▶ Clique nos tópicos deste índice para navegar pelo texto
ToggleA doutrina Cristã acerca da morte e do estado intermediário
I coríntios 15:55-57
“Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” ICo 15: 55
O texto de Gênesis 2: 17 é o primeiro nas Escrituras que faz alusão à morte. Ela aparece como punição por causa do pecado. Essa idéia é confirmada por Paulo em Romanos 5: 12; 6: 23. Ela é vista em I Co. 15: 26 como uma inimiga, a qual Cristo finalmente destruirá, ICo 15: 26.
É importante destacar que as Escrituras não falam da morte como fim da existência humana. Jesus refere-se à morte física como “morte do corpo”, Mt 10: 28; Lc 12: 4, para distinguir da morte da alma (referência à separação de Deus). Paulo refere-se à morte como “lucro”, porque significava para ele estar com Cristo.
Morte é a separação entre o espírito ou a alma e o corpo, Ec. 12: 7. Para os salvos, a morte é a passagem para a vida eterna com Cristo, 2 Co. 5: 1; Fp 1: 23.
No estudo de hoje, examinaremos os ensinos bíblicos sobre o que acontece aos seres humanos depois que morrem.
I – A MORTE A SERVIÇO DO CRISTÃO
A morte nos alcança por vivermos em um mundo caído, onde os resultados do pecado não foram eliminados. Deus usa a experiência da morte para completar a nossa salvação. A morte não nos separa de Cristo, mas nos leva à sua presença, 2Co. 5: 8.
Paulo declarou em Fp 1: 23: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.”
A morte completa nossa união com Cristo. Ao morrer o cristão está livre da corrupção do mundo e desfruta da presença do Salvador. O corpo volta ao pó, mas o espírito volta imediatamente para Deus.
II – O QUE ACONTECE QUANDO AS PESSOAS MORREM?
a) Os salvos vão para a presença de Deus. Quando Paulo reflete sobre a morte, diz que seu desejo é “partir e estar com Cristo, o que é muito melhor”, 2Co 5: 8; Fp 1: 23.
A Bíblia não ensina o chamado “sono da alma”. Segundo essa doutrina, quando as pessoas morrem entram em estado de existência inconsciente. Ela ensina que a alma permanecerá em repouso. O suporte para esse pensamento tem sido geralmente encontrado no fato de que a Escritura diversas vezes fala do estado dos mortos como de um sono ou de “adormecer”: Mt 9: 24; 27: 52; Jo 11: 11; At 7: 60; 13:36; ICo 15: 6, 18, 20, 51; 1Ts.4: 13; 5: 10. Porém, quando a Escritura apresenta a morte como sono, trata-se simplesmente de uma expressão metafórica usada para indicar que a morte é somente temporária para os cristãos, exatamente como o sono é temporário. Assim a doutrina do “sono da alma” é errada a luz da Bíblia.
Mas, o que observamos nas escrituras é que os mortos ficam conscientes após a morte física. Na parábola do rico e Lázaro, os mortos estão em estado de consciência.
b) Os ímpios vão para o sofrimento, afastados da presença de Deus. A Escritura nunca nos encoraja a pensar que as pessoas terão outra oportunidade para entregar-se a Cristo após a morte. A parábola de Jesus a respeito do rico e de Lázaro não dá esperança alguma de que as pessoas possam passar do sofrimento para o gozo eterno após terem morrido, embora o rico, estando no sofrimento, houvesse pedido ajuda. Lc 16: 24-26.
O livro de Hebreus associa a morte ao julgamento, em uma seqüência imediata: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”, Hb 9: 27. A Escritura nunca apresenta o juízo final como dependente de qualquer coisa feita após a nossa morte, mas dependendo somente do que aconteceu nesta vida, Mt 25: 31-46; Rm 2: 5-10; cf. 2Co 5: 10.
Embora os descrentes passem para o estado de punição eterna imediatamente após a morte, o corpo deles não será ressuscitado até o dia do juízo. Naquele dia, o corpo será ressuscitado e comparecerão perante o trono de Deus para o juízo final, Mt 25: .31 46: Jo 5: 28.29; At 24: 15; Ap 20: 12, 15. E alí, cada um deles será julgado pelas suas obras.
c) A doutrina do purgatório. Para os católicos, as almas que não estão perfeitamente limpas, mas se acham carregadas com os pecados veniais e que não hajam recebido o merecido castigo temporal por seus pecados, devem submeter-se a um processo de purificação no purgatório.
As Escrituras não ensinam a existência do purgatório. A igreja Católica Romana retirou o apoio para essa doutrina do livro apócrifo 2 Macabeus 12: 42 45. A doutrina do purgatório contraria a teologia cristã. O ensino explícito do NT é de que somente Cristo fez expiação por nós.
Os que aceitam a doutrina do purgatório estão afirmando que devemos acrescentar alguma coisa à obra redentora de Cristo e que sua obra não foi suficiente para pagar a penalidade de todos os nossos pecados.
A doutrina do purgatório foi aceito como dogma da Igreja Católica no Concilio de Florença, em 1439. A doutrina tem origem no paganismo. Essa doutrina rouba aos crentes o grande conforto que lhes deveria pertencer por saber que os que morreram foram imediatamente para a presença do Senhor e por saber que eles também, quando morrerem, partirão e estarão “com Cristo, o que é muito melhor”, Fp 1: 23.
d) Não devemos orar pelos mortos. A oração pelos mortos é ensinada no livro apócrifo de 2 Macabeus 12: 42-45. Em nenhum lugar da Bíblia há esse ensino. Além disso, não há indicação alguma de que essa tenha sido a prática dos cristãos no tempo do NT. A recompensa celeste final será baseada em atos praticados nesta vida, como a Escritura repetidamente testifica, I Co. 3: 12-15; 2Co 5: 10.
Ensinar que devemos orar pelos mortos ou incentivar outros a fazer isso, seria encorajar a falsa esperança de que o destino das pessoas pode ser mudado após a morte delas.
CONCLUSÃO
Somos finitos aqui neste mundo, e a morte é uma realidade inevitável, e haveremos de enfrenta-la. Assim sendo, confiemos em Deus, pois Ele promete cuidar daqueles que são seus na eternidade.
Eis a promessa que Jesus nos faz em João 5:24: “Em verdade em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.”
Na próxima semana prosseguiremos em nossos estudos. Examinaremos as declarações de Cristo acerca do fim do tempos. Não falte.
Pr. Josias Moura de Menezes