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O Reino de Deus na esfera da Alegria
Romanos 14.17
INTRODUÇÃO
Quando o Reino ou o governo de Deus chega ao coração do homem, este não mais se entristece, isto porque, o estado pesaroso ou aflitivo de alma não combina com a vida abundante que Jesus lhe comunica por meio da Redenção (veja João 10.10b). A tristeza “segundo Deus”, que produz
O arrependimento (2Coríntios 7.10) é admitida porque não traz pesar, ou seja, não é danosa (remorso), pois vem envolvida pela alegria restauradora de Deus. Mas de forma geral, a Bíblia, nos instrui a repelir a tristeza, veja um exemplo: “Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores” (Tg 5.13). O sofrimento, a aflição ou a tristeza devem nos estimular a orar, pois a oração move a mão de Deus para nos restaurar a alegria.
PROPOSIÇÃO: A verdadeira alegria é a mais evidente prova de que estamos cheios do Espírito Santo.
1 – O CONCEITO DE ALEGRIA NO ANTIGO TESTAMENTO.
– Neemias fez uma das mais poderosas afirmações sobre a alegria: “a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10). Essa alegria espiritual produz força sobrenatural no crente para resistir às perseguições e lutas do cotidiano.
– Existem várias palavras no original hebraico que são traduzidas para o português como alegria, entre elas figura sasôn que também significa: júbilo, regozijo, animação etc., o termo fala da satisfação e de grande alegria. Jeremias profetiza que nos últimos dias Deus transformará – na vida do Israel convertido – a tristeza em alegria: “Então, a virgem se alegrará na dança, e também os jovens e os velhos; tomarei o seu pranto em júbilo (sasôn) e os consolarei; transformarei em regozijo a sua tristeza” (31.13).
– O termo mais comum no hebraico para alegria é sãmah, e expressa aquela emoção espontânea de felicidade extrema e que tem lugar em situações de casamento, grandes colheitas, vitórias militares (veja ISamuel 11.9) etc. Fonte: Dicionário Vine.
-Além desses exemplos de alegria, o AT também associa a alegria com conquistas pessoais (veja Eclesiastes 2.10), ou que Deus pode nos dar uma “unção” especial de alegria (Isaías 61.3), mas em última análise, o Senhor é sempre apresentado como a fonte da verdadeira alegria (Salmo 4.7; 43.4). O coração alegre facilita qualquer atividade: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate” (Pv 15.13). Uma grande promessa de Deus: “…Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (SI 30.5). Neste caso, o termo alegria procede do hebraico rinnah, que significa: brado de vitória, triunfo: cântico de júbilo.
II – O CONCEITO DE ALEGRIA NO NOVO TESTAMENTO.
– Lucas registra em seu livro uma ocasião em que Jesus demonstrou profunda alegria, veja: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai. Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas cousas aos sábios e instruídos e as revelastes aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (10.21). O verbo exultar significa: “alegrar-se intensamente” (Dicionário Sacconi).
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No grego do NT, o termo agalliaõ, traduzido por exultar, também significa regozijar, alegrar- se de forma exuberante, e no caso de Jesus, Lucas declara ser uma alegria de caráter espiritual, vinda do Espírito Santo, pela resposta imediata de Deus.
– É crível que Tiago quando encorajava os crentes a orar – em meio aos sofrimentos, lutas e tristezas que a vida pode reservar – via na oração uma forma de restaurar a alegria (veja Tiago 5.13).
– Paulo, em Atos dos Apóstolos, diz o seguinte: “Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio” (27.22; grifos do autor). Na jornada que todos nós estamos envolvidos, muitas tempestades ameaçam a nossa vida, e para que possamos sair vitoriosos, primeiro precisamos vencê-las de dentro para fora (por exemplo: o profeta Jonas), foi isso que Paulo estava tentando dizer quando disse “tende bom ânimo” (v. 25), no grego euthumeõ, alegrar-se, animar-se. Vencemos as lutas primeiro dentro de nós mesmos, levantando a cabeça, tendo consciência que nada foge ao controle de Deus – e isto é motivo de alegria – depois, pela certeza de que o Senhor nunca nos deixará sem resposta.
– Com relação ao exercício do ministério de socorro, Paulo diz: “…quem exerce misericórdia, com alegria” (Rm 12.8c). Alegria neste caso é hilarotes, graciosidade, alegria sem relutância, está em vista a execução de serviços caridosos em favor dos necessitados (doentes, pobres etc.), mas de maneira alegre, bem-humorada, desenvolta. Nota: O termo hilariante significa: “queproduz alegria” (Dicionário Sacconi).
III – “PORQUE O REINO DE DEUS É (…) ALEGRIA NO ESPÍRITO SANTO”.
– Paulo identifica a alegria como um dos aspectos do fruto do Espírito (veja Gálatas 5.22). Se acreditarmos que o amor é o fruto do Espírito, então a alegria é a dança do amor. Deus despreza a tristeza, porque ela produz dúvida, desânimo, depressão e morte. Por essa razão, quem é dominado pelo Espírito de Deus não pode viver triste, insatisfeito ou descontente; em Cristo não temos o direito de viver assim (Salmo 103.1 -5).
-Alegria do Espírito não é complacência ou comodismo (um tipo de bem-estar, que se conforma com a situação, seja ela boa ou mim), mas contentamento, satisfação, prazer por poder desfrutar comunhão com Deus, de ser o alvo permanente do Seu cuidado, pois temos esperança (por exemplo: nome escrito no livro da vida; veja Lucas 10.20) etc.
– Paulo empregou chara para alegria, e esse termo grego revela um estado de espírito que produz bem-estar, confiança e regozijo que somente Deus pode nos dar. Esse deleite espiritual nos enche de felicidade e esperança tanto no aqui e agora quanto na eternidade. Jesus quer que a Sua alegria esteja em nós (veja João 15.11).
– Tipos de alegria: artificial, circunstancial e efêmera produzidas por agentes químicos (drogas, álcool, tabaco etc.) ou resultante de festas. Todo tipo de entretenimento (por exemplo: jogos esportivos). O prazer nas coisas boas da vida, como: saúde, paz na terra, viagens, bons filhos, rever pessoas queridas – como no caso do filho pródigo (veja Lucas 15.23). E em conclusão, a alegria espiritual, que vem de Deus, focada aqui pelo apóstolo.
– O Dicionário Aurélio define alegria nos seguintes termos: “Contentamento, satisfação, júbilo, exultação, prazer moral, felicidade, divertimento, festa etc.”. Gargalhadas, algazarras, trotes e festins promovidos por meios artificiais, ou circunstanciais não têm nada a ver com a alegria divina, mas com uma grosseira falta de controle emocional e até mesmo de discrição em que. na verdade, quem reina é o famigerado “velho homem”.
– O Espírito de Deus é a fonte de onde emana toda a alegria, o contentamento, o prazer, o deleite, mas se de um lado Ele é capaz de fazer nossos corações transbordarem de alegria, de outro os nossos repetidos pecados, não confessados, não abandonados e que insistimos em desculpá-los ou negá-los, O entristecem profundamente (veja Efésios 4.30). Ser perseguido por causa da fé também traz alegria (Atos 5.41).
CONCLUSÃO
Salomão declara que separado de Deus quem pode realmente alegrar-se? (veja Eclesiastes 2.25). Deus é a fonte da verdadeira alegria (Salmo 35.9), e Dele emana toda satisfação e prazer na vida de um modo geral. As alegrias produzidas pela força, inteligência ou perspicácia humana não podem ser comparadas com aquela que vem de Deus, pois somente ela é capaz de triunfar nas piores crises. Apossamo-nos dessa maravilhosa alegria, nos submetendo ao amoroso governo do Espírito Santo. Estamos dispostos a deixar o controle de tudo em Suas mãos? Em caso positivo, isso vai produzir alegria financeira, conjugal, profissional, ministerial etc. O cristão que ama ao Senhor O obedece e por conta disso está sempre alegre, cumprindo o mandamento apostólico que diz: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fp 4.4).