A cura de Naamã
2Reis 5.1-15
INTRODUÇÃO
O episódio da cura e salvação de um importante militar sírio (alheio ao Concerto Abraânuco) nos chama a atenção no tocante ao grandioso alcance da graça de Deus. Seja no lugar e no tempo que for, quem abre o seu coração com fé, humildade e total sinceridade para Deus não ficará sem resposta, pois Ele não faz acepção de pessoas (veja 2Crônicas 19.7) e a todos ama de igual modo (João 3.16).
PROPOSIÇÃO: A graça de Deus está disponível a todos os homens, mas somente os sedentos se apropriam dela.
I- NAAMÃ ERA UM GENERAL RESPEITADO, MAS LEPROSO.
— O respeito ou a fama de Naamã se deve ao fato de ele ser um herói de guerra. Entretanto, suas conquistas nos campos de batalha não eram suficientes para tomá-lo feliz, pois foi acometido de uma doença incurável, comumente conhecida por lepra ou hanseníase (infecção muito grave provocada pelo bacilo de Hansen).
—As enfermidades nos assaltam por vários motivos, entre eles destacamos: exposição (alcoolismo, tabagismo, desnutrição, sedentarismo, promiscuidade etc.), herança genética (paralisia, diversas síndromes etc.), ataques demoníacos (transferências, bruxarias etc.), juízo sobre o pecado (por exemplo: Geazi – v. 20-27; lCoríntios 5.5) ou “para glória de Deus” (Jo 5.3).
—Por ser uma doença muito contagiosa, todo leproso precisa ser mantido em lugar apropriado e distante do convívio dos outros. Não há dúvida que Naamã sofria grande preconceito de seus companheiros, e o fato de não ser aceito produzia uma série de sentimentos negativos, como: depressão, complexo de inferioridade, desejo de vingança etc.
— A pior de todas as lepras chama-se pecado, pois ela afasta o homem de Deus (veja Isaías 59.1,2), mas Jesus Cristo deseja nos purificar dela, por meio do Seu preciso sangue (1 João 1.7). Se o homem sentisse o mesmo nojo, repulsa, vergonha que tem da doença física pela moral e, sobretudo pela espiritual as igrejas estariam superlotadas o tempo todo. A obra de Cristo no homem lhe restaura não só o corpo, mas também a paz, a honra, a dignidade, a alegria, a santidade etc.
II – O TESTEMUNHO DE UMA MENINA DESPERTOU A FÉ EM NAAMÃ.
– Aquela garotinha judia estava servindo na casa de Naamã na condição de escrava (v. 2 e 3). Em alguma batalha ela foi capturada para estar ao serviço da mulher de Naamã. Todavia, essa condição humilhante não lhe tirou o amor e a compaixão pelos que sofrem, pois no seu conselho está implícito o desejo de ver o seu patrão curado.
– E inquestionável o poder de um testemunho de fé. Todo cristão renascido deve ser uma testemunha fiel de Cristo (veja Atos 1.8). No lugar e na condição em que estivermos, devemos estar disponíveis para falar do amor de Deus.
– O ex-endemoninhado de Gadara pediu a Jesus permissão para segui-Lo em Sua jornada, mas o Mestre recusou seu pedido porque tinha outra missão para ele: testemunhar as bênçãos de Deus a seus parentes e amigos (veja Marcos 5.18,19).
– A menina que testemunhou nos serve de figura da nossa pequenez e fragilidade. Paulo diz que somos “vasos de barro” que transporta um tesouro valioso (veja 2Coríntios 4.7). O poder de Deus flui quando falamos de Cristo com ousadia e convicção (2Conntios 13.4). Não somos o caminho (que é Cristo – João 14.6), mas somos como uma “placa indicativa” do Caminho do céu.
III – A EXPERIÊNCIA DE NAAMÃ REFORÇA A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA.
– O profeta Eliseu ordenou que Naamã mergulhasse sete vezes no rio Jordão (v. 10). Este seria o teste de fé para Naamã, e se não fosse pelos seus fiéis companheiros, ele teria sido reprovado (v. 13).
– O problema do homem está em questionar ou em ser lento em obedecer à Palavra de Deus. Isaías declara que os pensamentos e os caminhos de Deus são diferentes dos nossos (55.8), e mesmo que não entendamos nada, é nosso dever obedecer exatamente como fez Pedro na pesca milagrosa (veja Lucas 5.5).
-Nas imediações de Samaria, Jesus se deparou com um grupo de dez leprosos que o cercaram 1 em busca de cura, então o Mestre ordenou: “Ide e mostrai-vos aos sacerdotes” (Lc 17.14). O I esperado milagre aconteceu quando eles simplesmente obedeceram, pois na sequência o texto diz: “Aconteceu que, indo eles, foram purificados” (Lc 17.14).
– O poder de cura estava na Palavra do profeta Eliseu e não nas águas turvas do rio Jordão. A I obediência de Naamã em mergulhar sete vezes quebraria seu orgulho e arrogância, que em 1 muitos casos é o grande empecilho para o homem receber algo de Deus (veja 1 Pedro 5.5,6), g além disso, esse ato evidenciaria a fonte sobrenatural do milagre.
– Na Bíblia, o número 7 está relacionado com a inteireza, o complemento ou a totalidade (veja ” Apocalipse 1.4). Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou (Gênesis 2.2), por ‘ esse ângulo, o sete parece assumir uma conotação de descanso ou vitória. A exigência dos sete mergulhos nos ensina a lição da perseverança.
– No versículo 14 está escrito a respeito de Naamã que “a sua carne se tomou como a carne duma criança, e ficou limpo”. Podemos afirmar que Naamã nascera de novo. E essa é a proposta do evangelho de Cristo (veja João 3.1 -6), uma nova vida de paz, alegria e salvação etema.
CONCLUSÃO
O presente que Naamã ofereceu ao profeta Eliseu possuía um duplo sinal, primeiro de sua gratidão e segundo de sua conversão ao Deus de Israel (v. 15). Esse famoso general ilustra uma profunda verdade: fama, cultura e riqueza não isentam o homem de sofrer provações de todo tipo. Outra coisa também verdadeira está no fato de que Deus não está interessado em nossa condição social, mas em nos socorrer no momento do sofrimento e em nos salvar da condenação eterna.