VENÇA A ANSIEDADE
Mateus 6.25-34
INTRODUÇÃO
“Não estejais ansiosos…”, proíbe Jesus. Mas, como viver sem se preocupar com a manutenção da vida?
Como obedecer ou praticar este mandamento, nós que vivemos num país de tantas incertezas econômicas, com salários achatados e desconfiança política?
Será que é possível praticar este princípio num país como o Brasil? Será possível viver de maneira despreocupada no Brasil? Como?
EXPOSIÇÃO
- ENTENDENDO A ANSIEDADE
“Não andeis ansiosos”. “Ansiosos” vem de um termo grego que significa “distrair”. Fica subentendida a idéia de duplicidade. A idéia é que a mente procura seguir em duas direções ao mesmo tempo, resultando em confusão e sofrimento. “O homem que quiser ter um tesouro nos céus (vs.20) e que quiser servir a Deus e não às propriedades (vs.24), deve desvencilhar-se da ansiedade” (Sherman Johnson).
Na explicação de Orlando Boyer, a avareza e a ansiedade são “uma para com a outra como a lagarta para a borboleta”. A lagarta transforma-se em borboleta; aqueles que andam aflitos por dinheiro mostram-se avarentos depois de adquiri-lo. O amor ao dinheiro produz avareza nos que o têm (Cl 3.5-6 e 1 Tm 6.10).
É importante frisar que Jesus não proíbe a prudência que prevê o futuro, mas o afã e o angustiar-se pelo amanhã. Ele proíbe o medo ansioso, enfermo, que é capaz de eliminar toda a possibilidade de alegria de vida no presente.
- RAZÕES PARA VENCER A ANSIEDADE
No texto básico Jesus apresenta oito razões pelas quais não devemos ser vencidos pela ansiedade, mas, pelo contrário, vencê-la.
2.1. A Vida do Homem
A vida não consiste apenas em “comer”, “beber”e “vestir-se” (vs.25). O homem é mais do que um corpo, mais do que mero animal. A personalidade humana merece mais considerações do que a simples satisfação dos desejos físicos (Mt 12.12).
2.2. O Cuidado de Deus
Deus cuida dos animais inferiores, como as aves, que não fazem provisão alguma para si mesmas. Assim também, certamente, cuidará de seus próprios filhos. “Porventura, não vaieis vós muito mais do que as aves?” (vs.26).
2.3. Inutilidade da Ansiedade
A ansiedade não altera as condições da vida e nem aumenta a sua duração (vs.27). O côvado era usado como medida linear, mas também como medida de tempo. Neste caso, envolve tempo. A ansiedade não efetua o desenvolvimento.
2.4. Analogia das Flores
A ansiedade é inútil para providenciar o vestuário (28-30). A despeito do reduzido valor das flores. Deus cuida delas, providenciando-lhes belíssimas vestes. Se Deus, o Criador, tem tal interes-
se por uma simples flor, que pouco vale, porventura não cuidará de seus filhos, providenciando-lhes as roupas necessárias?
2.5. Ansiedade e Infidelidade
A ansiedade pelas coisas físicas faz parte da conduta dos gentios. É característica dos infiéis. Os discípulos do reino devem ter uma atitude diferente da dos gentios, porquanto contam com seu Pai celeste (vs.32). A ansiedade é essencialmente desconfiança para com Deus.
2.6. Ansiedade Desnecessária
A ansiedade é desnecessária, pois. Deus, o nosso Pai, conhece todas as nossas necessidades e garante o fornecimento para as mesmas (vs.32).
2.7. O Segredo do SuprimentoA busca do Reino de Deus e de sua justiça garante, por si mesma, o recebimento das coisas menos importantes, ou seja, daquilo que precisamos para as nossas necessidades físicas (v.33).
2.8. Ansiedade – Aumento de Sofrimento
A ansiedade, por sua própria natureza, é inútil e só acrescenta maior dose de sofrimento à vida diária, que já é amaldiçoada por muitos males. É loucura sofrer o mal futuro, que nem ao menos existe ainda, juntamente com o sofrimento presente, o qual é perfeitamente real. (v.34).
- A IMPORTÂNCIA DA PROVIDÊNCIA DIVINA
O ensino bíblico acerca da providência divina revela o cuidado especial de Deus para com o seu povo. Ele preserva e governa a nossa vida de modo muito especial (At 17.28; SI 57.2; Ne 9.6).
A providência opera em nosso nascimento (SI 139.13-16), na salvação (1 Ts 1.4 -5), no trabalho diário (1 Ts 4.11-12), na vida familiar (SI 34.10), em tudo enfim.
Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? ” (Rm 8.32). ”Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.” (Rm 8.28).
A certeza do cuidado divino é importante para nos trazer tranqüilidade e esperança, a fim de vencermos a ansiedade e as preocupações exageradas.
CONCLUSÃO
Quando Jesus adverte: “…Não vos inquieteis” ou “não estejais ansiosos”, não significa descuido pelas necessidades da família ou do indivíduo; fala sim, da excessiva solicitude pelas coisas materiais em detrimentos da vida espiritual. “”Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas cousas. Entretanto, pouco é necessário, ou mesmo uma só cousa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada ” (Lc 10.41-42).
É possível vencer a ansiedade ou a preocupação excessiva descansando na providência divina, sabendo que Ele suprirá todas as nossas necessidades.