REFERÊNCIA BÍBLICA: “A outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas”. (1Co 12.10)
EXPOSIÇÃO DO TEXTO: Paulo esclarece à igreja de Corinto sobre os dons espirituais e, desde o versículo 8, lista quais são esses dons. Dos cinco dons que compõem o final dessa lista, há três que são, normalmente, classificados como dons vocais ou dons de inspiração, pois em todos eles o Espírito Santo se manifesta nos inspirando a falar algo. São eles: profecia, variedade de línguas e interpretação de línguas.
DISCUSSÃO
1. Você já teve alguma experiência com algum desses dons vocais?
2. Qual a importância de desenvolver esses dons em nossas vidas?
OBJETIVO: compreender quais são e como funcionam os dons classificados como “dons vocais”.
CONTEXTO: a língua é um instrumento pequeno, porém muito poderoso. Ela é capaz de controlar (Tg 3.3), dirigir (Tg 3.4) e incendiar (Tg 3.5-6) a nossa vida. Ela pode produzir vida ou gerar morte, dependendo de como for usada (Pv 18.21). Por isso, é tão maravilhoso saber que existem dons que transformam a nossa língua em um instrumento do Espírito Santo. De todos os nove dons espirituais que Paulo explicava à igreja de Corinto, esses três dons vocais pareciam ser os menos compreendidos por aqueles irmãos e, por isso, os que mais estavam gerando confusão. Essa é a razão pela qual o apóstolo tem que dedicar um capítulo inteiro, o 14 da primeira carta aos coríntios, para explicar o funcionamento desses dons. Vejamos o que ele tem a nos dizer sobre cada um deles:
1 – PROFECIA
O dom que tem maior destaque na explicação de Paulo é o dom de profecia. Ele chega a dizer que devemos buscar todos os dons, mas principalmente o dom de profecia (1Co 14.1). Por que esse dom é tão importante? O que há de tão especial em profetizar? Ora, profecia nada mais é do que falar por inspiração divina. Por conta disso, esse dom é tão especial. Quando Deus usa os nossos lábios para falar com nossos irmãos, eles são edificados, exortados e consolados (1Co 14.3). Os segredos do coração das pessoas podem ser revelados e os pecadores podem ser convencidos pelo Espírito e vir a reconhecer que Deus está em nosso meio (1Co 14.24-25). Contudo, nada disso precisa de pompa ou de um tom de voz diferenciado. Uma vez que Deus habita em nós, podemos ser usados por Ele de formas mais simples do que imaginamos. Você pode estar em uma conversa normal, com um colega de escola ou um amigo do trabalho e, de repente, algo que você fala mexe com ele. “Nossa, era isso que eu precisava ouvir!”, ele diz. Isso já aconteceu com você? Já se pegou surpreso por palavras sábias que saíram da sua boca e se perguntou: “De onde veio isso?”. Bem, você pode ter fluido no dom de profecia sem nem ter se dado conta.
2 – VARIEDADE DE LÍNGUAS
Outro dom que costuma gerar polêmica é o dom de variedade de línguas. Quando a Bíblia se refere ao “falar em línguas”, ela pode tratar de duas manifestações distintas do Espírito. Para esclarecer, chamaremos uma de “oração em línguas” e a outra de “variedade de línguas”. A oração em línguas é para todos os crentes (Mc 16.17). Diferente dos dons do Espírito, a oração em línguas não é para edificação da igreja, mas para a edificação pessoal (1Co 14.4). Trata-se de uma linguagem de oração, pois serve, exclusivamente, para falar com Deus e ninguém mais a entende (1Co 14.2). A variedade de línguas, por outro lado, é um dom espiritual que nem todos os cristãos possuem (1Co 12.10,30). Ela não visa a edificação individual, mas o bem comum (1Co 12.7). Mas como pode uma língua estranha edificar a vida de alguém? Em primeiro lugar, ela pode ser estranha para quem fala, mas não para quem ouve. Foi isso que aconteceu em Pentecostes (At 2.4-12). Os discípulos que estavam reunidos naquela ocasião foram cheios do Espírito e começaram a falar em línguas que eles mesmos nunca tinham aprendido, mas que eram as línguas maternas dos seus ouvintes. Isso é uma manifestação incrível e que não deixa dúvidas de que é o próprio Deus quem está agindo de maneira sobrenatural. Existe também outra maneira do dom de variedade de línguas se manifestar. São em ocasiões nas quais a língua é estranha para quem fala e para quem ouve, mas o Espírito se manifesta em outra pessoa e a leva a interpretar essa língua estranha (1Co 14.5,27).
3 – INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS
O dom de interpretação de línguas se manifesta justamente nessa ocasião que acabamos de mencionar. Enquanto um está sendo inspirado por Deus para falar em línguas, outro está sendo inspirado por Deus para interpretar o que está sendo dito, para que todos entendam e sejam edificados. A variedade de línguas, operando com a interpretação, traz todos os mesmos benefícios da profecia (1Co 14.5), sendo que há uma beleza a mais por serem dois irmãos fluindo no Espírito como um só, demonstrando claramente que é Deus quem atua na unidade da Igreja.
CONCLUSÃO: Deus é o Senhor de tudo o que somos, por isso, precisamos estar dispostos a nos entregar por completo a Ele. Isso inclui nossos lábios. Esteja disposto e deixe que o Espírito Santo fale por meio de você, ainda que não entenda tudo que está sendo dito.
APLICAÇÃO: ore consagrando sua língua ao Senhor e se coloque à disposição do Espírito. Ao longo desta semana, esteja atento à voz de Deus. Talvez seja algo simples, como uma frase que brota ao seu coração. Algumas palavras que vêm à sua mente enquanto um irmão fala em línguas próximo de você. Busque com zelo ser usado por Deus nos dons vocais (1Co 14.1,13) e compartilhe na próxima célula as experiências que você tiver nesta semana.