RESPEITANDO AS AUTORIDADES
Texto da lição: Provérbios 1:7; 10:8; 10:26; 12:15; 14:12; 20:2; 27:18; 28:7,9; 30:5-6
Leituras diárias:
Segunda: 1 Pedro 2:13-18 Quinta: Actos 5:17-29
Terça: Romanos 13:1-7 Sexta: 1 Timóteo 2:1-4
Quarta: Mateus 22:15-21 Sábado: Salmos 12:1-8
Leitura devocional: O perigo de desobedecer ao Senhor – Juízes 2:11-19
Texto áureo: “O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” (Provérbios 28:9)
INTRODUÇÃO:
Exercer autoridade não é coisa fácil. Existe sempre o perigo de se cair em um de dois extremos: o autoritarismo ou a omissão. No entanto, há princípios bíblicos que, se forem respeitados, tornam possível e desejável o exercício da autoridade de forma correta, proveitosa e bem sucedida.
Rigorosamente, toda a autoridade vem de Deus. Ele é o Criador, Sustentador e Redentor do Universo. Deus tem toda a autoridade e poder em Si mesmo. Ou seja: Ele é o Senhor da História. Deus é o único em Quem o poder e a autoridade são intrínsecos, isto é: fazem parte dos Seus atributos e da Sua natureza.
As sociedades humanas foram organizadas sob o princípio do exercício da autoridade: os governos, a família, a igreja, as instituições em geral. O exercício correto da autoridade é importante para que as sociedades funcionem bem e haja paz, justiça e harmonia social. Importa, porém, lembrar que toda a autoridade humana é sempre delegada. Ou seja, ela nunca é verdadeiramente intrínseca à pessoa que a exerce.
O apóstolo Paulo afirma que “não há autoridade que não proceda de Deus” (Romanos 13:1). Isto, naturalmente, não responsabiliza Deus pelos abusos de autoridade cometidos por pessoas déspotas e autoritárias. Tais abusos humanos desrespeitam sempre os princípios divinos e são, rigorosamente, da responsabilidade de quem os pratica.
Deus instituiu as autoridades em todos os sectores da sociedade com dois objetivos básicos. Em primeiro lugar, promover o bem e encorajar os bons. Em segundo lugar, a autoridade deve ser exercida para limitar e conter o mal e refrear os que são maus, impedindo-os de praticar os seus intentos malignos.
Sem lei e sem autoridades, não existiria ordem pública e, em tais condições, nenhuma sociedade pode viver e progredir de forma pacífica e bem sucedida. Aprendendo a respeitar a autoridade de Deus, aceitaremos os Seus mandamentos com tudo o que eles ensinam sobre a nossa vivência humana, inclusive o respeito que devemos ter para com as autoridades instituídas. A atitude que tomamos para com Deus – obedecendo ou desprezando a Sua Palavra – revelar-se-á na nossa maneira de viver. “Aquele que anda pelo caminho direito, teme o Senhor; o que anda pelo caminho tortuoso, despreza-o” (Provérbios 14:2).
I – O PRINCÍPIO DA ORDEM PÚBLICA
O povo de Israel aprendeu este princípio de maneira bastante dolorosa. No tempo de Juízes, não havia rei ou qualquer governo nacional. Israel era composto pelas doze tribos ligadas entre si por laços de família e religião. Os líderes políticos regionais eram juízes que só exerciam a autoridade em tempos de crise. Quando esta era ultrapassada logo voltavam para a sua atividade normal, geralmente ligada à agricultura.
O sistema de governo confiado aos juízes, no antigo Israel, poderia ser mais bem sucedido se a fé dos israelitas motivasse neles uma maior obediência à lei de Deus. Mas não. O povo decidiu rejeitar a autoridade de Deus sobre eles e “cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos” (Juízes 17:6). Em resultado disso, a vida em sociedade começou a desagregar-se, a insegurança instalou-se e, em grande parte, cada um estabelecia a sua própria lei.
A consequência de tal estado de coisas foi devastadora para toda a nação. A imoralidade aumentou de forma assustadora (cf. Juízes 19:1-30), a guerra entre as diversas tribos instalou-se (cf. Juízes 20:30-31), e a vida espiritual da nação mergulhou na displicência e trevas mais profundas (cf. Juízes 17:7-13).
Em qualquer sociedade, as autoridades estabelecidas motivam a confiança e a segurança, ajudando a proteger as pessoas e proporcionando um ambiente harmonioso no qual é possível viver e trabalhar pacificamente. A existência de uma sociedade estável, onde a ordem pública é respeitada, torna-se tão importante que a Escritura Sagrada exorta os crentes a respeitar e orar pelas autoridades estabelecidas. Na sua primeira carta a Timóteo, o apóstolo Paulo diz o seguinte: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, acções de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda a piedade e respeito” (1 Timóteo 2:1-2). Acolhamos, pois, tal exortação e oremos diariamente a favor daqueles que se acham investidos de autoridade no nosso País.
II – VIVENDO HARMONIOSAMENTE
A maneira como vivemos revela aquilo em que acreditamos. A nossa forma de vida influencia as outras pessoas tanto ou mais do que as nossas palavras. O comportamento dos crentes para com as autoridades instituídas pode e deve ser um testemunho da nossa fé cristã.
1. Obedecendo à Palavra de Deus. A submissão às autoridades instituídas começa com a nossa submissão às Escrituras. Cremos na autoridade da Palavra de Deus. Ela é verdadeira, e a submissão aos seus ensinamentos será sempre sintoma de sabedoria. “Toda palavra de Deus é pura; ela é escudo para os que n’Ele confiam. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso” (Provérbios 30:5-6).
2. Respeitando as ordens superiores. Ser crente implica estar disponível para cumprir as ordens vindas de superiores hierárquicos. No nosso local de trabalho, por exemplo, devemos defender honestamente o interesse daqueles que nos dão emprego. Esse é caminho certo para a bênção divina. “O que trata da figueira comerá do seu fruto; e o que cuida do seu senhor será honrado” (Provérbios 27:18). A Bíblia adverte-nos também contra um pecado chamado preguiça: “Como vinagre para os dentes e fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam” (Provérbios 10:26).
3. Ouvindo os bons conselhos. O caminho para uma conduta sábia e harmoniosa passa também pela nossa atenção aos bons conselhos de pessoas sensatas com as quais Deus vai permitindo que nos cruzemos na vida. Na verdade, só o tolo pensa que já sabe tudo e não precisa dos conselhos de ninguém. “Ao insensato parece reto o seu proceder, porém, o que é sábio escuta os conselhos” (Provérbios 12:15).
4. Respeitando as forças policiais. A Bíblia ensina claramente que devemos respeitar e obedecer às autoridades policiais pois, como diz o nosso povo: “quem não deve não teme”. Também o livro de Provérbios nos adverte, falando no contexto da monarquia daquele tempo: “A ira do rei é como um rugido de leão; aquele que o provoca, prejudica a sua vida.” (cap. 20:2).
A finalizar, transcrevemos palavras que o apóstolo Paulo escreveu aos crentes da igreja em Roma: “Todo o homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faz o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra” (Romanos 13:1-7).
Qualquer que seja o lugar onde vivemos, saibamos seguir os preceitos da Palavra de Deus, sendo bons cidadãos e crentes responsáveis.