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ToggleO que diz a Bíblia sobre Deus – Parte 01
1) Introdução
Vivemos num universo cuja imensidão pressupõe um Criador poderoso, universo cuja beleza, desenho e ordem apontam um sábio Legislador.
O apóstolo Paulo sabiamente diz que o próprio universo revela Deus para nós. Veja o que diz Romanos 1:20: “Desde que Deus criou o mundo, as suas qualidades invisíveis, isto é, o seu poder eterno e a sua natureza divina, têm sido vistas claramente. Os seres humanos podem ver tudo isso nas coisas que Deus tem feito e, portanto, eles não têm desculpa nenhuma.” (NTLH).
Em nenhuma parte da Bíblia Sagrada os escritores bíblicos se empenham para provar a existência de Deus. Eles partem do pressuposto básico de que Deus existe e ocupam-se em descrever tão-somente as ações de Deus e o seu caráter. Hebreus 11:3, por exemplo, nos ensina que “…Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.” Portanto, Crer em Deus é uma atitude que exige de nós fé em sua existência.
Nossa crença em Deus pode ser definida da seguinte forma: Cremos em um só Deus, que é Santo, Criador de todas as coisas, soberano, eterno, subsistente em três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
2) O ser humano tem uma consciência interior da existência de Deus, mas muitos rejeitam a Deus como Senhor.
Todas as pessoas em todos os lugares possuem o profundo senso interior de que Deus existe, de que elas são suas criaturas e de que ele é o Criador delas.
Paulo diz que até os gentios conheceram Deus, mas “não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças” (Rm 1.21). Ele diz que os ímpios descrentes “trocaram a verdade de Deus pela mentira” (Rm 1.25), sugerindo que eles rejeitaram de forma intencional alguma verdade que conheceram a respeito da existência e do caráter de Deus. Paulo diz que “o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles”, e acrescenta: “porque Deus lhes manifestou” (Rm 1.19).
Portanto, não haverá perdão no dia do Juízo para os ímpios que “…tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.” Rm. 1:21
3) Existem aqueles que negam a existência de Deus.
É o “tolo”, que diz no seu coração: “Deus não existe” (Sl 14.1; 53.1). É o ímpio, que primeiro “amaldiçoa e insuta o SENHOR” e, então, cheio de presunção, cogita em seu coração: “não há lugar para Deus” (Sl 10.3,4). Essas passagens indicam que o pecado conduz as pessoas a pensar irracionalmente e a fazê-las negar a existência de Deus.
Na vida do cristão, porém, essa consciência interior da existência de Deus se torna mais forte e mais distinta. Começamos por conhecer Deus como nosso amoroso Pai celestial (Rm 8.15); o Santo Espírito testemunha com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.16); e passamos a conhecer Jesus Cristo vivo dentro de nosso coração (Fp 3.8,10; Ef 3.17; Cl 1.27; Jo 14.23). A intensidade dessa consciência para o cristão é em tal medida que, embora nunca tenhamos visto a Jesus Cristo, nós de fato o amamos (I Pe 1.8).
4) Devemos entender que Deus é “incompreensível”.
Não podemos nunca entender Deus plenamente. Porque Deus é infinito e nós somos finitos ou limitados. Nesse sentido, é dito que Deus é incompreensível, sendo aqui o termo “incompreensível” usado com um significado mais antigo, ou seja, “incapaz de ser plenamente entendido”. Esse sentido deve ser distinto claramente do significado mais comum, que é “incapaz de ser entendido”. Não é correto dizer que Deus é incapaz de ser entendido, mas é correto dizer que ele não pode ser entendido plena ou exaustivamente.
Salmos 145.3 diz: “Grande é o SENHOR e digno de ser louvado; sua grandeza não tem limites”. A grandeza de Deus está além de qualquer pesquisa ou descoberta: ele é grande demais para ser plenamente conhecido. Com respeito ao entendimento de Deus, em Salmos 147.5 está escrito: “Grande é o nosso Soberano e tremendo é o seu poder; é impossível medir o seu entendimento”. Nunca seremos capazes de medir ou de alcançar plenamente o entendimento de Deus: ele é grande demais para ser comparado ou para ser entendido. De modo semelhante, ao pensar no conhecimento que Deus tem de todos os caminhos, Davi diz: “Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance; é tão elevado que não o posso atingir” (Sl 139.6, cf v 17).
Paulo sugere essa incompreensibilidade de Deus quando diz: “O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus […] Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (ICo 2.10,11). No final de uma longa Paulo em louvores declara: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11.33).
5) Apesar de não podermos entender Deus plenamente, podemos conhecê-lo e nos relacionar com Ele.
Veja o que diz a palavra: “Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o SENHOR e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado”, declara o SENHOR (Jr 9.23,24).
Deus diz que a fonte de nossa alegria e de nosso senso de importância não deveria vir de nossas capacidades ou posses, mas do fato de conhecê-lo. De modo semelhante, orando a seu Pai, Jesus pode dizer: “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). A promessa do novo pacto é que todos conhecerão a Deus, “desde o menor até o maior” (Hb 8.11), e a primeira carta de João nos diz que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento “para que conheçamos aquele que é o Verdadeiro'” (1 Jo 5.20; V. tb. Gl 4.9; Fp 3.10; IJo 2.3; 4.8). João pode dizer: “Filhinhos, eu lhes escrevi porque vocês conhecem o Pai” (I Jo 2.44).
Como essas passagens sugerem, temos o privilégio muito maior que o de simplesmente conhecer fatos a respeito de Deus. Podemos nos relacionar com Deus, pois falamos com Deus em oração, e ele nos fala por meio de sua Palavra. Comungamos com ele em sua presença, cantamos louvores a ele e estamos conscientes de que ele pessoalmente habita entre nós e dentro de nós para nos abençoar (Jo 14.23). De fato, esse relacionamento pessoal com Deus Pai, com Deus Filho e com Deus Espírito Santo pode ser considerado a maior de todas as bênçãos da vida cristã.
FAÇAMOS A SEGUINTE CONFISSÃO: Senhor, desejo te conhecer mais intimamente. Não quero apenas saber sobre o Senhor, mas desejo conviver e viver cada vez mais próximo de Ti. Vem sobre mim, com o teu reino, e realiza em mim o teu querer. Em nome de Jesus, amém!
Até mais!
Pr Josias Moura