Estudo para EBD. Lição 16. Tema: O poder moral da encarnação

O poder moral da encarnação

Tito2.11-15; Tito 2.11

“Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos.”

Nesse texto, Paulo condensou o projeto de salvação pela manifestação da graça em três realidades:

  • salvação da penalidade do pecado (v. 11);
  • salvação do poder do pecado (v.12);
  • salvação da presença do pecado (v. 13).

Logo, faz-se necessário compreender que foi também para elevar os homens a uma qualidade mais alta de vida que Deus interveio na história, mediante a aparição de Jesus. E a graça de Deus é competente para operacionalizar plenamente esse processo (Fp 1.6; 2Co 3.18).

Em Tito 2.1-10, Paulo nos descreve como deve ser a vida relacionai, natural, diária e ética daqueles que são transformados pela graça. Nos versículos 11-15, ele demonstra quais são as bases teológicas da mecânica de salvação que possibilitam e conduzem esse novo viver em Cristo.

I.A manifestação da graça (Tt 2.11,14)

A primeira base teológica de Paulo para a salvação, a vida ética, santa, pura, abençoada e glorificada é que a graça de Deus se manifestou salvadora e transformadora entre nós, a todos os homens. Agora podemos e precisamos viver um novo estilo de vida (Tt 2.12). Esse é o fundamento teológico para uma vida reta. A graça sempre existiu, mas aprouve ao Senhor manifestá-la no tempo e na história (jo 1.1-14). Ela se tornou presente, rompeu as trevas e fez raiar o sol da justiça e esperança de Deus sobre nós. Como os raios solares, ela é competente para dissipar as nossas trevas, o frio da solidão e da culpa, quebrando os grilhões que nos prendem (Jo 8.31-36; G15.1). A manifestação da graça é militante e atuante para nos mostrar uma nova direção. É mais do que sentimento, qualidade, atributo; é ação, obra, pessoa; é Jesus, Aquele que Se voluntariou a vir, viver entre nós, tão próximo que foi possível tocá-Lo, trazendo consigo, do Pai, os mais ricos e poderosos favores (ljo 1.1-4). Pela Sua vida, Seu ministério, Sua morte, ressurreição e promessas, podemos ter vida, e vida abundante (Jo 10.10). Tudo isso é graça, oferecido por graça! Perceba comigo alguns aspectos desta bendita “epifania”.

1.A origem da graça (v.11)

Como o próprio texto é claro em nos descrever, a graça tem sua origem na pessoa de Deus (Rm 16.25-27). Ele é intencional e possui a primazia no projeto de intervir em nossas trevas, nossa miséria e morte (ljo 4.19). Partiu do Senhor nos revelar o caminho, a porta, a saída, a vida, o perdão, a esperança, a luz (Jo 14.6,9), levando-nos a compreender que não temos um Deus que não Se importa ou muito menos que não possa redimir nossa vida.

2.O perfil da graça (v.11)

Essa graça bendita possui propósito, capacidade, característica e essência. Sua natureza é salvar. Jesus é aquele que traz salvação (Lc 19.10).

3.O alcance da graça (v.11)

A ação intencional de Deus em manifestar salvação a todos os homens não significa que todos indistintamente serão salvos sem Cristo, como pensam os “universalistas”. O texto, na verdade, descreve a “abrangência” desse projeto. Ele trata do alcance do resgate de todo aquele que crer em Jesus (jo 3.16). Em Cristo, a salvação é oferecida a todos, inclusive a escravos (Tt 2.9) e pecadores (Rm 3.23; 5.8); tornando-os um só corpo que precisa amar-se e edificar-se (lCo 12.12-26).

4.O presente da graça (v.14a)

Jesus é o maior presente de Deus ao homem. Sua vida é fonte de dádivas indescritíveis. Agora podemos compreender a dimensão do amor do Pai, pelo sacrifício do Filho em favor de pecadores.

5.O propósito da graça (v.14b)

A intervenção de Deus por meio de Cristo tem a finalidade de nos levar a viver uma vida que O honre, glorifique e sirva, resgatando o que estava perdido como nós.

6.O resultado da graça (v.14c)

Apesar de quão corrompido, obstinado, morto, tornou-se o homem e seu contexto de existência após o pecado, o resultado da ação de Deus nos mostra a competência do Pai para nos regenerar. Em Cristo, possuímos nova natureza, por causa Dele podemos viver.

II.A pedagogia da graça (Tt 2.12-14)

A segunda base teológica de Paulo mostra que a graça salva e ensina. Ele a personifica, chamando-a de mestre, que disciplina, corrige e nos coloca numa nova forma de pensar e proceder (Hb 12.4-13).

1.A maneira negativa (v12a)

Não que ela nos influencie negativamente, pelo contrário, ela nos mostra que Cristo morreu por nós como estávamos, para não mais vivermos como éramos (Rm 6.15-23). Ela nos mostra que aqueles que estão em Cristo precisam ter coragem e postura de “renegar” tudo aquilo que contradiz os mandamentos de Deus.

2.A maneira positiva (v.12b)

A graça nos ensina o que precisa ser buscado neste exato momento da nossa vida (Cl 3.10-17), “Ela nos educa para que… vivamos, neste mundo, deforma sensata, justa e piedosa” (Tt 2.12b). Observemos outros aspectos dessa pedagogia graciosa.

a.A graça nos educa para renegarmos o mal – a falsa teologia e a falsa ética.

b.A graça nos educa para praticarmos o bem – o correto relacionamento conosco, com o próximo e com Deus.

c.A graça nos educa para aguardarmos a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.

III.A manifestação da glória (Tt 2.11-14)

Cristo veio pela primeira vez para nos salvar; a Sua segunda, e última vinda, será para concluir esse processo.

1.Ela será tão certa como foi a primeira (v.n-13>

Jesus é um personagem histórico. Sua primeira vinda é fato (Tt 2.11,13; 2Tm 1.10) tanto quanto a segunda será.

2.Ela será tão poderosa como foi a primeira (v.12-13)

Olhar para aquilo que Deus fez em Cristo, no passado e fará no futuro, serve para que hoje e agora, neste exato tempo da nossa vida, abracemos todos os preceitos do Senhor para a nossa fé (Cl 3.1-4).

É por intermédio da pessoa de Cristo, e toda a extensão do Seu ministério, que Deus opera o milagre da redenção humana (2Tm 1.8-10; Fp 2.5-11).

3.Ela será tão reveladora como foi a primeira (v.12-13)

A segunda vinda será de Cristo glorificado. Nesse verso, o apóstolo faz uso de vários termos para demonstrar que Jesus é tão plenamente divino como Jeová ou o Pai.

4.Ela é tão orientadora como foi a primeira (v.13-14)

O argumento teológico de Paulo para vivermos uma nova vida nos desafia a olharmos para dois pontos: primeiro, para o que Deus fez em Cristo, no passado; segundo, para aquilo que Ele fará por intermédio de Seu Filho, no futuro (G1 5.1-5).

5.Ela já pode ser fonte de deleite como foi a primeira (v.13)

Quanto nossa esperança é bendita e fonte de bênçãos, felicidade, deleite e glória!

6.Ela precisa ser tão desejada como foi a primeira (v.13)

Gênesis 3.15 é a primeira profecia sobre a pessoa, a manifestação e a obra de Jesus, e ela foi feita dentro de um contexto de libertação. Nunca uma pessoa foi tão desejada como o Senhor. O Seu nascimento trouxe muita alegria, por causa de todas as bênçãos reveladas.

IV.O ministério da graça (Tt 2.15)

A última base destaca que, pela graça, todo homem pode receber não somente a maior de todas as bênçãos, a salvação, mas também a mais nobre de todas as tarefas, a proclamação do evangelho (Mt 28.18-20).

1.A tarefa de proclamar (v.15a)

Paulo instiga a Tito para que transmita particularmente e publicamente toda a poderosa mensagem que sintetiza o evangelho, como também define o que é o nosso ministério (2Tm 2.2).

2.A tarefa de repreender (v.15b)

O evangelho que precisa ser proclamado é o mesmo usado para a evangelização, a repreensão e a edificação (2Tm 3.16-17). As pessoas precisam saber que viver é ir ao encontro do nosso grande juiz (jo 5.22). Todos nós seremos julgados. Aqueles que foram fiéis a Cristo não correm o risco de perder a salvação (Rm 8.1-4) – serão galar-doados pelas suas boas obras (Mt 25.31-46). Aqueles, porém, que não se renderam a Jesus serão condenados (Ap 20.11-15).

3.A tarefa de convencer (v.15c)

Não há como negar que o nosso ministério é de consolação, salvação, persuasão e confrontação, o que gera forte oposição (2Co 4.7-18). Ele precisa ser exercido com toda autoridade.

Conclusão

Realmente é maravilhoso estudarmos com um pouco mais de atenção o magnífico amor de Deus na prática, que nos alcança no lamaçal do pecado, nos perdoa, nos santifica, nos comissiona. Louvado seja Deus que nos concedeu a Sua graça salvadora e transformadora. Que diariamente ela opere profundas e sólidas mudanças em nossa vida!

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