Estudo para o encontro de Homens, Mulheres e Jovens. Tema: Nos domínios do Espírito de Deus

Nos domínios do Espírito de Deus

Gálatas 5.22-25

INTRODUÇÃO

Todo crente regenerado é a habitação do Espírito Santo (veja I Coríntios 6.19). O seu desafio  logo após a conversão consiste em viver na plenitude ou no controle do Espírito de Deus. A  Bíblia está repleta de pessoas que foram cheias ou dominadas pelo Espírito. Estêvão, por exemplo, deixou isto muito claro momentos antes de ser martirizado, pois no registro de Lucas observamos   que em meio à dor e à humilhação, ele foi capaz de ver a glória de Deus (e não apenas seus algozes), sentia-se pronto para ir para o céu, amou seus inimigos orando por eles além de   perdoar aos seus maus feitos (Saulo estava entre eles – Atos 7.54-60). Podemos notar na vida desse gigante da fé a manifestação maravilhosa do fruto do Espírito na sua plenitude.

 

PROPOSIÇÃO: Ser cheio do Espírito Santo não é ter mais do Seu poder, mas Ele ter mais de nós.          

 

I-“MAS O FRUTO DO ESPÍRITO É…”                                                                                   

A manifestação do “fruto” é obra do Espírito Santo, e não o resultado do esforço humano, ou   de exigências legalistas/ascéticas de qualquer religião. O Espírito de Deus é capaz de produzir   na vida do crente essas (nove) e outras qualidades morais, mas só quando este lhe permite o  controle.                                                 

       A partir do momento que desenvolvemos a nossa salvação (veja Filipenses 2.12), crescemos na graça e no conhecimento de Cristo (2Pedro 3.18) e nos despimos de todo acúmulo demaldade – pela obediência à Palavra de Deus (Tiago 1.21), em conseqüência disso, o fruto do  Espírito cresce e aparece.

       O “fruto” é um (no singular), porém com múltiplos aspectos ou variedades. Veja o que cada  um deles representa no aspecto prático:

1.          Amor: Do grego agape é o amor na sua representação mais profunda; sacrifical (Efésios 

5.25), responsável, despretensioso, racional e não apenas emocional. E o mais poderoso  “lubrificante” social que existe. Quem ama nesse termo, se interessa pelo bem-estar dos outros   de maneira desinteressada e cumpre a Lei (5.14). Em ICoríntios 13.4-8, ele é descrito com detalhes. O amor está acima de dons (ICoríntios 13.13), conhecimento, posses etc; pois não   permanece somente nas palavras (se envolve…).                                           

2.          Alegria: Do grego chara é um sentimento de contentamento ou deleite, procedente de um relacionamento correto com Deus. E aquela satisfação que inunda o nosso ser quando   completamos com êxito alguma tarefa para Deus, ou quando Lhe somos gratos por uma bênção recebida. A alegria, como fruto do Espírito, não pode ser contida pela perseguição, dor, nem   qualquer tipo de adversidade (veja Atos 8.8). A alegria do Senhor é a nossa força (Neemias 8.10).

3.          Paz: Do grego eirene, é a tranqüilidade ou o sossego ou a serenidade do espírito e da mente que resultam da nossa relação com o Deus da paz (veja Romanos 16.20), mesmo diante das batalhas que a vida pode nos impor. A paz nos é permanentemente comunicada pelo Espírito de Deus que em nós habita (Romanos 14.17).

4.          Longanimidade: Do grego makrothumia, é a capacidade de suportar com paciência – sem se encolerizar – as críticas, ofensas ou injúrias. É o mesmo que ânimo longo. Com a longanimidade podemos suportar as diferenças de opinião ou a forma de ver as coisas, própria de toda pessoa. A natureza humana nos impede de ser longânimo, e somente pela influência do Espírito é que adquirimos mais esse detalhe da beleza de Cristo.

5.          Benignidade: Do grego chrestotes, é uma espécie de gentileza no trato com os outros. Essa virtude é indispensável nos relacionamentos interpessoais. O benigno nunca é áspero nas palavras (veja Efésios 4.31,32).

6.          Bondade: Do grego agathosune, é a capacidade de ser generoso, dado. O indivíduo bondoso ajuda, apóia, socorre, age em favor do necessitado sem medir consequências (exemplo: o bom samaritano; veja Lucas 10.33-35), e sem esperar nada em troca.

7.          Fidelidade: Do grego pistis, também é traduzida por fé, mas de acordo com o contexto, pistis está mais associado à fidelidade. A palavra significa uma espécie de confiabilidade, lealdade que demonstramos com qualquer compromisso assumido. Quem realmente nasceu de novo sabe que precisa ser honesto, sincero e fiel a Deus e aos seus semelhantes.

8.          Mansidão: Do grego prautes, é a calma ou brandura que manifestamos ante uma situação grave (por exemplo: Cristo diante da mulher adúltera; veja João 8.68). Deus é favorável com quem é manso, moderado, dócil (exemplo: Moisés; Números 12.1-8; os mansos herdarão a terra; Mateus 5.5). Do homem em relação a Deus, a mansidão representa a submissão inconteste à Sua vontade. Mansidão é o contrário exato de ira ou discórdia.

9.          Domínio próprio: Do grego egkrateia, é o exercício do autocontrole nas várias atividades da vida diária. E ser comedido, controlado no que fala, no que faz (exemplo: na comida, bebida) e no temperamento (de “temperança” na ARC). Quem se domina, renuncia a si mesmo de forma inteligente (como um atleta que treina para vencer; ICoríntios 9.25), mantém o ego submisso ao querer de Deus. Veja Provérbios 16.32.

 

II – “VIVER E ANDAR NO ESPÍRITO”.

        Isto só é possível se subjugarmos a nossa vontade; se crucificarmos a velha natureza (v. 24). Viver no Espírito é a única maneira de nos libertarmos do domínio da natureza adâmica (veja Romanos 8.9), e essa nova forma de vida outorgada por Jesus Cristo na cruz do Calvário nos capacita a vivermos acima das preocupações deste mundo perdido.

 

        A vida sob controle do Espírito é aquela que permanece na dimensão da fé (veja 2Coríntios 5.7), da Palavra, de Deus. Viver e andar são verbos que ilustram de que maneira devemos nos conduzir neste mundo, ou seja, sob a direção e o poder do Espírito de Deus. No grego, a palavra “andemos” é stoichomen, derivada de stoicheo, que significa: “pôr-se, andar, seguir em linha com”. Isto quer dizer que o Espírito Santo está à nossa frente, no caminho para o céu, e nos convida a segui-lo. Em outras palavras, devemos viver de maneira que agrade a Deus, encarnando as virtudes alistadas nos versículos 22 e 23 do estudo em foco.

 

CONCLUSÃO

 

O fruto do Espírito é a manifestação de virtudes morais, produzidas na vida do crente que vive sob a poderosa influência ou direção do Espírito Santo. Essas qualidades morais e éticas contrastam radicalmente com as obras da carne. De qual dessas virtudes necessitamos? O que precisamos fazer para incorporá-las à nossa personalidade? Está escrito que contra essas virtudes não há lei (v. 23), ou seja, não há restrição ou condenação alguma, pois é para isso que a lei existe.

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