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ToggleLição 07 – Os perigos do dinheiro
1Timóteo 6.3-10,17-19
A fidelidade do apóstolo Paulo com o verdadeiro ensino bíblico e o zelo com o que se ensina na igreja precisam ser readquiridos por ambos, professor e aluno. Esse cuidado com c igreja do Senhor nasceu bem antes dele escrever as cartas a Timóteo (At 20.29-35). E tempos antes desses fatos, Jesus Cristo, o nosso Mestre, já advertira Seus primeiros alunos (Mt 7.15-20). Precisamos ser tomados desse zelo cristão (Jo 2.17; Rim 12.11; 2Co 8.21; 11.2). Resolver as questões financeiras o usar adequadamente o dinheiro no contexto da igroja cristã é um desafio constante. Fazer orçamento, planilhas de gastos, poupança, são passos cruciais no processo. Mas é o estudo adequado das Escrituras que nos darão os fundamentos e as motivações necessárias para o domínio do dinheiro.
I.Falsos mestres (ITm 6.3-6)
O mau uso do dinheiro é tão perigoso quanto receber e dar ensino falsificado, enganoso, heterodoxo, que “não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade” (lTm 1.3; 6.3; Mt 7.15). O mau uso de recursos financeiros pode ter durs origens diretas:
Presença de ensino falso – “outra doutrina”(1 Tm. 3;4.1-3)
Mitos sobre dinheiro são ensinados no meio evangélico como se fossem verdades. Pessoas enganando e sendo enganadas estão dentro o fora da igreja. Irmãos com dificuldade na área financeira se tornam vítimas de enganadores de plantão que são motivados pelos possíveis lucros advindos da piedade (lTm 6.3-5).
Ausência de ensino verdadeiro (2Tm3.16-17)
Na Bíblia, encontramos os ensinos mais preciosos sobre os princípios da boa administração financeira. Jesus Cristo é o Mestre por excelência desses princípios (Mt 13.45-46; 18.23-35; 22.15-22; Lc 14.28-32; 16.1-13). É mister obedecer a esses ensinos, do contrário seremos enganados por falsos mestres.
No contexto dos efésios, havia os gnósticos, os filósofos epicureus e estoicos. Foi a respeito destes que Paulo admoestou Timóteo e Tito (lTm 1.3; 6.3-4; Tt 1.14; At 17.18). A influência filosófica antropocêntrica daquela época era tão ou mais perniciosa quanto a atual (2Tm 3.1-9). Zelemos pelo ensino das Escrituras.
II.Os que querem ficar ricos (1Tm6:6-10)
Corações corrompidos pelo pecado da ganância não são um fenômeno moderno. Milênios antes de Cristo, Deus condenou Balaão por sua ganância (Nm 22.1-24.25; 2Pe 2.12-16; Jd 11); e o salmista reprova a arrogância, a cobiça e a presunção do coração do homem ganancioso (SI 10.2-4). Logo, podemos inferir que o desejo por riqueza não é de agora. Deus nos deu as Escrituras Sagradas como manual de disciplina e orientação nas questões cruciais da vida (v.6), e para nos proteger dos perigos da riqueza (v.9-10). Note, o problema não é a riqueza, mas falso ensino em que a piedade é fonte de enriquecimento (v.5).
Estudemos esses quatro fatos.
A riqueza não gera contentamento (v.6)
O termo “contentamento” significa “uma suficiência interior que nos mantém em paz apesar das circunstâncias exteriores” (W.W. Wiersbe, Comentário Bíblico Expositivo). Em Filipenses 4.11, Paulo usa o mesmo termo, indicando o estilo de vida do legítimo cristão, que não depende de dinheiro para sua satisfação e paz interior. Wiersbe comenta: “são os ricos, não os pobres, que consultam os psiquiatras e que se mostram mais propensos a cometer suicídio”.
A riqueza não dura pra sempre (v7, Pv. 11.28; 23:5; Jó 1:21)
No livro Minhas finanças: atitudes e ações para uma vida financeira bem-sucedida (Editora Esperança), Ion de Verr escreve: “O dinheiro, sem dúvida alguma, é importante e necessário, mas ele deve ser visto de uma perspectiva menos fantasiosa e mais realista”. Ele destaca três mitos sobre o dinheiro:
- dinheiro é sinônimo de sucesso e felicidade;
- a melhor estratégia de crescimento financeiro é aumentar a renda;
- dinheiro é sinônimo de filho bem-sucedido.
0 contentamento é possível e não exige alto custo (v.8)
A plena satisfação, o gosto de vida na boca, a vida abundante (jo 10.10) não são resultados direto de riqueza financeira. Veja o que disse o homem mais rico que já existiu (Pv 17.1). O avarento é capaz de passar fome contando o dinheiro que lhe custou tão caro para adquirir (Lc 12.15). Vida simples como a de Cristo deve ser o padrão dos fiéis – “aprendam de mim” (Mt 11.28-30).
A ganância pela riqueza produz malefícios (v.9-10)
O cenário que Paulo retrata aqui é de alguém afogado, atolado na desgraça (v.9) como resultado de uma vida contaminada pelo amor ao dinheiro (no grego, afeto pela prata). Leia Provérbios 21.6 e Eclesiastes 5.10-17. A ganância financeira no meio religioso é um problema a ser resolvido, quiçá pudéssemos resolver. Reafirmando, o problema aqui não é o dinheiro ou a riqueza (Dt 8.18), mas as consequências nocivas de um coração ávido por dinheiro, que aumenta a sua riqueza por meio do serviço piedoso (v.5). Obviamente, isso não exclui a necessidade de sustento financeiro aos que integralmente servem à igreja (lTm 5.17-18; ICo 9.6-14).
III.Os que são ricos(ITm 6.17-19)
Após as advertências de Paulo sobre não amar o dinheiro, ele dá três recomedações aos irmãos ricos, membros da igreja, lembrando-os de que a riqueza financeira só é riqueza neste presente mundo, no vindouro a riqueza é outra (Lc 12.20-21; Mt 6.19-21).
Não sejam presunçosos, arrogantes (v.17)
A arrogância e o orgulho são como duas folhas de uma larga porta, por ela, facilmente o pecado entra e se mistura com a riqueza, causando danos na casa. O acúmulo de bens materiais sem a percepção dessa ameaça provoca a perda da maior riqueza: a entrada no reino de Deus (Lc 18.24-25). Nossos irmãos ricos necessitam de apoio em oração, para não caírem na tentação de acreditar que a riqueza neste mundo gera o tipo certo de felicidade (Mt 5.1-11; Jo 14.6).
Não depositem esperança na incerteza da riqueza (v.17)
Já aprendemos que a riqueza não é duradoura (v.7; Pv 11.28; 27.24). Portanto, é tolice confiar na riqueza material. O orgulhoso rei Saul foi um desses tolos que depositavam suas esperanças na abundância dos seus próprios bens (SI 52.7; ISm 22). Jesus Cristo é a única esperança digna de total confiança (Rm 5.5; 8.24; lPe 2.6). Deus nos proporciona toda a riqueza de que precisamos para o nosso contentamento Nele (Mt 6.25-34).
Pratiquem boas obras com sensibilidade, solidariedade e generosidade
Esta é a última orientação que Timóteo deu aos irmãos ricos da igrej a em Éfeso (v. 18). O entendimento que se deve ter hoje e sempre é o mesmo. Deus é quem proporciona a riqueza de origem lícita (Dt 8.17-18). Ele é a fonte, o sustentador e quem dará fim a tudo o que existe (Rm 11.36). Portanto, é sábio e prudente usar das riquezas para a prática de boas obras (Ef 2.10). Jesus Cristo, além de ter recebido presentes caros, presentes de rei – ouro, incenso e mirra (Mt 2.11), posteriormente foi ajudado por ricas senhoras (Lc 8.3). Os crentes ricos praticaram espontaneamente a partilha de bens: Zaqueu (Lc 19.1-10); José de Arimateia (Lc 23.50-53); Barnabé (At 4.36); Cornélio (At 10.1-2); Lídia (At 16.15,40); Públio (At 28.7).
Conclusão
Timóteo tinha a missão de doutrinar teologicamente a igreja em Éfeso, protegendo-a de falsos ensinos e de mestres falsos (v.3-4); do ímpeto pela riqueza, custe o que custar (v.8-10); e de adequar o modus operandi dos ricos convertidos (v.17-19).
Alicerçados e amparados na Palavra da fé (v.12), temos a garantia de que o melhor tesouro, o mais valioso, nos aguarda no mundo porvir (v.19).