ESTUDO BIBLICO PARA A QUINTA FEIRA. TEMA: Animo para vencer as lutas

Animo para vencer as lutas

João 16.33

INTRODUÇÃO

Logo após a confirmação da promessa de enviar o Consolador (v. 7), Jesus Cristo adverte os discípulos das dificuldades que esperavam por eles no cumprimento da missão. Essa verdade acerca das tribulações levou o Mestre a fazer uma das mais poderosas orações da Bíblia (veja João 17), que ficou conhecida como a oração sacerdotal, onde Ele intercede fervorosamente pelos apóstolos e pela Igreja de uma forma geral (v. 20).

Ninguém está livre de lutas. Aflições de todo tipo assolam os seres humanos em diversas partes do mundo, e isso inclui os filhos de Deus (veja 1 Pedro 5.9), mas há um segredo – que Deus deseja nos ensinar – sobre a maneira certa de enfrentar as tribulações e dificuldades que a vida ainda nos reserva.

PROPOSIÇÃO: O bom ânimo é o segredo para garantir a vitória nas lutas diárias.

 

I– “NO MUNDO, PASSAIS POR AFLIÇÕES…”.

Note que Jesus não promete isenção de problemas. Antes Ele garante que enfrentaremos aflições de todo tipo. O mundo é o campo de ação de onde procedem as lutas ou sofrimentos terrenos (veja 1 João 2.15), perseguições e toda oposição ao Evangelho de Cristo. Nesse caso, a palavra grega é kósmos e representa todo ambiente ou conceito, valor, costume que seja hostil a Deus, porque está perdido no pecado, arruinado, depravado, pois sofre influência direta do diabo (João 15.18,19).

Quando nosso Senhor cita a palavra “aflições”, Ele se refere a thlipsis no grego, que significa todo tipo de angústia, agonia, pressão, adversidade, perturbação, opressão, sofrimento, perseguição etc. A idéia dominante é emprestada do trabalho que os lavradores tinham ao espremer uvas e azeitonas. As tribulações diárias tentam esmagar a nossa fé, paz, alegria, mas só conseguem nos tomar mais dependentes de Jesus (veja 2Coríntios 12.10).

 

II– “…MAS TENDE BOM ÂNIMO…”

Como é possível ter bom ânimo em um momento de tristeza, escassez, provação, e outras coisas do gênero? O que Jesus quis dizer com esse conselho aparentemente incoerente? Nem toda instmção da Bíblia é perfeitamente racional (por exemplo: a pesca milagrosa; veja Lucas 5.4,5; o prato de sal de Eliseu 2Reis 2.19-22 etc.), aliás, Deus sempre trabalha no campo da fé, e nós precisamos aprender a fazer o mesmo.

Quando nos concentramos no problema, nas lutas, ficamos ainda mais desanimados. Mas em Deus encontramos a força necessária para enfrentar os embates da lida diária (veia Salmo 108.12,13).

No grego, as palavras “bom ânimo” são uma só tharseite que é conjugada no presente do imperativo, indicando que devemos agir ou estar assim (animado) o tempo todo. O termo tharseite vem do verbo tharséo que significa coragem, ânimo, não ter medo. Deus é maior que os nossos problemas, essa certeza é capaz de nos fazer “cobrar bom ânimo”; nisto acreditou o rei Ezequias (de Judá), para vencer Senaqueribe, rei da Assíria (veja 2Crônicas 32.1-8).

Portanto, ter bom ânimo, disposição, coragem é fundamental para enfrentar o inimigo e vencê-lo (pois ele usa as aflições do cotidiano a fim de nos oprimir, esmagar). Renovamos o ânimo, nos apossando na vitória de Cristo, nos fortalecendo no Senhor e na força do seu poder (veja Efésios 6.10), lançando sobre Ele toda a carga (ou ansiedade; Filipenses 4.6; 1 Pedro 5.7) etc…

 

III– “…EU VENCI O MUNDO”.

Esta afirmação de Cristo revela a base da nossa vitória. Não estamos apoiados em um “alicerce” arenoso (como as centenas de religiões que há no mundo), antes como diz Paulo, a redenção em Jesus é o “fundamento” mais firme que existe (veja ICoríntios 3.11), pois nos garante estabilidade nas tempestades do dia-a-dia e até após a morte (Juízo Final; Apocalipse 20.15).

Em Romanos 8.35-39, Paulo alista sete coisas que justificariam o desânimo na vida de qualquer um (tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada), menos do cristão salvo, pois este é em Cristo ou por Cristo “mais do que vencedor” (v. 37). Podemos afirmar, sem medo de errar, que pela vitória de Cristo o crente vence por antecipação.

O grito de Jesus na cruz do Calvário “Está consumado!” (Jo 19.30) traz em si a essência da nossa vitória, porque por meio de Sua morte vicária e expiatória, todos os inimigos do homem – a saber a morte, o inferno e o diabo – foram definitivamente derrotados.

O termo grego nenikeka (venci) derivado de nikao requer a seguinte tradução: ser vitorioso, prevalecer, conquistar. A conjugação da palavra no tempo perfeito indica uma vitória total e eterna. Portanto, a vitória de Cristo nos assegura a paz ou a tranqüilidade de espírito de que tanto precisamos, pois a verdadeira paz não depende de circunstâncias externas (ausência de conflitos, perseguições, lutas etc.), mas de uma relação correta com Deus, que nos é concedida mediante a gloriosa conquista de Jesus Cristo no Gólgota (“…para que tenhais paz em mim”).

João afirma que “…a vitória que vence o mundo (Kosmos)” é a nossa fé (lJo 5.4), ou seja, a fé que crê ser Jesus Cristo o Filho de Deus (v. 5), o Messias prometido, que por sua graça e amor, assumiu a nossa morte (veja Isaías 53). Dessa forma, a vitória de Cristo passa a ser nossa pela fé Nele, a qual nos une a Deus, união essa que nunca poderá ser desfeita (João 10.27-30).

 

CONCLUSÃO

 

Jesus conhece o sofrimento mais do que qualquer um de nós, por essa razão Ele se compadece de nós de uma forma muito especial (veja Hebreus 2.18). Foi Ele mesmo quem enviou o Espírito Santo para estar conosco o tempo todo (João 14), a fim de nos ensinar, admoestar e também consolar e ajudar nos momentos de aflição e dificuldade.

Existem aflições que nós mesmos arrumamos, por causa de nossa teimosia e desobediência (exemplo: casamento misto; 2Coríntios 6.14), e isso pode durar toda a vida; mas há também aquelas que nos sobrevêm por causa do Evangelho, neste caso, sofrer por Cristo se torna um privilégio que poucos alcançam (Mateus 5.11,12; Atos 5.41).

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