Estudo para o encontro dos departamentos de homens, mulheres e jovens. Tema: A parábola do Oleiro

A parábola do Oleiro

Jeremias 18.1-6

INTRODUÇÃO

A didática de Deus é muito interessante, pois Ele usa as muitas situações do cotidiano para enfatizar alguma lição espiritual. Na figura de um fabricante de vasos de barro – muito comum na Palestina – Deus ensina ao profeta Jeremias a maravilhosa lição de Seu absoluto controle sobre tudo e todos. A soberania de Deus é uma doutrina bíblica pouco compreendida pela maioria do Seu povo.

PROPOSIÇÃO: O Senhor controla a vida do crente como bem lhe parecer.

 

1. DEUS TEM O MOMENTO E O LUGAR CERTO PARA FALAR CONOSCO.

O Senhor desejava falar ao profeta de uma forma inusitada. Observamos que no AT, Deus tinha várias maneiras de falar com o Seu povo: Por sonhos (Jó 33.14-16) e nesse ponto José é um belo exemplo (veja Gênesis 37.5-9). Pelo Urim e o Turim (1 Samuel 28.6). Por intermédio de profetas, de “boca a boca” ou diretamente, como ocorria com Moisés (Números 12.8),e até por meio de uma jumenta (Números 22.28).

De fato, não é possível limitar a forma de Deus falar, pois, pode ocorrer por meio da pregação ou da leitura livre da Bíblia, por um lindo louvor, pelo Espírito Santo no coração do crente (veja Romanos 8.16) etc. O certo é que Ele nunca nos deixa no ‘escuro’, sem direção, ao contrário, pois seu glorioso Espírito é o guia e o orientador eficiente que Ele nos enviou (João 16.13; Romanos 8.14). Nem sempre ouvimos o que queremos, mas em todos os casos, quando Deus fala, Sua Palavra não volta vazia (Isaías 55.10,11).

O profeta teve de “descer” para ouvir Deus falar (v. 3), e isto foi uma exigência divina (v. 2). Descer neste caso tem a ver com uma mudança de postura, de pensamento, de paradigma, de atitude que muitas vezes adotamos e que está em desarmonia com a vontade de Deus. Saul, por exemplo, vivia em desobediência à Palavra do Senhor, e isto impedia que Deus lhe falasse (veja I Samuel 28.6). Quando estivermos no lugar e na posição que Deus escolheu para nós, será possível ouvirmos sua “doce voz” (IReis 19.12,13).

 

2.O VASO SEMPRE É MOLDADO CONFORME A VONTADE DO OLEIRO.

A parábola do oleiro possui inúmeras figuras espirituais, dentre elas destacamos as seguintes: 1. O oleiro tipifica Deus, que toma o barro em suas mãos e dá a ele o formato que mais lhe agrada. 2. O barro aponta para o homem, a sua vulnerabilidade, transitoriedade e limitação. 3. A casa do oleiro serve muito bem para representar o templo, o lugar de culto, onde Deus fala de diversas maneiras. 4. As rodas, o instrumento de trabalho do oleiro, representam as várias situações que Deus cria para operar (ou amassar) em nossas vidas. 5. O vaso terminado é o tipo do crente em ordem, obediente, que Deus usa em Sua obra.

No momento da transformação do simples barro, num belo e útil vaso, um longo e demorado processo entra em curso, para tirar as impurezas da massa e alcançar a liga ideal, entre outras coisas.

O barro não pode “argumentar” com seu criador, apenas se conformar com o formato que ele lhe der. Isto indica que o crente em vez de maldizer a vida, ou viver o tempo todo ansioso, deveria sem delongas “entregar-se” de corpo e alma aos cuidados do Senhor (veja 1 Pedro 5.7).

Jeremias escreveu que o oleiro refez o vaso “segundo bem lhe pareceu” (v. 4), e temos aqui uma referência à sabedoria, à liberdade e à soberania de Deus. A vontade de Deus consiste em fazer de cada um de nós uma verdadeira “obra-prima” (Ef 2.10- “feitura”, poiema, no grego).

 

III – DEUS E O “VASO QUEBRADO”.

Quando precisamos ser refeitos? O novo nascimento nos toma instantaneamente perfeitos? (Veja Tiago 1.21). Quais imperfeições manifestamos com freqüência? (ICoríntios 3.1-3). Devemos esconder de Deus as nossas mazelas ou buscar Dele a devida restauração? Salmo 51.1-4.

Deus não fica imóvel diante das nossas deficiências morais. Como o oleiro que toma a “amassar” o vaso defeituoso, assim o Senhor procede para conosco. Suas medidas disciplinadoras (veja Hebreus 12.7) visam ao nosso aperfeiçoamento, correção e crescimento em Cristo. Deus usa o modelo de Cristo para “talhar” nosso caráter (2Coríntios 3.18).

Deus não desiste do vaso imperfeito, antes, a Sua divina paciência busca novas oportunidades para “tratar” os defeitos morais de Seus filhos (veja a parábola da figueira: Lucas 13.6-9).

Até que nos tomemos o que Deus planejou para nós, a Sua obra não vai parar. Sua motivação para trabalhar em nós e por intermédio de nós não corresponde a nenhum tipo de capricho humano, mas com o Seu plano, propósito e imenso amor.

 

CONCLUSÃO

 

Na parábola do oleiro, aprendemos muitas lições de importância vital, talvez a principal delas aponta para a soberania de Deus e para a nossa dependência Dele. O Senhor só se contenta com a perfeição, por isso sempre que for necessário Ele nos disciplinará, para que voltemos à posição inicial, do primeiro amor (veja Apocalipse 2.5) etc. Nossa vocação é a vontade de Deus, conformemos com isso alegremente.

 

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