Escola Bíblica on line. Tema: Finanças na família

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FINANÇAS NA FAMILIA

I TIMÓTEO 6.3-10

Uma das questões de maior peso e influência na vida humana é a financeira. Há milênios que pessoas matam por causa do dinheiro; injustiças são cometidas, perso­nalidades são corrompidas, tudo por causa do dinheiro. Ou melhor, pelo “amor do dinheiro”, de acordo com a afirmação apostólica (I Tm 6.10). Isto tem sido verdade especialmente no Brasil onde, há anos, o povo tem sofrido com uma crise financeira, aparentemente insolúvel, devida, entre outros fatores, à ganância e corrupção de governantes e governados, bem como a péssima distribuição da renda nacional. E neste contexto que famílias cristãs sofrem, sonham, choram e lutam – e, a Palavra de Deus é e deve ser o guia que orienta as famílias cristãs no trato com os problemas relacionados ao uso do dinheiro.

Todos sabem que o sustento digno de uma família é questão muito séria, que deve ser administrada com bons critérios. Muitas famílias sofrem devido a desempregos constantes de um dos pais; outras sofrem com membros que, preguiçosamente prefe­rem não trabalhar mas tentam ganhar a vida de maneira fácil sem o “suor do rosto”, através de loterias e outras formas de jogos de azar. São muitos os problemas que envolvem as questões financeiras de uma família. Cada família deve saber como ad­ministrar suas finanças. Muito embora a Bíblia não tenha texto específico sobre fi­nanças na família, há entretanto, orientações gerais que, se observadas e obedecidas, trarão bênçãos divinas às famílias.

LIÇÕES PRÁTICAS

I Tm 6.3-10 é um dos textos clássicos da Escritura Sagrada a respeito do dinheiro. O apóstolo Paulo escreve ao jovem Timóteo, instruindo-o quanto a vários assuntos, inclusive quanto ao di­nheiro e seu uso. Paulo ensina a Timóteo acerca dos perigos envolvidos na tentativa de enriquecimento ilícito. Este texto pode ser aplicado à família cristã; ele sugere que uma boa e correta administração das finanças de uma família depende da compreensão e aplicação de al­guns pontos. Vejamos:

 

  1. A ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS NA FAMÍLIA DEPENDE DA COMPREENSÃO DE QUE A VIDA VALE MAIS QUE O DINHEIRO

“Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele “, diz o v.7. Séculos antes, o livro de Jó expressava a mesma realidade: “Então se levantou… e disse: nu saído ventre da minha mãe, e nu voltarei… ” (Jó 1.20, 21). A sabedoria bíblica reconhece que a vida vale mais que o dinheiro. Na sociedade não cristã se pensa o contrário, ou seja, o dinheiro vale mais que a vida. Por isso, pessoas destroem suas próprias vidas e as de seus semelhantes, sacrificam seus valores morais e princípios éticos, tentando obter riquezas, e o que se pensa que o dinheiro pode dar. No entanto, os que assim fazem, não conseguem encontrar na vida felicidade e a realização que desejam. Isto, porque o não cristão não consegue ver a vida da perspectiva do Reino de Deus.

Mas para quem está em Cristo, há sempre a lembrança de que a vida vale mais do que coisas, bens, posses, etc. O próprio Senhor Jesus Cristo disse que o corpo é mais do que o alimento, e a vida é mais do que as vestes (Mt 6.25).

A família cristã, conscientizada desta verdade bíblica, irá encarar o dinheiro (e por extensão, todas as questões financeiras) como um servo e não como um senhor. Assim, a família cristã não viverá em função de obter dinheiro a qualquer preço, custe o que custar. Pelo desconhecimento e/ ou desobediência a este princípio bíblico, famílias sofrem muito, pois ao inverter a ordem natural das coisas, quebram o que o próprio Deus estabeleceu. Que nenhuma família cristã se esqueça que, conforme a Escritura, a vida vale mais que o dinheiro.

 

  1. A ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS NA FAMÍLIA DEPENDE DA COMPREENSÃO DE QUE O QUE IMPORTA É O ESSENCIAL, E NÃO O SUPÉRFLUO

A mensagem do verso 8 é: “…tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”. Este ponto está obrigatória e logicamente ligado ao anterior. A vida vale mais que o dinheiro, mas sem dinheiro a vida torna-se difícil. Por isso, o apóstolo Paulo diz que, tendo o básico (sustento e vestuário) devemos estar contentes. O Senhor Jesus Cristo disse que, se buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça, o básico à manutenção da vida humana será acrescentado (Mt 6.31-33). A epístola aos Hebreus diz: “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te aban­donarei” (13.5).

O orçamento financeiro da família cristã deve incluir despesas com alimentação, vestuário, aluguel (se necessário), despesas com água, luz e telefone (se houver), saúde (médico, dentista, farmácia, etc), educação (livros, material escolar em geral, mensalidades, etc), transportes, lazer – tudo isto é necessário. Deve também prever algum tipo de economia para o futuro, como por exemplo, um acidente com um membro da família; mas antes de tudo isto, há a consagração dos dízimos e ofertas ao Senhor (Ml 3.10) e a ajuda aos materialmente necessitados (conforme Mt 25.31-46; Ef 4.28; Gl 6.10).

Vivemos em uma sociedade materialista, que é dominada pela doença do consumismo (que leva as pessoas a comprarem o que não precisam). É preciso fazer ao Senhor a mesma oração feita pelo antigo sábio: “Duas cousas te peço… não me dês nem pobreza nem a riqueza: dá-me o pão que me for necessário… ” (Pv 30.7,8). Estejamos contentes com o básico.

 

  1. A ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS NA FAMÍLIA DEPENDE DA COMPREENSÃO DE QUE A OBTENÇÃO DE RIQUEZAS NÃO É O ALVO DO CRISTÃO.

“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada… Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males…” (vv. 9,10). Precisamos de dinheiro para nossa manutenção, mas não colocamos (pelo menos não deveríamos colocar) a obtenção de riquezas como alvo supremo de nossas vidas. A sociedade pecaminosa em que vivemos incentiva as pessoas a colocarem em primeiro lugar em suas vidas a luta por conseguir ganhar cada vez mais dinheiro.

Muitos então vivem na filosofia do “quanto mais tem, mais quer”. Este vírus, infelizmente tem contaminado muitas famílias. Isto se vê em pais e mães que sacrificam seus momentos de lazer com seus filhos para trabalhar mais e assim ganhar mais dinheiro; em pais que pressionam seus filhos para fazer um determinado curso em uma faculdade, até mesmo contra a vontade dos filhos, só porque este curso confere mais “status” e salários mais altos a quem o fez; em rapazes e moças que se casam apenas por interesses financeiros, enfim, diversas maneiras que demonstram uma preocupação excessiva em adquirir riquezas.

É estranho que esta preocupação extrema com a vida material, atraente mas inegavelmente anti-bíblica, tem penetrado no meio cristão de tal maneira que, já há até alguns líderes religiosos ensinando “princípios bíblicos” e “orações” para se obter riquezas. Se entendermos corretamente a Bíblia, veremos que isto, na verdade, não tem a menor base escriturística.

A família cristã deve usar os recursos financeiros que tem, não importa se poucos ou muitos, para o seu sustento digno, e também para o sustento da obra do Senhor e a ajuda aos necessitados. Assim, não se submeterá ao Senhor tirano e cruel que o dinheiro se torna para muitos, que ator­menta com muitas dores (v. 10) aos que o colocam em primeiro lugar em sua lista de prioridades na vida.

 

DISCUSSÃO

  1. Que critérios vão determinar o que é supérfluo e o que é necessário para a manutenção de uma família?
  2. Deus tem prometido prosperidade financeira a quem é dizimista fiel? Justifique sua res­posta.
  3. Como entender o comportamento de algumas famílias cristãs que não cumprem correta­mente seus compromissos financeiros?

Pr Josias Moura de Menezes

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