a fé cristã. Apresentam-se, muitas delas, com uma es­trutura organizacional de fazer inveja a qualquer empresa multinacional, como os mórmons, as Testemunhas de Jeová, a Igre­ja da Unificação do Reverendo Moon e outras.

As heresias afetam os pontos principais da doutrina cristã, no que diz respeito a Deus: Trindade, o Senhor Jesus Cristo e o Espí­rito Santo; ao homem: natureza, pecado, salvação, origem e desti­no; aos anjos, à igreja e às Escrituras Sagradas. O mais grave erro é quando diz respeito à Divindade. Errar em outros pontos da fé cristã pode até não afetar a salvação, mas a doutrina de Deus é inviolável. Negar “o Senhor” é trazer sobre si repentina perdição.

Os novos movimentos internos co
mo a Confissão Positiva e o G-
12 não devem ser classificados como seitas, pois além de não afetarem os pontos salientes da fé cristã, seus ensinos e práticas não são necessa­riamente heresias, mas aberrações doutrinárias. O efeito destrutivo pode ser pior do que o dos movimentos externos, pois Satanás se utiliza, muitas vezes, da arrogância ou da ignorância dos mentores dessas ino­vações para causar divisões nas igrejas. Eles estão mais para esoterismo do que para pentecostalismo. Além disso, estão muito próximos da Nova Era, com suas crenças da deificação do homem.

 

QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DAS SEITAS?

 

Qualquer movimento que discorda dos pontos fundamen­tais da fé cristã, defendido pelos três principais ramos do Cristi­anismo, tais como: autoridade da Bíblia, Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, pecado, inferno, salvação e o homem é seita. No caso das religiões não cristãs, que apesar de negarem os valores cristãos já citados, não são seitas em virtude de sua estrutura, história e influência na sociedade. São reconhecidas como falsas religiões, com exceção do Judaísmo, que originalmente veio de tempo por causa da sua rejeição ao Messias. Mas eles têm pro­messas de Deus, no contexto histórico-escatológico.

Deus permite que essas coisas aconteçam para provar a cada um de seuá” servos. É o que diz a Bíblia: “Quando profeta ou sonha­dor de sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos, por­quanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma”. (Dt 13.1-3). Esse texto bíblico, em si, já explica a exis­tência de todas essas religiões falsas e seitas, ao longo dos séculos.

O sobrenatural não é prova de que Deus esteja presente nesse ou naquele grupo religioso. Jesus disse, em Mateus 24.24, que esses falsos cristos e falsos profetas operam maravilhas tais, que se possível, enganariam até os escolhidos. A Bíblia diz ainda que Satanás pode até se transfigurar em anjo de luz e seus mensageiros em ministros de Justiça, para atrair as pesso­as, como escreveu o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 11.14,15. Quando alguém ou um grupo aparecer mostrando todas essas maravilhas, e convidar a você para ir “após outros deuses”, ou seja, ensinar uma teologia fora da ortodoxia, você deve rejei­tar. É isso que o texto de Deuteronômio 13.1-3 está ensinando.

 

O Jesus das seitas

 

O conceito errôneo sobre a Pessoa de Jesus pode afetar todos os demais pontos essenciais do Cristianismo ou parte deles. É sobre esse tema que devemos dar prioridade na vigilância da doutrina. É verdade que as heresias abrangem todos os aspectos da doutrina cristã, mas nenhuma doutrina tomou-se tão controvertida e alvo de tantos ataques quanto a doutrina cristológica. Todos os líderes religiosos que ensinam e defendem uma cristologia estranha ao Novo Testamento se inserem nesse contexto. O apóstolo Pedro afirma que negar ao Senhor que os resgatou são “heresias de perdição”. Veja 2 Pedro 2.1; 2 João 7.

O Senhor Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Isso significa que conhecer um Jesus estranho ao Novo Testamento, mencionado em 2 Coríntios 11.4, leva o homem a ado­rar um Deus errado e o fim é terminar também num céu errado.

Quando perguntaram a Jesus qual o primeiro de todos os mandamentos, ele respondeu: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças” (Mc 12.29, 30). Essa resposta mostra que a doutrina de Deus é uma questão de vida ou morte e não uma cren­ça alternativa. Isso implica na doutrina da Trindade.

As Testemunhas d
e Jeová afirmam que Jesus é um deus de segunda categoria, que o Espírito Santo é uma força ativa e impes­soal e que a Trindade é uma doutrina
pagã. Os mórmons pregam a divindade do homem e chama as três Pessoas da Trindade de três Deuses. Dizem que a divindade de Jesus é igual a de toda a huma­nidade, pois ensinam que “Como o homem é, Deus foi; como Deus é, o homem poderá vir a ser”.

A Nova Era prega o panteísmo e a divindade do homem. A Igreja Local de Witness Lee, apesar de usar com frequência o nome Trindade em suas publicações e defenderem a deidade de Cristo, negam-na na exposição dela; é uma crença unicista. Todas as seitas orientais e ocultistas recusam a doutrina bíblica da Trindade.

A Ciência Cristã ensina que Jesus possuía apenas a natureza humana, sua divindade é meramente uma ideia. Os Meninos de Deus, que a partir de 1994 adotaram um novo nome “A Família”, afirmam que Jesus teve um início. O Reverendo Moon nega a res­surreição de Jesus e afirma que sua morte foi um erro lamentável. A Ciência Divina ensina que Cristo é um princípio interior e a Ciência Religiosa prega que Jesus deve ser distinto de “Cristo”. A Teosofia ensina que o Jesus histórico era meramente humano e os unicistas negam a Trindade e ensinam que o Pai, o Filho e o Espí­rito Santo são uma só Pessoa. Todos esses conceitos cristológicos contrariam o ensino bíblico e estão no contexto petrino de “nega­rão ao Senhor que os resgatou”, e o fim deles é a perdição.

 

A Bíblia e as seitas

 

As seitas rejeitam a autoridade e inspiração das Escrituras. Há movimentos que admitem crer na Bíblia e segui-la, como as Testemunhas de Jeová, embora na prática não seja assim. Não reconhecem a autoridade dos manuscritos gregos, do contrário não usariam o nome “Jeová” 237 vezes no Novo Testamento da Tradução do Novo Mundo, mesmo reconhecendo que o Tetragrama não aparece uma vez sequer em nenhum manuscrito ou papiro grego.

Creem cegamente nas publicações da Sociedade Torre de Vigia. Chegaram a declarar: “Em essência, mostramos que a So­ciedade é uma sociedade inteiramente religiosa; que os membros aceitam como seus princípios de crença a Santa Bíblia, conforme explicada por Charles T. Russell”. A Bíblia só é aceita com a expli­cação do fundador do movimento das Testemunhas de Jeová.

Acreditam que a Bíblia não pode ser entendida sem a revista A Sentinela e sem a Sociedade Torre de Vigia: “É todo-importante estudar a Bíblia, e, visto que A Sentinela auxilia a entender a Bíblia, seu estudo é também imperativo.” No parágrafo seguinte continua: “O estudo particular da revista é essencial… Se tivermos amor a Jeová, e à organização de seu povo, não teremos suspeitas, mas como diz a Bíblia, ‘creremos em todas as coisas’, todas as coisas que A Sentinela esclarece, uma vez que tem sido fiel em nos dar conhecimento dos propósitos de Deus e em nos guiar no caminho da paz, da segurança e da verdade, desde seu início até o dia atual” (Qualificados para Ser Ministros, p. 144). Nessa decla­ração A Sentinela é colocada no mesmo nível da Bíblia. Colocar qualquer outro escrito com a mesma autoridade da Bíblia ou aci­ma dela constitui-se heresia.

Os mórmons têm o Livro de Mórmon, A Pérola de Grande Valor, Doutrina e Convêniose outras obras chamadas de “obra padrão”. Logo na folha de rosto do Livro de Mórmon diz: “Um outro testamento de Jesus Cristo”. Se é outro testamento, pode­mos, com autoridade da Palavra de Deus, impugná-lo. Não po­demos recebê-lo de acordo com o que ensina o apóstolo Paulo, não devemos receber outro evangelho além do que está no Novo Testamento, ainda que seja pregado por um anjo, conforme le­mos em Gálatas 1.8,9.

O credo mormonista coloca o Livro de Mórmon acima da Bíblia quando declara sua crença na Bíblia “desde que seja fiel a sua tradução e também no Livro de Mórmon” (Regras de Fé, arti­go 8°). Por que para se crer na Bíblia exigiu restrição, mas no Livro de Mórmon não? James E. Talmage, proeminente líder mórmon do início do séc. XX, responde a essa pergunta dizendo que “não há e nem pode haver uma tradução absolutamente fidedigna desta e de outras Escrituras”. Essa resposta é uma maneira sutil de dizer que o mormonismo não crê ser a Bíblia a Palavra de Deus.

Há seitas que não reconhecem a autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus, como a Nova Era, os espíritas e suas ramifica­ções, seitas orientais, Hare Krishna e Seicho-no-iê. Embora às vezes façam citações da Bíblia, quando essas passagens bíblicas pare­cem oferecer sustentação a suas crenças.

 

A salvação e as seitas

 

Além de apresentar um modelo falso de salvação, defendem o exclusivismo, isto é, monopolizam a salvação. As Testemunhas de Jeová pregam ser impossível fazer a vontade de Deus fora da Torre de Vigia. Ousam substituir Jesus Cristo pela sua organização. Ensinam que existe um só caminho para a salvação, mas que este caminho é a Sociedade Torre de Vigia. A Bíblia diz que o único Caminho para a salvação é Jesus (João 14.6). Por isso aprenderam que, quem quiser obter a vida eterna precisa pertencer a organização delas. Esta é uma declaração monstruosa e assombrosa, mas é o evangelho das Teste­munhas de Jeová, completamente estranho ao Novo Testamento.

Outras seitas pregam deter o monopólio da salvação da hu­manidade. Os mórmons afirmam que todas as igrejas da terra se apostataram e Jesus escolheu Joseph Smith Jr. para começar tudo de novo, por isso creem que somente eles estão com a verdade. Os adventistas chamam a si mesmos de igreja dos remanescen­tes e as demais igrejas como apóstatas e comprometidas com a besta. A Igreja Local de Witness Lee engloba no mesmo bojo demais igrejas como apóstatas e comprometidas com a besta. A Igreja Local de Witness Lee, engloba no mesmo bojo protestantes, católi­cos e judeus e pregam o exclusivismo, como se a salvação fosse monopólio apenas do seu movimento.

 

A HERMENÊUTICA

 

Todas as heresias e aberrações doutrinárias são provenientes de interpretações errôneas da Bíblia e significados diferentes às palavras básicas da fé cristã. O sentido correto de um texto só é possível mediante a aplicação correta da exegese e da hermenêutica. O exegeta sincero procede conforme certos princípios básicos para uma análise honesta do texto. Para a interpretação é necessário considerar o sentido contextual, analógico e histórico.

O vocábulo “exegese” vem do grego exegesis, duas pala­vras ek e egeomai, que juntas significam: “extraio, tiro, saco”, de sacar, conduzir para fora. A “exegese” é a ciência da interpre­tação, é a extração do autêntico sentido da palavra. É a análise do que a palavra diz, e não do que eu quero que ela diga. As doutrinas bíblicas são de dentro para fora. Isso se chama exegese. As dos homens, são de fora para dentro, eisegese. Esse último os cristãos ortodoxos rejeitam, mesmo que apareçam travestidas de roupagens bíblicas.

É muito comum na língua grega usar a preposição em com­posição com o verbo. A preposição ex significa “de, de dentro, de dentro para fora” e a preposição eis, que significa, “para dentro, para, em”. A palavra eisegese consta dos dicionários gregos. O Di- cionário Houaiss da Língua Portuguesa parece ser o primeiro dici­onário de nossa língua que registra a referida palavra.

Uma boa exegese deve seguir as regras de inteipretação. Es­sas regras valem não somente para as Escrituras Sagradas, mas também para qualquer literatura. A eisegese é justamente esse o método de interpretação das seitas.

Os mórmons usam as palavras “Deus, Filho de Deus, salva­ção” e outras com significados diferentes daquele que a Bíblia lhe atribui. Para os muçulmanos, o pecado é simplesmente violação das leis islâmicas; oração é a regra de orar cinco vezes ao dia. As Testemunhas de Jeová agem como um advogado que está defen­dendo seu cliente. Buscam no dicionário o sentido que a palavra permite para consubstanciar sua defesa no processo que está con­duzindo. Por exemplo, buscam no dicionário grego a palavra psyche ou o seu equivalente hebraico nephesh,“alma”, num dicionário hebraico. De todos os possíveis significados, eles selecionam ape­nas o sentido que lhe interessa, sem avaliar o contexto. Veja o comentário sobre Ezequiel 18.4, nos § 93 e 94 do capítulo 12, além de muitos outros exemplos.

Outro exemplo pode ser visto no mormonismo, quando seus líderes usam o texto de 1 Coríntios 15.29 para justificar a doutri­na do batismo pelos mortos. Veja esse comentário nos § 68 e 69 do capítuloll.

Não é possível prever até aonde essas interpretações podem chegar. Convém apresentar aqui alguns exemplos de uma obra intitulada Jeová Falso Deus?, que será identificado aqui pelas ini­ciais JFD. Esse livro apresenta alguns bons exemplos de eisegese.

A obra traz revelações inusitadas so­bre a natureza e atributos do Deus Jeová.

Trata-se de uma obra que se in­surge contra o monoteísmo judaico- cristão e ultraja a santidade do Deus adorado por judeus e cristãos. Prega o politeísmo, afirmando existir vári­os deuses no céu e na terra. Além dis­so, chama explicitamente Jeová de falsa divindade. O livro usa, muitas vezes, o nome “deus” com “d” mi­núsculo ao se referir ao Deus que nós servimos, colocando-o na categoria de divindades falsas. As vezes, transcreve textos bíblicos de maneira alterada, isso para dar sustentação aos argumentos ali apresentados.

O livro vai mais além, chama Jeová de Deus mentiroso, usurpador, igual ao deus falso Moloque, e que não cumpre sua palavra chegando a associar o Deus Jeová de Israel com o pró­prio diabo. A começar pela capa, o livro apresenta o nome “JEOVÁ” com as respectivas letras vertendo sangue, idêntico aos cartazes de filmes macabros de terror, vampiros, monstros, etc., associando o nosso Deus ao príncipe das trevas, dando a ideia de uma divindade sanguinária.

O livro JFD procura mostrar que somos adoradores de um deus falso. Com isso agride e insulta tanto os protestantes como os católi­cos ao afirmar que o Deus Jeová, o Deus de Israel, revelado na Bíblia é uma divindade falsa, está associado ao diabo. Para fundamentar suas crenças, veja o que foi feito de algumas passagens bíblicas.

 

Jefté e o sacrifício de sua filha

 

A Bíblia diz que Jefté fez um voto a Deus. Caso fosse bem sucedido na batalha contra os amonitas, ele ofereceria ao Deus Jeová, em sacrifício o que primeiro que aparecesse em sua frente ao chegar em sua casa. Aconteceu que ele derrotou os amonitas e ao chegar em casa sua filha foi quem primeiro apareceu ao seu encontro. Isso está registrado em Juízes 11.30-40. O texto diz que Jefté cumpriu o voto.

Há uma longa discussão sobre esse sacrifício entre os exposito­res da Bíblia, que vem atravessando os séculos, sobre o sentido de “cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceu varão” (v. 39). Uma linha de interpretação afirma que o sacrifício foi literal; e outra, que foi o celibato, a moça sacrificou a sua virgindade, não se casando, pois o texto diz: “deixai-me por dois meses que vá, e chore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras. E disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses. Então foi-se ela com as suas companhei­ras e chorou a sua virgindade pelos montes” (vv 37, 38). Há ainda alguns pontos que precisam ser considerados sobre essa questão.

O texto sagrado, em nenhum lugar, afirma que Jeová mandou Jefté oferecer tal sacrifício, e da mesma maneira não diz que Jeová aceitou o mesmo. Jefté fez um voto precipitado por sua própria conta. Foi algo pessoal e voluntário. Acusar Jeová de uma coisa que a Bíblia não diz que ele fez é muita ousadia, se é que o homem pode julgar a Deus!

A Bíblia diz em outros lugares que o sacrifício humano é abominável diante de Jeová, logo se puder ser confirmado como literal o sacrifício da filha de Jefté, somos obrigados a admitir que foi uma profanação e, como tal, foi recusado por Jeová. Como há uma dúbia interpretação do texto, ninguém pode dar a palavra final, assim não se pode fundamentar uma doutrina com base nesse fato. Veja Levítico 18.21;20.2,3.

O livro JFD parte do princípio de que Deus mandou Jefté oferecer a sua própria filha em sacrifício e, seu argumento está calcado no pressuposto de que Deus aceitou tal sacrifício. Com isso apresenta o seguinte raciocínio: um Deus justo e bondoso, que condena o sacrifício humano, não pode concordar com essa atitude de Jefté (p. 177).

A obra JFD parte de premissas falsas, tira conclusões errône­as e precipitadas procurando adaptar na Bíblia suas ideias exter­nas. O argumento tem por objetivo identificar a natureza ímpia e satânica no Deus Jeová, revelado na Bíblia. Isso o faz com argu­mentos falaciosos, com base na eisegese, e chega até a alterar e forçar o texto bíblico, sofismando e distorcendo a realidade para dar sustentação a sua teoria.

 

 

Abraão e o sacrifício de Isaque

 

Este é outro caso parecido com de Jefté: o do sacrifício de Isaque, registrado em Gênesis 22, quando Jeová ordena a Abraão que ofereça seu filho Isaque em sacrifício. O livro JFD diz: “O primeiro ponto a ponderar é que Jeová se fez igual à Moloque, ao aceitar sacrifícios humanos, que proibiu com tanto rigor pela boca de Moisés” (p. 176). Mais adiante, na p. 177, afirma: “Nesta ten­tação de Jeová sobre Abraão, descobrimos uma diferença entre o

Deus Pai de Jesus Cristo e Jeová, pois o Pai não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta (Tg. 1:13)”.

A comparação que o autor faz entre Jeová e Moloque é sobre a questão do sacrifício de Isaque. Esse argumento reve­la a fragilidade exegética do livro. O verbo hebraico, nessa passagem de Gênesis 22.1, é nassa, que significa “tentar”, no sentido de experimentar. É daí que vem a palavra hebraica nissaion, que significa “experiência”, usada hoje em Israel para experiências científicas. A Versão Almeida Atualizada traduziu por “provar, pôr à prova”, assim: “pôs Deus Abraão à prova”; e a Tradução Brasileira traduziu assim: “experi­mentou Deus a Abraão”.

No primeiro versículo desse capítulo a Bíblia diz que Deus “tentou”, ou seja, “experimentou, testou” Abraão. Jeová não queria o filho de Abraão imolado, como o próprio relato bíbli­co mostra que Isaque não foi sacrificado, mas provar a fé de Abraão. Usar os episódios de Jefté e Abraão para comparar o Deus Jeová de Israel com a divindade falsa dos amonitas, Moloque, não resiste à exegese bíblica e, sobretudo é uma afron­ta aos judeus e cristãos.

Na passagem de Tiago 1.13, o sentido de “tentar” é outro, significa ser alguém seduzido ou induzido a pecar. A inclinação do homem para o pecado não vem de Deus. Tiago diz que, quando alguém peca, não pode culpar a Deus desse pecado, Deus é Santo: “Sede santo, porque eu sou santo” (1 Pe 1.16). Veja que o apóstolo está se referindo ao Deus Jeová de Israel, pois essa citação é de Levítico 11.44; 19.2; 20.7. Em todas essas passagens do livro de Levítico é Jeová quem diz que é santo. O apóstolo Pedro diz no versículo seguinte que esse Deus Jeová, que é santo, é o Pai “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas julga segundo a obra de cada um” (v. 17). Sendo Deus, pois santo, não pode mesmo tentar ninguém ao pecado. O que Tiago está dizendo é que ao cometer pecado, ninguém pode culpar a Deus por isso. A res­ponsabilidade é pessoal.

 

Ezequiel 4.12

 

O livro JFD introduz ideias subjetivas no texto bíblico. Além da eisegese, há outro problema mais sério: a transcrição de Ezequiel 4.12 foi adulterada. A ideia que o livro JFD quer transmitir é que um Deus bondoso, perfeito e justo jamais mandaria um de seus profetas comer fezes humanas, ainda mais se tratando de Ezequiel, que como sacerdote deveria se afastar das coisas imundas. Diante desse argumento, diz que Jeová não é o mesmo Deus do Novo Testamento, mas uma divindade inescrupulosa, que não tem o mínimo respeito pelos seus profetas.

O problema é que eles inventaram essa acusação contra o Deus Jeová que não pode ser encontrada nas Escrituras Sagradas. Isso que o livro JFD declara não existe em nenhum lugar na Bíblia, o livro em questão introduziu essa ideia no texto sagrado, ao transcrever o texto do profeta Ezequiel 4.12. Eis a referida transcrição bíblica no livro:

“COZERÁS COM ESTERCO QUE SAI DO HOMEM, DI­ANTE DOS OLHOS DELES” (p. 182).

Essa transcrição está adulterada, não aparece em nenhuma ver­são da Bíblia. A versão que o livro JFD diz usar traz assim o referi­do texto: “E o que comeres será como bolos de cevada, e cozê-los- ássobre o esterco que sai do homem, diante dos olhos deles” (o grifo é nosso). As outras versões Almeida Revista e Corrigida traduzem: “cozerás com o esterco que sai do homem, diante dos olhos deles” (o grifo é nosso). A omissão do artigo “o”, antes da palavra “esterco”, muda completamente o sentido do texto.

O texto sagrado registrado em Ezequiel 4.4-15 diz que o profeta haveria de cozer o seu pão sobre fogo de esterco huma­no. Quando o profeta ora a Jeová sobre essa situação, Jeová diz que o profeta pode usar esterco de gado como combustível para Ezequiel assar o seu pão. Para nosso espanto, quem escreveu o livro JFD viu nessa passagem bíblica que Jeová mandou o pro­feta se alimentar de fezes humanas. É simplesmente deplorável.

O Dr. Adam Clarke, Li.D., F.S.A., um clássico da nossa teologia evangélica (1760 – 1832), diz sobre o referido versículo, o mesmo adulterado no livro JFD: “O esterco seco de boi ou de vaca é um combustível muito usado no Oriente, e por falta de lenha, se veem obrigados a cozer alimentos com isso. Aqui, o profeta recebe a ordem de assar no forno seu pão com excremento humano seco”. Apesar de o pão sobre a chapa não ter contato com o fogo, o esterco humano ficava com aspecto repugnante. Assim o profeta pediu a Jeová que mudasse essa situação, e re­cebeu a ordem para usar esterco de gado. Essa situação era uma metáfora que representava o quadro em que o povo se encontra­va por causa do pecado. Nessa época o povo e o profeta Ezequiel estavam no cativeiro, na Babilônia.

 

Isaías 51.17

 

Outro fato semelhante acontece com a passagem bíblica de Isaías 51.17, que livro JFD transcreve assim: “Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão de Jeová o cálice do seu furor;bebeste e sorveste as fezes do cálice da vacilação“. (p. 183 o grifo é nosso). Se a palavra “fezes” não aparece nas demais versões da Bíblia, requer-se um estudo exegético mais acurado, e isso, parece que não foi feito nesses “quarenta anos de leitura, pesquisas e debates” desses textos bíblicos, pois o referido diz que os autores pesquisaram a Bíblia durante 40 anos.

A palavra hebraica usada para “fezes” aqui é tar’elah, que só aparece três vezes em todo o Velho Testamento, que segun­do os dicionários hebraicos, significa o que se segue: nos sal­mos 60.3; Isaías 51.17, 22 e significa “vertigem, delírio, vaci­lação, atordoamento, estarrecimento, embriaguez”. No hebraico moderno, falado hoje em Israel, essa palavra é usada para “ve­neno, toxina”.

A Septuaginta usou três palavras gregas diferentes para tra­duzir essa palavra hebraica: 1) kataninxis “estupor, entorpeci­mento”, no salmo 60.3, [59.5]e que aparece só uma vez no Novo Testamento grego, em Romamos 11.8. 2) tymos “furor, ira, rai­va”, em Isaías 51.7, que aparece 7 vezes no Novo Testamento; (Lucas 4.28; Atos 19.28; Romanos 2.8; Gálatas 5.20; Hebreus 11.27; Apocalipse 12.2; 14.10); 3) ptosis “queda, desgraça”, em Isaías 51.22 e aparece 2 vezes no Novo Testamento grego, em Mateus 7.27 e Lucas 2.34.

Jerônimo traduziu essa palavra hebraica por “fez
es” apenas em Isaías 51.17, na
Vulgata Latina, isso talvez explique o fato de o texto da Versão Almeida Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil e da Imprensa Bíblica Brasileira o uso da palavra “fezes”. O texto da Sociedade Bíblica Trinitariana traduziu assim o referido versículo: “Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão do Senhor o cálice do seu furor; bebeste e sorves­te os sedimentos do cálice do atordoamento”. De qualquer manei­ra, essa interpretação nos parece muito frágil para quem leu, pesquisou e debateu esses textos bíblicos durante quarenta anos. Mais estranho ainda é o fato de encontrar nessas passagens bíblicas subsídios para negar a natureza santa e perfeita de Jeová, a ponto de identificá-lo com o deus das trevas.

O maná e o Pão da vida

 

Quanto ao maná e o pão do céu, o livro JFD transcreve o texto de João 6.31, 32: “Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu. Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu”. Depois dessa citação, diz o livro: “É de tirar o chapéu! O pão do céu, ou melhor, o pão dos Anjos que Jeová deu, era falso” (p. 230). Quem disse que o maná era pão falso? Apenas o livro JFD e mais ninguém. Trata-se, por­tanto, de uma interpretação infundada e subjetiva.

O que os judeus estavam dizendo era que Jesus havia lhe dado pão no dia anterior e agora estava ensinando exercer fé nele, e, que, no entanto, Moisés havia feito muito mais que isso, havia dado o pão do céu, além disso esse pão era dado diariamente, todas as ma­nhãs, conforme Êxodo 16.14-19. E Jesus havia feito apenas uma multiplicação de pães. Esse era o raciocínio dos judeus.

Jesus, em hipótese alguma, disse que aquele maná (palavra hebraica que significa “que é isto?”) era pão falso, mas simples­mente que não foi Moisés quem deu esse pão ao povo, mas, sim,

Deus. Além disso, seus pais comeram o maná, ainda que durante muitos anos, todavia morreram e, no entanto, o próprio Jesus é o verdadeiro pão que desceu do céu e quem dele comer viverá para sempre. Esse maná do deserto era o símbolo do/verdadeiro pão que dá vida ao mundo, o pão da vida. O leitor pode ler essa passagem quantas vezes quiser e jamais chegará a conclusão a que chegou o livro JFD, por isso reafirmamos que suas doutrinas são subjetivas.

Diante do exposto, fica claro que o livro JFD desconsidera as mais elementares regras da hermenêutica. Seus argumentos não resistem à exegese bíblica e não podem ser fundamentados na Bí­blia. Os versículos bíblicos são tratados isoladamente, fora de seu contexto, e muitas vezes adulterados para adaptar-se a uma dou­trina inventada por alguém que quer manchar a honra do Deus Jeová, revelado na Bíblia.

O que acontece é que os líderes e fundadores de seitas têm interesses pessoais naquilo que ensinam e querem fazer o povo crer nas suas invenções. Por isso usam a Bíblia de forma distorcida simplesmente para dá uma roupagem bíblica aquilo que ensinam.

As pessoas creem geralmente naquilo que querem crer e não naquilo que precisam crer. Muitas delas já estão satisfeitas com as suas crenças e por isso não estão interessadas em buscar a verda­de. Por que um muçulmano rico do Oriente Médio teria interesse em se converter à fé cristã, visto que a sua religião permite se casar com até 4 mulheres ao mesmo tempo e se divorciar de cada uma delas quando quiser e tomar outra por mulher para substituir? Além disso, o homem exerce absoluta e incondicional autoridade sobre a mulher. Ele vai querem trocar Maomé por Jesus? Só se o Espírito Santo falar fortemente com ele.

 

CONCLUSÃO

 

As seitas são uma ameaça ao cristianismo histórico e um problema para as igrejas. Elas existem desde o princípio do Cris­tianismo. Hoje estão bem aparelhadas para o combate da fé cristã. Quando uma pessoa cai nas malhas das seitas, torna-se num pro­blema para a igreja, e às vezes, para a sociedade, para as autorida­des e para a família. Por isso o combate às seitas e heresias ocupa um terço do Novo Testamento e é tarefa da igreja atual.

 

 

 

 

 

 

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