Estudo para EBD. Tema: PEDRO – DA INCONSTÂNCIA À CORAGEM – Data: 23.03.2014

PEDRO – DA INCONSTÂNCIA

À CORAGEM

Texto da lição: Mateus 26:69-74; João 21:17; Atos 2:14, 40-41

Leitura devocional: Peneirados como o trigo – Lucas 22:24-32

Texto áureo: “Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.” (Salmo 51:12-13)

INTRODUÇÃO:

Certamente, já todos nós dissemos algo de que nos arrependemos. Como ficaríamos, se ficasse registado no livro mais lido no mundo? Afinal, foi o que aconteceu a Simão Pedro. Era, geralmente, o primeiro apóstolo a responder a qualquer questão ou a proferir alguma exclamação ou comentário. Ainda poderíamos ir mais longe e descrever a sua forma de ser da seguinte forma: “E Pedro, nada tendo a dizer, disse …”. Como a maioria das pessoas, era mais rápido a falar e a agir do que a pensar, tornando-se, muitas vezes, impossível acompanhar as próprias palavras.

Deus quis deixar registada a falha mais grave cometida pelo apóstolo Pedro, para que todo o mundo viesse a conhecê-la. O próprio Marcos, companheiro e auxiliador de Pedro (1 Pedro 5:13), relata, com pormenor extraordinário, a negação de Jesus Cristo (Marcos 14:66-72). Como é fácil de calcular, terá sido particularmente difícil a Pedro saber que a sua falha ficou registada, tanto mais que, pouco tempo antes, afirmara estar pronto a seguir o Mestre até à morte (Mateus 26:35).

Este episódio na vida do apóstolo Pedro revela o poder da graça de Deus para restaurar a vida de todo o pecador que se arrepende.

I – UMA HISTÓRIA DE FRACASSO

Se Pedro nos falasse, hoje, em relação ao dia horrível em que cometeu esta falta, provavelmente diria: “Neguei o Senhor quando Ele mais precisava de mim, estando a ser provado e condenado à crucificação. Neguei-O não uma, mas três vezes, porque permiti que os meus temores me levassem a negar, inclusivamente, conhecê-Lo, quando devia, corajosamente permanecer lealmente ao Seu lado. Em vez do castigo e da repreensão, Jesus perdoou-me e concedeu-me a graça de O servir. A minha falta verificou-se porque confiei na minha força, nas minhas capacidades pessoais. Desejava mostrar que era mais forte do que todos os outros, mas não era. Eles fugiram, mas eu neguei-O. Porém, graças a Deus porque na Sua graça maravilhosa, Deus me perdoou e restaurou o meu coração quebrantado.”

Porque desejaria o Senhor que este acontecimento nada dignificante e agradável fosse conhecido em todo o mundo? Deus deseja que todos vejamos a forma como pode perdoar e restaurar mesmo aquele que comete os pecados mais hediondos.

Não obstante as suas falhas, Pedro pôde experimentar a graça de Deus, sem medida, e a sua história diz-nos que a graça de Deus é suficiente para perdoar toda a espécie de pecado e curar toda a vergonha, quando alguém se arrepende e se volta para o Senhor.

II – UMA BOA ACÇÃO FRUSTRADA (Mat. 26.69-74)

O que é irónico, na falha cometida por Pedro, é que o seu objetivo era ficar perto de Jesus; se tivesse fugido, como os demais, não estaria naquele lugar onde o medo o assaltou e a coragem feneceu.

Após ter sido reconhecido pela criada, qualquer outra pessoa teria fugido, temendo pela sua vida; mas, Pedro preferiu ficar, supondo que a primeira vez que negou a Jesus teria sido tão convincente que nada mais poderia temer. Não tardou que fosse, novamente, descoberto, começando a negar o Senhor, de forma veemente. O efeito não podia ser pior, pois todos ficaram ainda mais convencidos de se tratar de um seguidor de Jesus, traído pela sua forma de falar. Num curto espaço de tempo, Pedro não só negou como praguejou, tendo partido, na escuridão, vergado pelo medo e pela vergonha. O que tinha iniciado com uma atitude destemida e arrojada, pretendendo manter-se perto de Jesus, terminara de forma lastimável.

A negação de Pedro ensina-nos a sermos cuidadosos com os nossos esforços de tentarmos fazer o que é bem, com base nas nossas capacidades. As nossas capacidades não suportam as pressões que temos que enfrentar, no serviço do Senhor. Ainda que tendo grande desejo de andar com Ele, acabamos por falhar, a não ser que renunciemos aos apelos da carne, caminhando com Jesus. Nele, podemos suportar todas as coisas; sem Ele, nada podemos fazer. Ele é a videira; nós, unicamente, as varas. Separados d’Ele, não temos qualquer capacidade (João 15:5).

III – VIDA, APÓS AS FALHAS (João 21:17; Atos 2:14, 40-41)

A Bíblia não nos revela o que Pedro fez, após ter fugido, naquela noite. Podemos imaginar uma noite de grande agonia e sofrimento. À semelhança do que se verificou com os demais apóstolos, à exceção de João, Pedro manteve-se escondido, dominado pelo pavor. Pedro reaparece, somente, na madrugada do dia da Ressurreição, pois a notícia chegou ao local onde se encontrava. Essa notícia renovou as forças de Pedro, correndo para o sepulcro, onde encontrou as roupas de Jesus.

Ao sair do sepulcro, iniciou uma nova caminhada. Não confiava, já, na sua coragem, mas era um homem com coração arrependido. Sabia que, em breve, se iria encontrar com o Mestre que negara. Certamente, um misto de emoções preenchia o seu coração, na expectativa de tal encontro. Com alegria, antevia o momento de ver Jesus ressuscitado; mas, com o coração receoso, previa a fatídica pergunta: “Porque me negaste?” Surpreendentemente, para sua surpresa, quando se encontrou com Jesus, não ouviu quaisquer palavras de condenação.

Após a ressurreição e as aparições de Jesus, os discípulos, com Pedro como líder, decidiram ir pescar. Após uma noite de esforço vão, Jesus indicou-lhes o local onde deviam lançar as redes. Embora de forma relutante, obedeceram, tendo apanhado grande quantidade de peixe.

Chegados à praia, viram como Jesus lhes tinha preparado peixe para comerem. Durante a refeição, Jesus falou com Pedro, a quem, provavelmente, a refeição teria perdido todo o sabor, receando, a qualquer momento, a pergunta de Jesus, e o castigo associado.

Porém, a pergunta de Jesus foi muito diferente, perguntando-lhe se O amava. Após a resposta afirmativa, surgiu a ordem de Jesus: “Pastoreia as minhas ovelhas.”; três foram as vezes que Pedro negou a Jesus, o mesmo número de vezes que Jesus o questionou quanto ao seu amor pelo Mestre, seguidas da mesma ordem: “Pastoreia as minhas ovelhas.”

Tratava-se de um acordo que iria, até ao fim da sua existência, exigir o melhor que Pedro podia oferecer. Este momento marcou a vida de Pedro, para sempre. Não voltaria a ser o homem voluntarioso, traído pelas suas fraquezas, embora inspirado na sua coragem, mas um homem movido pelo poder do Senhor. Nesse poder, corajosamente, pregou o Evangelho de Cristo, logo no dia de Pentecostes (Actos 2) para aqueles que tinham crucificado Jesus. Quando ameaçado pelas autoridades, impedido de pregar o Evangelho, não se deixou intimidar, não temendo nem a prisão nem qualquer outra represália, respondendo: “Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” (Actos 4:19,20).

Que transformação admirável se realizou em Pedro? A inconstância deu lugar à valentia! Da autoconfiança à segurança no poder do Senhor.

Esta renovação está ao alcance daqueles que, não obstante as suas falhas, imploram o perdão do Senhor, arrependidos dos seus pecados, confiando em Jesus como seu Senhor e Salvador, decididos a viver com Jesus. “Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.” (Salmo 51:12)

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