Estudo para EBD. Tema: Adoração: Um dos ingredientes essenciais para nosso crescimento espiritual

Adoração: Um dos ingredientes essenciais para nosso crescimento espiritual

TEXTO BÁSICO: 1 Pedro 2.5

INTRODUÇÃO

A água é o componente presente em maior abundância no corpo humano. Uma pessoa adulta precisa de 2 a 2,5 litros de água por dia, isto é, 35ml/ kg de peso corporal. O corpo humano não possui reservas de água e por isso ela deve ser reposta a cada 24 horas para manter a saúde e as funções básicas do organismo.

Sede é a sensação que se tem quando o organismo está com falta de água. Todo cristão verdadeiro sente uma sede por Deus e pela Sua presença. Não é sede por ritual, ou por religiosidade, mas um profundo anseio pelo ser divino.

Na linguagem do salmista: Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus? (SI 42.1,2). Na satisfação dessa sede acontece a adoração.

Na lição de hoje, veremos que na adoração a Deus temos outro alimento para a nossa dieta de crescimento espiritual.

1. O QUE E ADORAR?

O vocabulário bíblico define culto como “serviço prestado a Deus”, pelo povo ou individualmente (Êx 3.12; Dt 6.13; Mt 4.10; At 13.2; Rm 12.1; 15.16 e Fp 2.17). Este serviço é prestado em reconhecimento à pessoa de Deus (Quem Ele é?) e por tudo o que Ele faz (SI 107.1; 146).

Adorar a Deus. Esta é a nossa razão de ser como cristãos e igreja. Pedro declara: Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo (1 Pe 2.5).

Temos cinco princípios neste versículo:

  • Primeiro: cada crente é uma “pedra que vive”, por causa da sua união pessoal com Cristo, que é a “Pedra Viva” (Mt 21.42; 1 Co 10.4; 1 Pe 2.4). Todos os crentes formam uma residência espiritual, uma casa habitada pelo Espírito Santo (2 Co 6.16; Ef 2.19-22). E a igreja existe para adorar.
  • Segundo: cada crente é um sacerdote, alguém que existe para prestar adoração a Deus. Juntos, os crentes formam uma nação de sacerdotes (Ap 1.5,6). Todos os crentes têm acesso à presença de Deus, por meio de Jesus Cristo (Hb 10.19-25).
  • Terceiro: a natureza do culto ou do sacrifício que o crente oferece para Deus, é espiritual: “sacrifícios espirituais”. Todo o sistema sacrificial do culto no Antigo Testamento foi cumprido por intermédio do sacrifício de Jesus Cristo (Hb 10.9-18). Os sacrifícios são: o louvor, a prática do bem e a mútua cooperação entre os irmãos (Hb 13.15,16).
  • Quarto: o objetivo do culto é agradar a Deus, em primeiro lugar (Gn 4.1-7; Hb 12.28). A adoração bíblica é centrada em Deus. Apocalipse justifica isso explicando que no céu existe um trono. Deus está assentado nesse trono e dali ele exerce o seu governo soberano. Por isso, toda criatura deve adorar dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos (Ap 5.13).
  • Quinto: Jesus é o mediador da nossa adoração (Hb10.19-22; 13.15). O nosso culto chega a Deus por intermédio de Jesus Cristo.

2. A ABRANGÊNCIA DA ADORAÇÃO

Entendemos que o conceito de adoração na Bíblia envolve a vida do adorador e não apenas o momento do culto. A vida é o culto e o culto é a vida. Deus diz ao seu povo: Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem? (Dt 10.12,13).

O culto envolve a vida do crente, tudo que ele é, tem e faz. Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (1 Co 10.31). E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai (Cl 3.17).

O culto é a vida do cristão. É por isso que Paulo recomenda: Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo (Cl 3.24). Muitas vezes achamos que quando entramos no templo “entramos na presença do Senhor” e que quando deixamos o templo “saímos da presença do Senhor”. Não!

O templo é a Casa do Senhor, mas a sua presença enche toda a terra (Hc 2.20). O salmista declara que jamais poderemos fugir ou nos esconder da presença de Deus (SI 139.1-12).

Por causa da onipresença e onisciência de Deus, a vida do crente não pode ser dividida em sagrada e profana (1 Co 6.19,20). Você adora a Deus na igreja, no lar e no trabalho, ou em qualquer lugar onde você estiver.

3. TIPOS DE ADORAÇÃO

Há na Bíblia três tipos de adoração:

3.1. Adoração Individual – Dn 6.10; Mt 6.5-8. Trata-se do culto que envolve o encontro entre uma pessoa e Deus, de maneira informal. Geralmente este culto é marcado pela leitura bíblica e a oração.

3.2. Adoração Doméstica – Dt 6.6-9; Lc 10.38-42. Trata-se da forma básica de adoração. Para o judeu e o cristão, o conhecimento de Deus é algo que se aprende ou experimenta em casa. É no culto doméstico que se aprende a adorar coletivamente.

3.3. Adoração Comunitária – SI 134; At 20.7. É quando o povo de Deus reúne-se coletivamente, geralmente no “dia do Senhor”, num local específico (Monte, Tabernáculo, Templo etc). Trata-se de um culto solene e que obedece uma ordem litúrgica. Para crescer espiritualmente precisamos adorar a Deus. Necessitamos tirar um tempo diário para leitura da Bíblia e para oração. As famílias precisam também realizar o culto doméstico. E todos precisam ir ao templo para o culto comunitário.

4. OS RESULTADOS DA ADORAÇÃO

O objetivo da adoração é agradar a Deus. Quando o adoramos da maneira que Ele manda, somos também beneficiados espiritualmente. Muitas vezes vamos à igreja, participamos de um culto, e saímos como se nada tivesse acontecido. Mas será que a culpa está em Deus, ou no dirigente do culto ou em mim? Esta é uma pergunta que gera muitas discussões.

O certo e seguro é, que se o culto for agradável a Deus, Deus torna-se agradável ao adorador: Agrada-te do Senhor e ele satisfará os desejos do teu coração (SI 37.4).

Olhando para os exemplos de culto na Bíblia, podemos relacionar alguns resultados da adoração verdadeira:

4.1.Cresce o nosso conhecimento e a nossa admiração por Deus (1 Rs 8.23; SI 27.4; Lc 5.9; 8.25; Ap 1.9-20).

4.2. Percebemos e sentimos a presença real de Deus em nosso meio e na nossa vida (Êx 40.34-38; 2 Cr 7.1-3).

4.3.Tomamos consciência da nossa fraqueza e da nossa dependência da graça divina (Is 6.1-3; Lc 18.9-14).

4.4. Somos instruídos e orientados por Deus, por meio da Palavra (2 Rs 23.1-3).

4.5. Recebemos salvação e libertação (2 Cr 20; Mt 15.21-28; At 12).

4.6. Somos motivados à santifi-cação e à consagração (Gn 28.18-22; At 13.1-3).

4.7. Sentimos a necessidade de testemunhar e falar de Jesus (At.  4.23-31).

CONCLUSÃO

Frederick W. Robertson afirma: “Repito, o homem não tem opção para ser ou não ser um adorador. Um adorador ele não pode deixar de ser, pois a única questão é decidir o que ele vai adorar: Se é a Deus ou não. Todo homem adora, pois é um adorador nato”.

A nossa maior necessidade é adorar a Deus! O nosso grande privilégio é podermos acessar à sua presença. Não abra mão de adorar ao Senhor!

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