CURSO BIBLICO NO LIVRE DE APOCALIPSE – apocalise 8 e 9

CURSO BIBLICO NO LIVRE DE APOCALIPSE

 

CAPITULO 08 – APOCALIPSE

I.              A preparação no céu (8:1-6)

O Cordeiro quebra o último selo

 1 Quando o Cordeiro quebrou o sétimo selo, houve silêncio no céu por mais ou menos meia hora.
 2 Então vi os sete anjos que estavam de pé diante de Deus, e eles receberam sete trombetas. 3 Outro anjo veio com um vaso de ouro no qual se queima incenso e ficou de pé ao lado do altar. Ele recebeu muito incenso para juntar com as orações de todo o povo de Deus e oferecê-lo no altar de ouro que está diante do trono.

4 E das mãos do anjo que estava diante de Deus subiu a fumaça do incenso queimado, junto com as orações do povo de Deus. 5 Então o anjo pegou o vaso de incenso, o encheu com fogo do altar e jogou sobre a terra. Houve trovões, estrondos, relâmpagos e um terremoto.

Os anjos com trombetas

 6 Em seguida os sete anjos que tinham as sete trombetas se prepararam para tocar.

 

A abertura do sétimo selo introduz a próxima série de julgamentos, as sete trombetas. No Antigo Tes­tamento, usava-se a trombeta para anunciar a guerra (Nm 10:5-9), a mudança do acampamento (Nm 8), as festas (Nm 10:10), e para trazer julgamento (Js 6:13ss). O soar da trombeta é um símbolo de poder e autoridade (Êx 19:16).

Há um paralelo entre as sete trom­betas e as sete taças dos capítu­los 15—16:

As trombetas

Recipiente de julgamento

As taças

8:1-7

A terra

16:1-2

8:8-9

O mar

16:3

8:10-11

Os rios

16:4-7

8:12-13

Os céus

16:8-9

9:1-2

A humanidade

16:10-11

9:13-21

O exército/Eufrates

16:12-16

11:15-19

Nações em ira

16:17-21

 

Parece que as sete taças repre­sentam uma intensificação do julga­mento que segue o das trombetas.

As trombetas pertencem aos primei­ros três anos e meio da tributação, e as taças no período final, conheci­do como “a cólera de Deus” (14:10; 15:7).

 

A.            Silêncio (v. 1)

1  Quando o Cordeiro quebrou o sétimo selo, houve silêncio no céu por mais ou menos meia hora.

Essa é a calmaria que antecede a tempestade; veja Zacarias 2:13; Habacuque2:20; Isaías 41:1 e Sofonias 1;7,14-18.

Apocalipse 7:10-12 apresenta uma grande expressão de louvor das hostes celestiais; aqui, há um silêncio pesado no céu quando o julgamento está para ser liberado.

 

B.            Súplica (vv. 2-6)


 2 Então vi os sete anjos que estavam de pé diante de Deus, e eles receberam sete trombetas. 3 Outro anjo veio com um vaso de ouro no qual se queima incenso e ficou de pé ao lado do altar.

Ele recebeu muito incenso para juntar com as orações de todo o povo de Deus e oferecê-lo no altar de ouro que está diante do trono. 4 E das mãos do anjo que estava diante de Deus subiu a fumaça do incenso queimado, junto com as orações do povo de Deus. 5 Então o anjo pegou o vaso de incenso, o encheu com fogo do altar e jogou sobre a terra. Houve trovões, estrondos, relâmpagos e um terremoto.

Os anjos com trombetas

 6 Em seguida os sete anjos que tinham as sete trombetas se prepararam para tocar.

No capítulo 4, vimos a existência de um santuário celestial; aqui, surge o altar de incenso, símbolo de oração. Veja Levítico 16:12 e Salmos 141:2.

Pode ser que esse anjo seja Cristo, o Sacerdote divino. As “orações dos santos” não são dos santos em glória. Em 5:3, não há nenhum ho­mem digno de abrir o livro, a não ser Jesus Cristo, então por que ha­veríamos de orar por qualquer outro nome?

Essas orações são do povo de Deus. “Venha o teu reino!” Esse incenso, em particular, representa o clamor dos mártires (6:9-11; 20:4). Muitas das orações de vingança de Salmos serão, justamente, usadas pelo povo do Senhor nesse período de sofrimento intenso.

O fogo do al­tar atirado sobre a terra fala da ira do Senhor a ser derramada sobre os descrentes. Compare o versícu­lo 5 com 4:5, 11:19 e 16:18 e veja que os trovões avisam a chegada de tempestades. Os sete anjos estão posicionados para a ação; a seguir, eles, um a um, soam as trombetas.

II. A desolação sobre a terra (8:7-11)

7 O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e foi lançada sobre a terra uma chuva de pedra e fogo, misturados com sangue. E foi destruída pelo fogo a terça parte da terra, das árvores e também de toda erva verde.

 8 Depois o segundo anjo tocou a sua trombeta, e uma coisa que parecia uma grande montanha pegando fogo foi jogada no mar. A terça parte do mar virou sangue, 9 morreu a terça parte dos animais do mar, e foi destruída a terça parte de todos os navios e barcos.

 10 Então o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e uma grande estrela, queimando como uma tocha, caiu do céu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes de águas. 11 O nome dessa estrela é Amargura. A terça parte das águas se tornou amarga, e por isso muitas pessoas morreram ao beberem daquelas águas.

 

O primeiro julgamento faz parale­lo com a sétima praga do Egito (Êx 9:18-26). Há lógica nessa repetição das pragas dos tempos de Moisés em escala mundial durante a tribulação, já que, nos tempos passados, o Egito era o centro do sistema ím­pio do mundo. As chuvas de gra­nizo podem causar danos terríveis e, quando misturadas com fogo, a possibilidade de devastação atinge graus inacreditáveis.

O julgamento da primeira trombeta queimou um terço das árvores e das ervas verdes da terra. Apocalipse 8—9 refere-se 8 vezes à “terça parte”. Alguns es­tudiosos acreditam que isso diz res­peito apenas à área ocupada pelo Império Romano revivido sob o go­verno do anticristo.

A segunda trombeta afeta o mar, cuja terça parte vira sangue e mata um terço dos seres que viviam nele, como também destrói um terço das embarcações. Esse evento faz para­lelo com a primeira praga do Egito (Êx 7:19-21). O objeto em fogo que cai sobre o mar não é uma monta­nha real, mas algo “como que” uma grande montanha.  Aqui, talvez, o “mar” seja apenas o Mediterrâneo, mas é provável que diga respeito a todos os mares do globo terrestre.

A terceira trombeta afeta os rios, deixando suas águas amargas. No versículo 10, apenas Deus conhe­ce a “grande estrela”, ele chama as estrelas pelo nome (Jó 9:9-10). Jere­mias profetizou que, um dia, Israel beberia águas amargas (Jr 9:14-15). Tudo indica que esse amargor das águas persistirá até a constituição do reino milenar, pois Ezequiel 47:6-9 profetiza que haverá cura para as águas amargas, conseqüência do jul­gamento do período da tribulação.

Devemos entender esses julga­mentos de forma literal? Acredita­mos que sim. Se, na época de Moi­sés, Deus pôde mandar esses mes­mos julgamentos sobre o Egito, o que o impediria de mandá-los sobre o mundo inteiro? Nós conseguimos apenas imaginar as terríveis consequências econômicas oriundas da perda de fazendas, e de pastagens, e da poluição das águas puras. A hu­manidade nunca valorizou as bên­çãos da bondade de Deus na na­tureza. Contudo, os pecadores não se arrependerão, mesmo quando ele retirar algumas dessas bênçãos (9:20-21).

C.            A agitação no céu (8:12)

12 Aí o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, de modo que perderam a terça parte do seu brilho. Não houve luz durante a terça parte do dia e também da noite.

O quarto anjo soa a trombeta e cau­sa uma tremenda calamidade no céu apagando a luz de um terço dos cor­pos celestes! Esse é o cumprimento da profecia de Cristo apresentada em Lucas 21:25-28 (veja também Am. 8:9). É interessante notar que Deus criou os corpos celestes no quarto dia da criação e os apagará no soar da quarta trombeta.

Quais serão as conseqüências disso? O terror cobrirá a terra. A humanidade sempre temeu os si­nais vindos dos céus. Todavia, esse terror não fará com que os homens se arrependam. O primeiro julga­mento devastará a vida vegetal, e o encurtamento dos dias tirará a luz solar da vegetação.

Jesus disse que, no período da tribulação, a abre­viação dos dias significaria o salva­mento de vidas (Mt. 24:22). Contu­do, é fácil imaginar que o pecado, o crime e o terror governarão as ruas das cidades com a abreviação dos dias, e nesse período as noi­tes serão mais escuras que nunca. “Quem pratica o mal odeia a luz!” (Jo. 3:19-20 – NVI). A humanidade jamais viu uma onda de crimes como essa que assolará a terra.

D.           A proclamação do anjo (8:13)

13 Depois olhei e vi uma águia que voava bem alto no céu. E ouvi a águia dizer com voz forte: —Ai de vocês! Ai de vocês! Ai de vocês que estiverem morando na terra quando se ouvir o som das trombetas que os outros três anjos vão tocar!

Esse anjo é um mensageiro de Deus que alerta o mundo de que os três julgamentos seguintes serão ainda piores!

Pensaríamos que os homens prestariam atenção em Deus e se arrependeriam, mas não é esse o caso. Em 3:10, 6:10, 11:10, 13:8, 13:14, 14:6 e 17:8, também encon­tramos referência aos habitantes da terra. Eles são “terrenais” – pessoas que rejeitam o céu e a Cristo pelos confortos deste mundo. Filipenses 3:18-20 descreve-os com perfeição.

Êxodo descreve-os como um “misto de gente” que deseja os alimentos do Egito e rejeita o maná do céu. Essas pessoas passarão pela tribulação (Ap. 3:10) e serão responsáveis pela morte dos santos de Deus (Ap. 6:10). Eles se regozijarão com o assassinato das duas testemu­nhas do Senhor (11:10); todavia, em contraste a isso, observe o regozijo do céu com a expulsão de Satanás (12:12)! Apocalipse 13:8 deixa evi­dente que esses habitantes da terra adorarão a besta, uma indicação de que rejeitarão totalmente a Cristo. Eles acreditarão na mentira ao rejei­tar a Verdade.

Toda alma deve responder à pergunta: Minha cidadania é ce­lestial ou pertenço apenas a este mundo?

 

Apocalipse 9

Agora nos aproximamos do meio da tribulação, em que acontecerão eventos mais críticos.

E.            A libertação do exército do inferno (9:1-12)

1 Depois o quinto anjo tocou a sua trombeta, e eu vi uma estrela que tinha caído do céu na terra, e ela recebeu a chave do abismo. 2 A estrela abriu o poço do abismo, e dele saiu fumaça, como se fosse de uma grande fornalha. E o sol e o ar escureceram com a fumaça que saía do abismo. 3 De dentro da fumaça saíram gafanhotos, que desceram sobre a terra e receberam o mesmo poder que os escorpiões têm. 4 “Foi dito aos gafanhotos que não fizessem estragos nas ervas, nem nas árvores, nem em qualquer outra planta; somente podiam ferir as pessoas que não tivessem a marca do sinete de Deus na testa.” 5 “Os gafanhotos não tiveram permissão para matar essas pessoas; eles podiam apenas torturá-las durante cinco meses. A dor que causavam nessa tortura era como a dor da picada de um escorpião.” 6 “Naqueles cinco meses as pessoas procurarão a morte, mas não a encontrarão; vão querer morrer, mas a morte fugirá delas.”
 7 Os gafanhotos pareciam cavalos prontos para a batalha. Na cabeça tinham uma coisa parecida com uma coroa de ouro, e a cara deles era como o rosto de um ser humano. 8 Os seus cabelos eram como cabelos de mulher, e os dentes eram como dentes de leão. 9 As suas couraças eram parecidas com couraças de ferro, e o barulho das suas asas era como o barulho de carros puxados por muitos cavalos quando correm para a batalha. 10 Os gafanhotos tinham rabos e ferrões como os de escorpiões, e era com os rabos que tinham o poder de ferir as pessoas por cinco meses. 11 Eles tinham um rei que os governava, que era o anjo que toma conta do abismo. O seu nome em hebraico é Abadom e em grego é Apolião ( isso quer dizer “O Destruidor” ).
 12 O primeiro “ai” já passou. Depois disso dois outros “ais” devem vir ainda.

 

A.            A estrela (v. 1/11)

João não vê a estrela cair. O que ele declara no versículo 1 é: “… e vi uma estrela caída do céu na terra” (algo que aconteceu em algum mo­mento no passado). É possível que essa estrela refira-se a Satanás. Ele é chamado de “Lúcifer”, que significa “esplendor” ou “estrela da manhã”. Isaías 14:12ss descreve a queda de Satanás em um passado indefinido e, Ezequiel 28:11-19, complementa a cena.

Em Lucas 10:18, Deus também dá “a chave do poço do abismo” a Satanás. Esse abismo insondável não é o inferno, ou o Hades, mas uma pri­são em algum lugar embaixo da terra em que os demônios são confina­dos por Deus. (Leia Lc 8:26-36 para ver como os demônios tinham pavor de ser enviados para o abismo.)

Em 1:18, lemos que Cristo tem todas as chaves, portanto ele tem de conceder autoridade a Satanás. O versículo 11 descreve essa estrela caída (Satanás) também como um destruidor. Ele é o rei dos demônios do inferno.

B.            A fumaça (v. 2)

2 A estrela abriu o poço do abismo, e dele saiu fumaça, como se fosse de uma grande fornalha. E o sol e o ar escureceram com a fumaça que saía do abismo

O versículo 3 deixa claro que as criaturas saem da fumaça, portanto ela, em si mesma, não representa as criaturas demoníacas.

O abismo é um lugar de trevas e de fogo; ele, aqui, é comparado a uma grande fornalha. As pessoas que brincam a respeito do inferno não percebem como sabem pouco sobre os tor­mentos dele. Essas trevas horríveis lembram-nos a praga do Egito (Êx 10:21-29), em que se podia apal­par as trevas. Satanás é o príncipe das trevas. Vale a pena lembrar que, um dia, a besta será libertada des­se abismo insondável (11:7; 17:8) e também que, um dia, o demônio será jogado nele (20:1-3).

C.            As criaturas com o poder dos escorpiões (vv. 3-10)

 

. 3 De dentro da fumaça saíram gafanhotos, que desceram sobre a terra e receberam o mesmo poder que os escorpiões têm. 4 “Foi dito aos gafanhotos que não fizessem estragos nas ervas, nem nas árvores, nem em qualquer outra planta; somente podiam ferir as pessoas que não tivessem a marca do sinete de Deus na testa.” 5 “Os gafanhotos não tiveram permissão para matar essas pessoas; eles podiam apenas torturá-las durante cinco meses. A dor que causavam nessa tortura era como a dor da picada de um escorpião.” 6 “Naqueles cinco meses as pessoas procurarão a morte, mas não a encontrarão; vão querer morrer, mas a morte fugirá delas.”
 7  Os gafanhotos pareciam cavalos prontos para a batalha. Na cabeça tinham uma coisa parecida com uma coroa de ouro, e a cara deles era como o rosto de um ser humano. 8  Os seus cabelos eram como cabelos de mulher, e os dentes eram como dentes de leão. 9  As suas couraças eram parecidas com couraças de ferro, e o barulho das suas asas era como o barulho de carros puxados por muitos cavalos quando correm para a batalha. 10  Os gafanhotos tinham rabos e ferrões como os de escorpiões, e era com os rabos que tinham o poder de ferir as pessoas por cinco meses

Os escorpiões são nativos da terra santa, e algumas espécies chegam a ter 15 centímetros de comprimento. A principal arma deles é o ferrão no final da cauda, e a Bíblia usa-os como símbolo de julgamento doloroso (Dt 28:38,42; 1 Rs 12:11-14). Compara-se também essas criaturas diabólicas com o gafanhoto, já que as pragas de gafanhotos eram um flagelo comum em Israel (veja Jl 2).

O versículo 4 traz uma advertência que deixa claro que não eram gafanhotos de verdade (veja 8:7), além do fato de que tinham um rei (v. 11; veja Pv 30:27). É-lhes dado um prazo de cinco meses e são proi­bidos de atormentar os judeus selados (7:1-3). O objetivo deles é atormen­tar, não matar. Na verdade, as pes­soas quererão morrer, mas Deus não permitirá isso (veja Jr 8:3). É provável que essas sejam criaturas demoníacas libertadas do abismo com a finali­dade de atormentar os homens. Esse julgamento faz paralelo com a oitava praga do Egito (Êx 10:3-20). O fato de essas criaturas terem características de animais domésticos (“cavalos”; v. 7) e selvagens (v. 8), como também de homens, sugere que Satanás imita as criaturas celestiais de 4:7.

Esse é o primeiro “ai”, e que pe­ríodo de tortura as pessoas da terra en­frentarão! É muito melhor conhecer a Cristo hoje e escapar da ira por vir!

F.            Os anjos atados junto ao rio são liberados (9:13-21)

13 Então o sexto anjo tocou a sua trombeta, e eu ouvi uma voz que vinha dos quatro cantos do altar de ouro que está diante de Deus. 14 E ao sexto anjo, que tinha nas mãos a trombeta, a voz disse: —Solte os quatro anjos que estão amarrados perto do grande rio Eufrates!
 15 Os quatro anjos foram soltos. Eles estavam preparados para essa hora, dia, mês e ano a fim de matar a terça parte da humanidade. 16 E me foi dito que os soldados a cavalo eram duzentos milhões. 17 Na minha visão vi os cavalos e os seus cavaleiros. Os cavaleiros tinham no peito couraças vermelhas como fogo, azuis como safira e amarelas como enxofre. A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e da boca deles saía fogo, fumaça e enxofre.
 18 A terça parte da humanidade foi morta por estas três pragas: o fogo, a fumaça e o enxofre que saíam da boca dos cavalos. 19 Pois o poder dos cavalos está na boca deles e também no rabo. O rabo parecia uma cobra com a cabeça na ponta dele, e com ele os cavalos feriam o povo.

 20 O resto da humanidade, isto é, todos os que não tinham sido mortos por essas pragas, não abandonou aquilo que eles haviam feito com as suas próprias mãos: eles não pararam de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar. 21 Também não se arrependeram dos seus crimes de morte, nem das suas feitiçarias, nem da sua imoralidade sexual, nem dos seus roubos.

Esse é o segundo “ai”, dos três pro­metidos em 8:13. A voz vem do al­tar de incenso, porque as orações dos santos pedindo que Deus vin­gue o sangue deles chegaram a ele (6:9-11; 8:3).

Em 7:13, quatro anjos, em obediência a uma ordem, são refreados; e, aqui, ordena-se que os quatros anjos sejam soltos (sem dúvida, anjos caídos). O rio Eufrates sempre ocupou um lugar de des­taque na história. Ele flui do Éden, onde se inicia a história, e figurará nos eventos que serão o ponto cul­minante dela (16:12ss). A Babilônia era localizada no Eufrates (Ap 17— 18). No calendário de Deus, esses quatro anjos estão “preparados para a hora, o dia, o mês e o ano” de­terminados; e a tarefa deles é ma­tar um terço da população da terra.

Apocalipse 6:8 relata que um quar­to das pessoas da terra será morto, o que deixa três quartos da popu­lação para o julgamento ainda por vir; portanto, metade da população mundial terá sido dizimada depois que esses anjos matarem mais um terço das pessoas.

Esses anjos, depois de soltos, trazem exércitos de cavalaria que totalizam 200 milhões de soldados! Essa cavalaria satânica não é como qualquer outro exército na aparên­cia ou nas armas que usa. As princi­pais armas dele são o fogo, o enxofre e a fumaça; além disso, a cauda de­les é como uma serpente. Essa não é uma outra descrição do exército discutido nos versículos 1-12, já que aquele exército não tinha permissão para matar, e esse deve matar um terço da população da terra. Essa é uma das formas de Deus responder às orações dos mártires (6:9-11).

Imaginaríamos que multidões de pessoas se arrependeriam dos pecados e se voltariam para Cristo, mas isso não acontecerá. Os pou­pados (pela misericórdia de Deus) persistirão em seus pecados horro­rosos. A bondade de Deus não os leva ao arrependimento (Rm 2:4-6), por isso enfrentarão julgamentos pe­sados nos dias por vir e, por fim, o lago de fogo.

Os versículos 20-21 apresentam um vivido retrato de como será a vida após o arrebatamento da igreja.

A idolatria se espalhará pelo mun­do. Claro que o ídolo adorado é o demônio (1 Co 10:16-22). Satanás sempre quis que a humanidade o adorasse (Mt 4:8-10) e, agora, con­segue isso. Sempre há ignorância e imoralidade onde há idolatria; o versículo 21 relata os horríveis pe­cados e crimes que ocorrerão nesses dias.

No grego, a palavra para “fei­tiçaria” é pharmakeia, raiz das pa­lavras “farmácia” e “farmacêutico”, o que quer dizer que “diz respeito às drogas”. Gálatas 5:20 e Apoca­lipse 21:8 e 22:15 também a tradu­zem por “feitiçarias e “feiticeiros”. Veja também 18:23. A conexão en­tre a feitiçaria e a farmacologia fica aparente pelo fato de os feiticeiros usarem drogas e poções em suas ati­vidades malignas. João sugere que, nos últimos dias, haverá um reavivamento da feitiçaria e um aumento no uso de drogas. Há diversas or­ganizações de bruxaria espalhadas pelo mundo, e o espiritismo está em crescimento. Em relação ao aumen­to de uso de drogas, basta lermos os jornais!

Como esse capítulo se encaixa em todo o esquema de Apocalip­se? Provavelmente, esse exército de 200 milhões de cavaleiros aparece­rá logo após o período intermediá­rio da tribulação. A besta já é a cabeça do Império Romano revi­vido em cooperação com a igreja mundana e com as nações unidas.

É muito provável que esse exérci­to imenso que Deus permitiu que Satanás reunisse venha da Rússia. Ezequiel 38—39 prevê que, no meio do período da tribulação, a Rússia invadirá a Palestina. Ela tentará conquistar Israel, porém a besta libertará os judeus e fará o acordo de proteção de sete anos com os judeus. Ezequiel deixa cla­ro que Deus julga a Rússia e manda o exército derrotado de volta para casa. A besta, uma vez na terra san­ta, quebrará o acordo, mudar-se-á para o templo e começará a assu­mir poder sobre o mundo. Apoca­lipse 11:1-2 indica que os gentios estão de posse do templo de Jeru­salém reconstruído, e o resto do capítulo sugere que a besta mata as testemunhas que ainda prega­vam nos primeiros três anos e meio da tribulação. O versículo 16 fala de um exército imenso que não é o russo que invade Israel, e o soar da sexta trombeta indica que, nesse ponto, surgirão conquistas militares e aponta para a batalha de Gogue e Magogue.

Na próxima semana continuaremos.

Abraços a todos.

Pr Josias Moura

  

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