Estudo para EBD Igreja Betel Brasileiro Geisel. DATA: 17.04.2016. Tema: Expondo o livro de Gênesis – Capitulos 46-50

Expondo o livro de Gênesis – Capitulos 46-50

Esses capítulos cobrem os últimos dias de Jacó. Nós o vemos desem­penhando vários atos pela última vez. É um sério lembrete de que, um dia, todos enfrentaremos o fim.

 

I. A última jornada de Jacó (46-47)

Jacó, pela fé, deixou Hebrom e iniciou sua viagem para o Egito, e Deus honrou sua fé ao revelar-se de novo e renovar suas promessas (46:2-4). Sem dúvida, Jacó lembra­va que Abraão pecara em sua via­gem para o Egito (12:1 Oss), e que Isaque fora proibido de ir para lá (26:2), portanto a Palavra de Deus tranqüilizou-o. O Egito poderia, em vez de ser um lugar de derrota, ser um lugar de bênção, pois a na­ção crescería apesar do sofrimento. Toda a família foi com Jacó: os trin­ta e três descendentes de Lia (vv. 8-15); os dezesseis descendentes de Zilpa (vv. 16-18), os quatorze descendentes de Raquel (vv. 1 9-22) e os sete descendentes de Bi Ia (vv. 23-25). Na verdade, sessenta e seis pessoas viajaram com lacó e. quan­do acrescentamos Jacó, José e os dois filhos deste (v. 27), chegamos a um total de 70 pessoas. Veja Êxo­do 1:5. Atos 7:14 diz que haviam 75 pessoas na família, mas esse número deve incluir os cinco filhos de Manassés e de Efraim, enumera­dos em 1 Crônicas 7:14ss. Observe que agora Judá é o confiável, pois Jacó o manda à frente, como líder. Nesse meio tempo, José preparava o caminho com o faraó, achava um local para eles viverem e uma ocu­pação para eles enquanto estives­sem no Egito. Já que o Egito é um retrato do sistema de mundo atual, não é de surpreender que o pasto­reio seja uma abominação para o povo não-salvo. Nosso Senhor é o Bom Pastor, e o mundo não tem nada que ver com ele!

Jacó encontrou-se com o faraó, testemunhou a bondade de Deus durante sua longa vida e, depois, abençoou-o. A única bênção deste mundo veio de Deus por intermédio de seu povo, Israel (Io 4:22).

Os versículos 13ss descrevem a forma como José administrava os assuntos do Egito, dando-nos uma imagem de dedicação: o povo deu- lhe seu dinheiro, suas terras, suas posses e seus corpos (Rm 12:1-2). Devemos nos dar todos a Cristo que nos salvou e cuida de nós diaria­mente.

 

II. A última bênção de Jacó (48)

Jacó passa os últimos 1 7 de seus 147 anos de vida com José no Egito; as­sim, ele teve seu filho predileto du­rante os primeiros 17 anos da vida de José e, agora, nos últimos 17 anos de sua vida. O patriarca idoso, sa­bendo que estava para morrer, chama José até sua cama (47:31) para que pudesse abençoar os dois filhos deste. Veja Hebreus 11:21. Os dois meninos estavam, pelo menos, no início de seus 20 anos (veja 41:50 e 47:28). Jacó afirmou os meninos como seus descendentes, equipa- rando-os em posição com seu pri­mogênito, Rúben, e com Simeão. (Em 49:5-7, veremos que Simeão e Levi formam tribos separadas, por­tanto Efraim e Manasses tomam o lugar deles.) Como José sabia que Manassés era o primogênito, ele o pôs à direita de Jacó, e Efraim, à es­querda. Jacó, porém, cruzou os bra­ços e deu a bênção de primogenitu- ra a Efraim. Isso desagradou a José, mas Jacó fora guiado por Deus, pois o Senhor daria a bênção mais exce­lente a Efraim. Esse é outro exemplo do princípio divino de pôr de lado o primeiro para estabelecer o segun­do (Hb 10:9). Já vimos isso antes em relação a Sete e Caim, a Isaque e Is­mael e a Jacó e Esaú. O fato de Jacó cruzar as mãos, apresenta a cruz na descrição desse fato. Deus crucifica a antiga natureza por intermédio da cruz e, agora, põe de lado o natural para estabelecer o espiritual. Deus, quando você nasce de novo, rearranja a “ordem de seu nascimento” espiritual.

Jacó também abençoa José em nome do Deus que o “pastoreou” durante todos esses anos e dá a José um pedaço especial de terra (v. 22, e veja Jo 4:5). Isso era um símbolo da herança toda que receberíam.

 

III. A última mensagem de Jacó (49)

Esse é um capítulo difícil, e não podemos entrar em todos os deta­lhes. Jacó, nessa última mensagem aos filhos, revela o caráter deles e prediz a história deles. Rúben era o primogênito e deveria herdar po­der e glória; contudo, por causa de seu pecado perdeu as bênçãos do nascimento (Gn 35:22; 1 Cr 5:1-2). Simeão e Levi eram filhos de Lia, e ambos eram cruéis e determina­dos, como vimos no assassinato dos homens de Siquém (Gn 34). Mais tarde, a tribo de Judá absorve os descendentes de Simeão Os 19:1), e Levi torna-se a tribo sacerdotal (que graça!), e eles n
ão recebem
herança. Quando comparamos Nú­meros 1:23 (59.300) com Núme­ros 26:14 (22.200), vemos o declí­nio numérico de Simeão.

Identifica-se Judá com o leão, a fera real; pois o legislador (Cristo) e também os reis justos de Israel viriam de Judá. Jesus é o Leão da tribo de Judá (Ap 5:5). O versículo 10 prediz que Siló (Cristo, “o Doador de des­canso”) não viria até que Judá per­desse seu governo, e, com certeza, isso era verdade quando Jesus nas­ceu. Os versículos 11-12 prometem grande bênção material para Judá. Zebulom se estendería do mar da Galiléia até o mar Mediterrâneo, por isso sua ligação com navios. Retrata- se Issacar como um servo humilde para os outros, desejoso de suportar os fardos deles para que possam des­frutar de descanso, em vez de resistir e ter liberdade. Liga-se Dã à serpente e à fraude. Não é de surpreender que Dã foi quem iniciou a idolatria em Israel. Gade significa “afortunado” (30:11) e é ligado à guerra. Conecta- se Aser às riquezas, especialmente do tipo que agradariam a um rei. Compara-se Naftali a uma bonita ga­zela solta e promete-se que ele sa­berá como usar a palavra de forma poderosa; em Juizes 4—5 (veja 4:6), vemos a vitória e a música de Baraque e de Débora.

A bênção de José é a mais longa. Ele é um ramo frutífero que foi ata­cado pelos irmãos, mas venceu no fim. Jacó dá uma variedade de bên­çãos materiais e espirituais a José e assegura-lhe a vitória final por meio do Deus de Israel. José é “separado de entre os seus irmãos” (fim do v. 26, NVI). Compara-se Benjamim a um lobo que pega a presa e, depois, à tarde deleita-se com o despojo. O rei SAul veio desta tribo e era um conquistador, Saulo de Tarso, que se tornou o apóstolo Paulo, também descende de Benjamim.

E difícil extrair todos os deta­lhes dessa profecia incrível. A his­tória mostra que as palavras de Jacó tornaram-se realidade. Certamente, aqui há uma lição de responsabili­dade pessoal, pois algumas tribos perderam as bênçãos por causa dos pecados de seus fundadores. José foi o que mais sofreu no início de sua vida, contudo foi o que recebeu a maior bênção.

 

IV.       O último pedido de Jacó (50)

Em 49:29-33, o homem idoso pede para ser enterrado com sua família na caverna de Macpela. Abraão, Sara, Isaque, Rebeca e Lia já es­tavam na caverna, portanto Jacó seria o sexto corpo. Quando Jacó morreu, seus filhos o prantearam e deram-lhe um sepultamento hon­roso. Aparentemente, a terra in­teira pranteou-o setenta dias, e os embalsamadores, durante quarenta dias desse período, prepararam o corpo dele. Esse é o primeiro caso, na Bíblia, de um corpo embalsa- mado e de um funeral elaborado. Por que Jacó (e José depois dele, 50:24-26) queria ser enterrado em Canaã? Deus dera essa terra a ele, ele não pertencia ao mundo (Egi­to). Talvez também tenhamos uma lição espiritual aqui: não apenas o espírito do crente vai para o céu quando ele morre, mas o corpo também será tirado deste mundo na ressurreição.

 

Conclusão

Infelizmente, os irmãos de José não acreditaram quando, anos an­tes, ele dissera que os perdoara! Na verdade, a descrença e o medo de­les fizeram José chorar. Eles são um retrato dos cristãos fracos de hoje que não aceitam a Palavra de Deus e, em conseqüência disso, vivem em medo e em dúvida. “Não te­mas”, essa é a Palavra de Jesus para nós, assim como foi a palavra de José para seus irmãos. Eles, em sua cegueira, quiseram trabalhar para obter o perdão dele (“Eis-nos aqui por teus servos”, [v. 18]), contudo ele lhes deu perdão total por meio da graça.
 

Gênesis inicia com um jardim e termina com um caixão. Que co­mentário a respeito do pecado neste mundo! Contudo, a Bíblia termina com a descrição de uma bonita “cidade-jardim” (Ap 21—22), a casa de todos que põem sua confiança em Jesus Cristo.

 

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