Estudo para o encontro de homens, mulheres e jovens. Tema: Sofrendo o agravo em favor da comunhão

Sofrendo o agravo em favor da comunhão

1 Coríntios 6.1-8

INTRODUÇÃO

A falta de maturidade espiritual faz manifestar em cada um de nós comportamentos condenáveis, absurdos e que denigrem o santo nome de Jesus Cristo. Paulo atacou de frente vários problemas de relacionamento entre os crentes da “menina” igreja de Corinto, e no caso em estudo, a liderança não conseguia lidai’ com uma disputa interna de seus membros, e estava para levar o caso aos tribunais do mundo. Por que esse problema interno chegou a esse ponto? Onde estava a falha na liderança e nas pessoas envolvidas? Este caso nos revela, que até mesmo os pequenos problemas – dentro ou fora da igreja – precisam ser resolvidos com oração, humildade e muita sabedoria.

PROPOSIÇÃO: Sofrer a injustiça e esperar em Deus é seguir fielmente o exemplo de Cristo.

I- A COMUNHÃO É PREJUDICADA QUANDO HÁ DEMANDAS ENTRE OS IRMÃOS.

Paulo toca em um assunto de muita importância, que coloca em dúvida a espiritualidade de várias pessoas que freqüentam igrejas. Está em foco aqui as disputas carnais entre os crentes que o apóstolo chama de: “…questão contra outro” (v. 1), “…cousas mínimas” (v. 2), “…cousas desta vida” (v. 3), “…negócios terrenos” (v. 4). Ele inclusive chega a dizer que “O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros” (v. 7). A igreja de Corinto era abundante em dons espirituais, mas carente de maturidade espiritual.

Na lista das obras da carne, Paulo apresenta os pecados da convivência em maior número (veja Gálatas 5.20,21). Ao que parece, temos dificuldade para lidar com diferenças e tentamos impor de diversas formas nossas opiniões ou gostos. Falta boa dose de humildade, mansidão e tolerância. O egoísmo impede de cumprirmos certos mandamentos como: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2.4).

A palavra “demanda” no original grego é krima, que também significa: julgamento, processo, mas não necessariamente judicial. O verbo demandar no dicionário significa: “requerer em juízo contra, para obter algum presumido direito; exigir; requerer”. Em uma demanda dentro da igreja, ninguém pode sair vitorioso. Sairia espiritualmente vencedor o lado que “sofresse a injustiça”, para não levar o caso adiante, pois esse ato protegeria quem mais sofre numa demanda entre os crentes: a Igreja de Cristo ou a obra de Deus.

II- ONDE SE ORIGINAM AS DEMANDAS?

A base para toda disputa ou demandas de qualquer natureza é o “velho homem”. A existência de tantas leis (por exemplo: código penal), a polícia e a necessidade de mais penitenciárias revela que há algo de muito errado com o homem. Mesmo regenerado, o crente é tentado a todo o momento a viver, ou a reagir às situações do cotidiano com base nos impulsos da carne (Mateus 15.19). Todo mundo quer ter direito ou estar sempre certo! Pois a “velha natureza”

não se humilha nunca (por exemplo: Adão e Eva diante de Deus; veja Gênesis 3.11-13).

Ninguém quer suportar ou sofrer a injustiça, pois todos querem estar certos em suas posições ou opiniões (veja 2Coríntios 12.20), é por isso que havia “partidos” na igreja de Corinto (ICoríntios 3.3,4). Entre as pessoas do mundo, as diferenças são resolvidas nos tribunais, ou o que é pior, por meio de violência.

Somente o crente realmente espiritual aceita ser humilhado, mesmo estando com a razão, porque espera Naquele que julga retamente (veja Salmo 9.4). O crente carnal é mais limitado, e tem ainda muito do velho homem imperando em sua vida (Colossenses 3.5; Tiago 1.21). A carne é inimiga de Deus e despreza as Suas leis, e, no caso específico da comunhão, ela trabalha contra o tempo todo (Gálatas 5.13-15).

III– SOFRER A INJUSTIÇA É SEGUIR O EXEMPLO DE CRISTO.

Na continuação do texto, Paulo aconselha: “Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?” (v. 7). Isaías declarou profeticamente sobre Jesus Cristo o seguinte: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca-, (…) como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (53.7; grifos do autor). Cristo merecia ser humilhado e morto? Então por que Ele não se defendeu? O amor verdadeiro é a resposta!

Em toda a Bíblia, Paulo foi o que melhor conceituou o amor, e em 1 Coríntios 13 ele faz uma explanação esplêndida do amor verdadeiro: “O amor é paciente… não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece… não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça… tudo sofre… tudo espera, tudo suporta” (v. 4-7; grifos do autor). Todas estas expressões revelam o tipo de reação que reflete o caráter de Cristo diante de situações em que alguém deve se humilhar e esperar pela justiça de Deus.

Paulo emprega a palavra “injustiça”, adikeo no grego, que significa tratar alguém injustamente, errar contra alguém. Já o termo “dano” (grego: apostereo) significa defraudar, provar, roubar. O emprego dessas duas palavras indica que se sofrermos injustiças ou injúrias ou se formos privados de nossos direitos, devemos permitir que o Senhor cuide do assunto por várias razões: para manter a comunhão, a paz, a amizade e o diálogo com outros irmãos, além, é claro, para zelar pelo bom testemunho diante dos não crentes (veja João 13.35).

Na verdade, com esse profundo conselho, o apóstolo está enfatizando o ensino de Jesus Cristo que trata, entre outras coisas, da questão da vingança e da regra áurea do cristianismo (veja Lucas 6.27-31). Além disso, Paulo busca ser ele mesmo um exemplo prático do que está procurando ensinar (1 Coríntios 4.12-16). Jesus lavou os pés dos seus discípulos, ensinando com isso o dever que temos de servir um ao outro, além de procurarmos permear nossos relacionamentos de humildade e altruísmo (João 13.12-17).

CONCLUSÃO

A verdadeira espiritualidade ultrapassa as fronteiras das palavras, manifesta-se no dia-a-dia, náà situações do cotidiano, sobretudo, em nosso relacionamento com pessoas que necessitam de redobrada atenção ou tolerância (veja Romanos 14.1-12). Estamos seguindo o exemplo de Cristo – aceitando a injustiça, o agravo nos desentendimentos e coisas semelhantes, ou levamos tudo às últimas conseqüências, para impor o nosso direito?

 


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