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A RELIGIÃO QUE AGRADA A DEUS
Texto: TIAGO 1:19-2:13
Dallas Willard, em seu livro A Grande Omissão, fala do grande perigo e das dramáticas consequências de alguém ser cristão sem se tornar um discípulo de Cristo. Ele questiona: Quem, dentre os cristãos de hoje, é um discípulo de Jesus? “Os discípulos de Jesus são pessoas que não apenas adotam e professam certas idéias, como também aplicam sua compreensão crescente da vida no reino dos céus a todos os aspectos da sua vida na terra”. O discípulo é alguém devotado a se tornar semelhante a Cristo, tanto no caráter quanto na conduta. Basta ao discípulo ser como o seu mestre (Mt 10.25).
Não devemos confundir a falsa religiosidade com a religião que agrada a Deus. Tiago exorta sobre o perigo da pessoa se enganar acerca da sua própria espiritualidade. A sua ênfase é sobre o engano próprio: enganando-vos a vós mesmos (Tg 1.22) e enganando o próprio coração (Tg 1.26). Alguns se enganam achando-se salvos, mas não são (Mt 7.22-23). Outros se acham muito espirituais, mas são carnais (1Co 3.1).
Tiago apresenta a religião que agrada a Deus. A religião que Deus aceita como pura e sem defeito é aquela que adora ao Pai e serve aos irmãos. Vejamos alguns detalhes desta religião que agrada a Deus.
1. É Aquela que Fala Pouco e Ouve Mais
Tiago diz: Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar (Tg 1.19). Prontidão para ouvir e prudência no falar são marcas da verdadeira espiritualidade. Apesar de termos dois ouvidos e apenas uma boca, nós, normalmente, falamos muito e ouvimos pouco. Há muitas recomendações bíblicas sobre o perigo de se falar muito (Pv 10.19; 15.1; 17.27,28). Jesus disse que seremos julgados e responsabilizados por aquilo que falamos: Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado (Mt 12.36,37).
Palavras em excesso geralmente vêm acompanhadas de um espírito irado e raivoso. Por isso devemos ser longânimos ou tardios para irarmos. Um homem irado fala [ muito e de forma inconsequente. Tiago reforça: Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus (Tg 1.20). A ira sem um motivo justo é pecado (Mt 5.22; Ef 4.26). A ira í descontrolada é uma obra da carne (Gl 5.20) e abre um \ espaço para o Diabo agir (Ef 4.27).
Tiago resume este tema da seguinte maneira: Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã (Tg I 1.26). A religião daquele que não controla a sua língua é vã, vazia, inútil e infrutífera. Se uma pessoa não consegue: controlar a sua língua a sua religião não tem valor.
2. É Aquela que Ouve e Pratica a Palavra
A ênfase de Tiago é que o segredo da bênção de Deus não é ouvir a Palavra, mas praticar. Leiamos o que diz Tiago: Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma (Tg 1.21). Quatro lições sobre a Palavra de Deus:
A Palavra de Deus gera vida A Palavra de Deus é a semente do Reino e o coração do homem é o solo (Mt 13.18-23). Foi pela Palavra que fomos gerados ou regenerados (Tg 1.18). Esta Palavra que nos gerou está implantada ou enxertada em nós (Tg 1.21), deve ser agora praticada. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tg 1.22).
Precisamos meditar na Bíblia de dia e de noite, para sermos vitalizados, mesmo em tempos de sequidão e morte. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido (SI 1.2,3). A Palavra é vida no deserto (Jr 17.8).
A Palavra de Deus produz santificação A Palavra de Deus é também uma água purificadora. Jesus disse: Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado (Jo 15.3). O crente e a igreja são santificados e purificados pela Palavra (Ef 5.26; Tt 3.5).
Jesus fala que o ouvir e o praticar a Palavra dá estabilidade nas provações e tentações: Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha (Mt 7.24,25). A vida cristã é como encarar uma tempestade, estar numa tempestade ou escapar de uma tempestade. Há várias forças que tentam derrubar o crente espiritualmente. Somente aqueles que estão firmados na Palavra conseguirão resistir. A maior recompensa de uma vida bem construída é a estabilidade espiritual.
A Palavra de Deus é fonte de felicidade A Palavra de Deus é a lei perfeita e a lei da liberdade. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar (Tg 1.25). Tiago faz uma comparação entre a pessoa que ouve e não pratica com aquela que ouve e pratica. O primeiro ouve, vê e se esquece do que viu. O segundo, ouve, considera atentamente e persevera na prática. O primeiro engana-se a si mesmo e o segundo é feliz em tudo que realiza.
Quando obedecemos e praticamos a Palavra de Deus experimentamos restauração espiritual (S119.7) e libertação (S1119.45). Jesus disse: Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8.31,32).
3. É Aquela que Oferece a Deus Sacrifícios Espirituais
Tiago conclui o parágrafo da seguinte maneira: Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tributações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo (Tg 1.26,27). Religião e ser religioso, não é para Tiago a obediência de ritos e cerimônias religiosas. Trata-se de uma atitude espiritual de amor a Deus e obediência à sua Palavra. Religião é o culto da vida diária do crente, é o oferecimento do corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1,2 e Hb 13.15). Tiago fala de três sacrifícios:
O sacrifício da língua
A língua ou a maneira de falar revela o coração de uma pessoa (Mt 12.34,35). Um língua controlada significa um coração e um corpo controlados (Tg 3.1). Precisamos consagrar o nosso coração e a nossa língua a Deus. Davi orou a Deus: Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios. Não permitas que meu coração se incline para o mal, para a prática da perversidade na companhia de homens que são malfeitores; e não coma eu das suas iguarias (SI 141.3,4). Sacrificar a língua é colocá-la sob o domínio do Espírito Santo.
O sacrifício da prática do bem
Palavras e discursos não substituem nosso serviço. A Bíblia fala sobre o sacrifício da prática do bem: Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz (Hb 13.16).
Tiago fala do cuidado que devemos ter com os órfãos e as viúvas em situação de crise e aflição: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações. Deus é o pai dos órfãos e juiz das viúvas (SI 68.5). Ele mandou o povo de Israel proteger e cuidar dos órfãos e das viúvas (Dt 14.29; Ez 22.7; At 6.1-6). E ele espera que os seus filhos demonstrem uma religião prática, amando e visitando os necessitados (Mt 25.36 e 43). As viúvas e os órfãos simbolizam aqueles que sempre estão em necessidade (Dt 10.18; S1146.9).
O sacrifício da santificação pessoal
Tiago fala que o terceiro sacrifício de quem pratica a religião pura é guardar-se de ser corrompido com o mundo: e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo. Duas lições importantes aqui:
1) Cada crente é responsável pela sua santificação pessoal. Individualmente, você precisa empenhar-se na busca de sua santificação e na pureza de sua vida (2Pe 3.14). Eu não vou pensar e nem agir de acordo com o sistema de valores da sociedade sem Deus. Eu sou responsável pela pureza da minha vida. Estou consciente do que a Bíblia diz: Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus (Rm 14.12).
2) O mundo é uma poderosa fonte de contaminação. O mundo é a sociedade sem Deus (1Jo 2.15), quejaz no maligno (1 Jo 5.19). Os seus integrantes são chamados de filhos do mundo (Lc 16.8). O mundo tenta corromper o cristão da seguinte maneira: começa com a amizade (Tg 4.4), que pode levar ao amor pelo mundo (1Jo 2.15-17), que pode produzir a conformação com o mundo (Rm 12.1,2) e que pode resultar em ser condenado com o mundo (1 Co 11.32). Jesus disse que é por meio da pureza e da santificação que iremos influenciar positivamente o mundo (Mt 5.13).