Lição 04 da EBD. Tema: A Iluminação Espiritual do Crente

Lição 4 – A Iluminação Espiritual do Crente

Texto Áureo

“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação.” (Ef 1.17)

VERDADE PRÁTICA

A vocação do crente inclui a herança de preciosas riquezas conferidas aos eleitos pela grandeza do poder de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Co 2.14,15 As coisas espirituais são discernidas espiritualmente

Terça – 1 Co 13.12 O crente tem a promessa de conhecer a Deus face a face

Quarta – 2 Pe 1.4 O poder divino é capaz de transformar o homem

Quinta – 1 Co 15.56,57 O triunfo sobre a morte está assegurado aos salvos

Sexta – 1 Ts 4.14 A ressurreição de Jesus é a garantia da nossa ressurreição

Sábado – Mt 16.18 Nenhuma potestade do ar pode prevalecer contra a Igreja

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Efésios 1.15-23

15 – Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus e o vosso amor para com todos os santos, 

16 – não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,

17 – para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação,

18 – tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos

19 – e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,

20 – que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus,

21 – acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro.

22 – E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja,

23 – que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.

OBJETIVO GERAL

Esclarecer a dimensão de nossa chamada, as riquezas da herança divina e a grandeza do poder de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I – Destacar a vocação e as riquezas da glória inclusas na herança divina;

II – Salientar a grandiosidade do poder divino que opera em favor dos crentes;

III- Expressar o exemplo de exaltação em Cristo.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

O plano de salvação divina revela uma santa vocação, as riquezas da herança divina e a grandeza do poder de Deus. Uma vez salvos, somos vocacionados para a santidade, o serviço e a participação gloriosa no porvir. Uma vez salvos, desfrutamos das riquezas da glória divina experimentando o perdão dos pecados, a adoção de filhos e as bênçãos a ser desfrutadas no porvir. Uma vez salvos, seremos glorificados a exemplo de Cristo Jesus. Nesta lição, estudaremos as bênçãos espirituais e a profunda esperança que cada crente deve guardar em Cristo.

INTRODUÇÃO

Ainda no primeiro capítulo, o apóstolo Paulo inicia uma longa sentença assim dividida: ação de graças (1.15,16), oração intercessora (1.17-19) e confissão de louvor e exaltação (1.20-23). Nessa sentença somos exortados a louvar ao Senhor pela nossa eleição, buscar a iluminação do Espírito para compreender a dimensão de nossa chamada e herança divina, bem como entender a grandeza do poder de nosso Deus.

PONTO CENTRAL

A herança de preciosas riquezas espirituais conferidas aos eleitos faz parte da vocação do crente.

I – A ESPERANÇA DA VOCAÇÃO E AS RIQUEZAS DA GLÓRIA

O apóstolo ensina que os salvos precisam ser iluminados para compreenderem quais são a esperança da vocação e as riquezas da glória da sua herança.

   1. Ação de graças e intercessão. O apóstolo se alegra em dar graças a Deus pela vida dos eleitos (1.16) e por todas as bênçãos espirituais recebidas, tais como: a eleição, a predestinação, a filiação e o dom do Espírito Santo (1.3-14). Ele intercede para que seja concedido aos seus leitores “o espírito de sabedoria e de revelação” (1.17). Paulo estava ciente de quão maravilhoso é o Evangelho, mas ao mesmo, de quão impossível é alguém perceber a glória dessas boas novas sem ser ensinado por Deus (1 Co 2.14,15). Por isso, ele rogava para que os crentes recebessem a capacidade de compreenderem, por meio do Espírito Santo, a esperança da chamada, as riquezas da herança e a grandeza do poder de Deus (1.18,19).

    2. A esperança da vocação. Em sua petição a Deus, Paulo intercede para que o Espírito Santo ilumine os crentes a fim de saberem “qual seja a esperança da sua vocação” (1.18). Assim, eles seriam capazes de experimentar e conhecer profunda e espiritualmente os privilégios de serem vocacionados. Podemos dizer que tal esperança divide-se em pelo menos três aspectos: a) Deus chamou pessoas no passado (2 Tm 1.9), ou seja, uma chamada em que Ele teve a iniciativa por meio da eleição em Cristo, da qual fazemos parte (1.3-14); b) a chamada abrange serviço e santificação no presente (Fp 3.14), isto é, achar-se irrepreensível, viver em comunhão e andar de modo digno (1.4; 2.11-18; 4.1); c) a participação gloriosa no futuro (5.27), que compreende a vida eterna e a esperança de conhecer Deus face a face (1 Co 13.12).

  3. As riquezas da glória da sua herança. Na oração, o apóstolo pede para que os crentes entendessem “as riquezas da glória da sua herança” (1.18). A expressão “sua herança” enfatiza o que Deus deu aos seus eleitos (Cl 1.12). Já o termo “riquezas” refere-se às maravilhosas bênçãos que acompanham o plano da salvação, tais como: o perdão dos pecados, a adoção de filhos e as bênçãos que serão desfrutadas no porvir (Cl 1.27; 1 Pe 1.4,5), como por exemplo: vermos a Deus, a Cristo e O adorarmos (Ap 22.3,4). Sim, no dia aprazado, os fiéis estarão reunidos nas bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Então, os salvos tomarão posse da herança preparada desde a fundação do mundo (Mt 25.34).

SÍNTESE DO TÓPICO I

Os santos devem louvar a Deus pela eleição e ser iluminados para conhecer a esperança do chamado e as riquezas que fazem parte de nossa herança.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

É importante introduzir esta aula lendo com a classe os versículos 15-17. Esses versículos retratam a ação de graças e a intercessão apostólica. Para introduzir este tópico, além do texto do comentário, leve em conta o seguinte fragmento de texto: “Será muito importante observar o relacionamento entre 1.3-14 e 1.15-23. O primeiro representa um profundo hino de louvor pelas bênçãos redentoras de Deus em Cristo; o último é uma oração de intercessão para que os olhos espirituais dos

Sim, no dia aprazado, os fiéis estarão reunidos nas bodas do Cordeiro. Então, os salvos tomarão posse da herança […].

 crentes se abram para, através da experiência, alcançarem a compreensão da plenitude dessas bênçãos. Dessa forma, Paulo faz junção do louvor com a oração, da adoração com a intercessão, como dois componentes necessários ao verdadeiro conhecimento de Deus” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.403).

II – A SOBRE-EXCELENTE GRANDEZA E FORÇA DO PODER DIVINO

O poder divino é imensurável e nada pode detê-lo. Em sua Carta, Paulo se esmera no esforço de traduzir a grandiosidade e a eficácia desse poder que opera em favor dos crentes.

   1. A sobre-excelente grandeza do seu poder. O apóstolo orou para que os salvos pudessem entender a “sobre-excelente grandeza do poder de Deus” (1.19). Perceba que a palavra “sobre-excelente” é traduzida do grego uperballõ, que na forma adjetivada significa “extraordinário” (2 Co 4.7). Já a expressão seguinte, megethos (grandeza), objetiva enaltecer a magnitude do poder de Deus que a tudo sobrepuja (Mt 26.64).

  O termo dunamis, aqui traduzido por “poder”, indica feitos miraculosos que requerem força “fora de medida” (At 8.13). Logo, a repetição desses termos indica que apenas o maior de todos os poderes é capaz de realizar a transformação e a salvação do homem (2 Pe 1.4); e que somente um poder tão grande assim pode operar e concretizar as bênçãos inclusas na “esperança da vocação” e nas “riquezas da herança” (1.18).

   2. A força do poder divino. Na sentença “segundo a operação da força do seu poder” (Ef 1.19), o apóstolo faz uso de três vocábulos gregos concordes entre si. Primeiro, a palavra “operação”, que é a tradução de energeia, e também significa “eficácia”, sinalizando a ideia de “poder em atividade” (Cl 1.29).

Segundo, a expressão “força” vem do termo kratos, que traz a ideia de “intensidade”. E, finalmente, ischus, que indica o “poder inerente” de Deus (Jo 1.12; 2 Pe 2.11). A associação desses conceitos revela o poder potencial de Deus que, inerente à sua natureza divina, opera em favor dos que creem. Para aprofundar essa impressionante descrição, Paulo apresenta três exemplos irrefutáveis da força desse poder: (1) A ressurreição de Cristo; (2) sua ascensão à direita de Deus nos céus (1.20); e (3) sua elevação acima de todo o domínio (1.21,22).

SÍNTESE DO TÓPICO II

O poder de Deus é extraordinário e supera todo e qualquer outro poder. Esse maravilhoso poder opera no interesse de salvar a humanidade caída.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A NATUREZA DE DEUS

O Deus onipotente não pode ser plenamente compreendido pelo ser humano, mas nem por isso deixou de se revelar de diversas maneiras e em várias ocasiões a fim de que o venhamos a conhecer. Deus não pode ser compreendido pela mera lógica humana, e nem sequer sua própria existência pode ser comprovada desta maneira. Com isso, queremos dizer que não de forma alguma diminuindo os seus atributos, fazendo uma declaração confessional das nossas limitações e da infinitude divina.

Nosso modo de entender a Deus pode ser classificado em duas pressuposições primárias:

(1) Deus existe; e (2) Ele se revelou a nós de modo adequado através da sua revelação inspirada.

[…] Além disso, Deus está sustentando ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele controla todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de levar a efeito seu plano sábio e amoroso, de forma que não venha a interferir na liberdade das suas criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12; Rm 1.24)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp.151,53).

III – CRISTO: NOSSO EXEMPLO DE EXALTAÇÃO

Nesse ponto veremos três aspectos da exaltação de Cristo que atestam a grandiosidade do Poder de Deus disponível também aos crentes.

   1. Cristo: As primícias dos que dormem. Paulo enfatiza que o poder de Deus se “manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos” (1.20). De fato, o Novo Testamento descreve a ressurreição de Cristo como obra do poder de Deus Pai (At 2.24; 3.26; 17.31). Ao ressurgir dentre os mortos, Cristo foi feito as primícias dos que dormem (1 Co 15.20-22).  Assim sendo, a ressurreição de Jesus é a garantia de que seremos ressuscitados (1 Ts 4.14). O mesmo poder que ressuscitou a Cristo está disponível também aos salvos (2.6). Desse modo, os crentes vencerão a morte e se erguerão gloriosamente de seus sepulcros para reinarem com Cristo eternamente (Jo 5.28,29; Fp 3.20,21).

   2. Cristo elevado à direita de Deus. Paulo reforça o poder de Deus quando da elevação de Cristo ao trono: “Pondo-o à sua direita nos céus” (1.20). Aqui está em foco à ascensão de Cristo em referência a promessa messiânica (Sl 110; At 1.6). O grau de exaltação para uma posição de honra e autoridade indica o completo triunfo de Cristo sobre o pecado e as forças do mal (Fp 2.9-11; Cl 2.15). Esse triunfo também está assegurado aos salvos (1 Co 15.56,57) e endossa nossa participação na vida celestial, conforme indica a expressão “nos fez assentar nos lugares celestiais” (2.6). Assim, tanto a ressurreição como à ascensão de Cristo são obras do poder do Pai.

  3. Cristo exaltado sobremaneira. Nesse ponto, Paulo ensina que o poder de Deus exaltou Cristo “acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia” (1.21). Significa que Ele foi exaltado acima de toda eminência do bem e do mal e de todo título que se possa conferir nessa era e também no porvir. O resultado desse triunfo traz duplo benefício para a Igreja: primeiro, que Deus fez Cristo o cabeça da Igreja (1.22); e, segundo, que Deus designou a Igreja para ser a expressão plena de Cristo (1.23). Isso significa que nenhum poder pode prevalecer contra a Igreja do Senhor (Mt 16.18).

  Assim sendo, a ressurreição de Jesus é a garantia de que seremos ressuscitados (1 Ts 4.14).

SÍNTESE DO TÓPICO III

Tanto a ressurreição como o assentar-se nos céus está disponível aos crentes, e de semelhante modo à glorificação por meio do grande poder de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A ênfase no Novo Testamento recai mais na ressurreição do corpo do que naquilo que acontece imediatamente depois da morte. A morte continua sendo uma inimiga, mas já não é para ser temida (1 Co 15.55-57; Hb 2.15). Para o crente, o viver é Cristo e o morrer é lucro; isto significa que morrer é receber mais de Cristo (Fp 1.21). Logo, morrer e estar com Cristo é muito melhor que permanecer no corpo presente, embora devamos ficar aqui enquanto Deus considera que isso seja necessário (Fp 1.23,24). Depois disso, a morte nos trará o repouso ou cessação das nossas labutas e sofrimentos terrestres, e a entrada na glória (2 Co 4.17; 2 Pe 1.10,11; Ap 14.13)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.621).

CONCLUSÃO

Embevecido com as bênçãos espirituais, Paulo mantém adoração contínua ao Eterno Deus, atitude que deve ser seguida por todos os salvos. A compreensão das dádivas da salvação demonstra o excelso valor daquilo que Deus fez por nós. Seus atos poderosos viabilizam a transformação e a glorificação dos que creem. Aleluia!

PARA REFLETIR

A respeito de “A Iluminação Espiritual do Crente”, responda:

• Quais são as bênçãos espirituais recebidas que o autor destaca na lição?

A eleição, a predestinação, a filiação e o dom do Espírito Santo (1.3-14).

• Segundo a lição, qual o motivo da oração de Paulo pelos salvos?

O apóstolo orou para que os salvos pudessem entender a “sobre-excelente grandeza do poder de Deus” (1.19).

• Cite os três exemplos irrefutáveis que Paulo apresenta acerca da “força do poder” de Deus.

Paulo apresenta três exemplos irrefutáveis da força desse poder: (1) A ressurreição de Cristo; (2) sua ascensão à direita de Deus nos céus (1.20); e (3) sua elevação acima de todo o domínio (1.21,22).

• Segundo a lição, como o Novo Testamento descreve a ressurreição de Cristo?

O Novo Testamento descreve a ressurreição de Cristo como obra do poder de Deus Pai (At 2.24; 3.26; 17.31).

• Qual o duplo benefício que o triunfo de Cristo traz a Igreja?

O resultado desse triunfo traz duplo benefício para a Igreja: primeiro, que Deus fez Cristo o cabeça da Igreja (1.22); e, segundo, que Deus designou a Igreja para ser a expressão plena de Cristo (1.23).

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