Lição 07 da EBD. Tema: A queda do ser humano

Lição 7 – A Queda do Ser Humano

Texto Áureo

“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12)

Verdade Prática

Ao pecar contra Deus, o homem perdeu o completo domínio sobre a criação e tornou-se vulnerável à morte; em Cristo, porém, temos o Reino e a vida eterna.

Leitura diária

Segunda – Gn cap. 3: A história da queda

Terça – 2 Co 11.3: A estratégia de Satanás

Quarta -1 Tm 2.14: Eva é enganada por Satanás

Quinta – Jo 8.44: O Diabo é o pai da mentira

Sexta – Rm 5-12: Adão, o responsável pela queda

Sábado – Rm 6.23: A consequência da queda

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 3.1-7

1 – Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?

2 – E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,

3 – mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.

4 – Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.

5 – Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

6 – E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

7 – Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

HINOS SUGERIDOS: 192, 334, 471

OBJETIVO GERAL

Conscientizar acerca da gravidade da queda do ser humano.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I – Relacionar o livre-arbítrio com a soberania divina;

II – Apresentar a Queda como um evento histórico e literal;

III – Pontuar as consequências da queda de Adão.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Alguma coisa deu muito errado com a natureza humana. A Palavra de Deus diz que isso aconteceu por meio do advento da Queda. A doutrina bíblica da queda humana é realista quanto à natureza humana. Ela testemunha a maldade no interior do homem. Essa maldade só pode ser removida por meio de Cristo Jesus. Assim, esse ensinamento é um antídoto para qualquer filosofia ou sistema de pensamento que tenta impor-se alegando que a natureza humana é boa e agradável. Pelo contrário, a Palavra de Deus mostra que o ser humano pode fazer as piores maldades, embora seja capaz de executar empreendimentos maravilhosos.

PONTO CENTRAL

A queda humana representou a perda do completo domínio do homem sobre a criação.

INTRODUÇÃO

Estudaremos, hoje, o capítulo mais trágico da História: a queda do ser humano. No transcorrer da aula, mostraremos que a narrativa do pecado de Adão e Eva, longe de ser uma parábola, foi um evento real, cuja literalidade não pode ser questionada, pois acha-se referendada em toda a Bíblia.

Inicialmente, examinaremos o livre-arbítrio e as suas implicações na experiência humana. Em seguida, averiguaremos a queda em si. E, depois, focaremos as consequências da rebelião adâmica. Trata-se, pois, de uma temática imprescindível ao estudo da doutrina do homem, conforme a encontramos na Bíblia Sagrada.

Que o Espirito Santo nos ilumine a compreender esta aula.

I – LIVRE-ARBÍTRIO DO SER HUMANO

Neste tópico, definiremos o livre-arbítrio. Em seguida, veremos o seu relacionamento com a soberania divina, e, finalmente, trataremos da responsabilidade humana frente às ordenanças divinas.

  1. O livre-arbítrio. É o dom que recebemos de Deus, através do qual podemos, desimpedidamente, escolher entre o bem e o mal (Dt 28.1; Js 24.15; 1 Rs 18.21; Hb 4.7). Sem o livre-arbítrio, não seríamos o que hoje somos: seres autônomos, conscientes da própria existência e de nosso lugar no Universo criado por Deus.
  2. A soberania divina. É o direito absoluto, irrestrito e inquestionável, que possui Deus sobre toda a sua criação (Êx 9.29; Dt 10.14; Sl 135.6). Portanto, o Senhor age como lhe aprouver. Em suas mãos, somos o barro; Ele, o soberano oleiro (Jr 18.6). Não nos cabe questionar a soberania do Todo-Poderoso (Rm 9.20). Ele é Deus e Senhor! Não devemos, por outro lado, ver a soberania divina como algo despótico e tirânico, porquanto todas as ações de Deus são fundamentadas em seu amor, justiça e sabedoria. O que Ele faz agora só viremos a compreender mais à frente (Jo 13.7). Descansemos, pois, na vontade divina (Sl 37.5).
  3. A responsabilidade humana. Entre o livre-arbítrio e a soberania divina encontra-se a nossa responsabilidade (Jr 35.13). Não resta dúvida de que Deus permite-nos o direito de obedecer-lhe ou nãos aos mandamentos (Dt 11.13). Todavia, Ele nos chamará, um dia, a prestar contas quanto às nossas escolhas (Ec 11.9; 12.14). O Juízo Final não é ficção; é a realidade que aguarda a espécie humana na consumação de todas as coisas (Ap 20.11-15).

SÍNTESE DO TÓPICO I

Entre o livre arbítrio e a soberania divina encontra-se a nossa responsabilidade humana.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

A soberania de Deus anula a responsabilidade humana? A soberania de Deus e o livre-arbítrio são excludentes? Estas são perguntas que você pode fazer para introduzir este tópico. A relação entre soberania divina e livre-arbítrio está presente nas Escrituras Sagradas. Para enriquecer a exposição deste primeiro tópico, consequentemente respondendo às perguntas acima elaboradas, leve em conta o seguinte fragmento textual: “Há os que perguntam, por exemplo, como pode Deus saber quem há de se perder, e mesmo assim, permitir que os tais se percam. 0 conhecimento prévio de Deus, porém, não predetermina as escolhas individuais, porquanto Ele respeita nosso arbítrio. Em Efésios 1.3-14, temos o esboço da história predeterminada do mundo. Mas esse vislumbre da predestinação do Universo não elimina as ‘ilhas da liberdade’ que Deus nos reservou, pois Ele nos fez indivíduos e livres. Ele permite que as pessoas escolham o próprio destino; Céu ou inferno” (MENZIES, William W. (Ed.). Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.41).

ll – A QUEDA, UM EVENTO HISTÓRICO E LITERAL

A apostasia de Adão e Eva deu-se em consequência do conflito entre o livre-arbítrio humano e a soberania divina. Nesse episódio, houve a possibilidade da queda, a realidade da tentação e a historicidade da queda.

  1. A possibilidade da queda.

Em sua inquestionável soberania, Deus criou Adão e Eva livres, permitindo-lhes o direito de obedecê-lo ou não. Todavia, a ordem do Senhor, concernente à árvore da ciência do bem e do mal, era bastante clara (Gn 2.16,17). Se eles optassem por ignorá-la, teriam de arcar com as consequências de seu ato: a morte espiritual seguida da morte física.

2. A realidade da tentação.

Ao ser tentada pela serpente, Eva deixou-se enganar pela velha e bem arquitetada mentira de Satanás – a possibilidade de o homem vir a ser um deus (Gn 3.1-6; 2 Co 11.3). No instante seguinte, Adão e Eva pecaram contra Deus (1 Tm 2.14). Tendo em vista a representatividade de Adão, foi ele responsabilizado pela entrada do pecado no mundo (Rm 5.12).

  1. A historicidade da queda. A narrativa da queda do ser humano tem de ser acolhida de forma literal, pois o livro de Gênesis não é uma coleção de parábolas mitológicas, mas um relato histórico confiável (2 Co 11.3; Rm 15.4). Tratemos, com temor e tremor, a Bíblia Sagrada – a inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de Deus.

SÍNTESE DO TÓPICO II

No episódio da Queda humana houve a possibilidade da queda, a realidade da tentação e a historicidade da queda.

SUBSÍDIO-TEOLÓGICO

“Um erro comum é considerar o pecado substância. Mas se o pecado fosse uma substância ou coisa, então, sem dúvida, teria sido criado por Deus, e, assim sendo, seria essencialmente bom. Mestres cristãos, através dos séculos, em vista do ódio de Deus contra o pecado na Bíblia como um todo, têm rejeitado a ideia de que o pecado tenha sua origem em Deus. Embora o pecado não seja uma substância, não significa que seja destituído de realidade. As trevas são a ausência da luz. Embora o pecado e o mal sejam, algumas vezes, comparados com as trevas, eles são mais que a mera ausência do bem. O pecado também é mais que um defeito. É uma força ativa, perniciosa e destruidora” (MENZIES, William W. (Ed.). Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.73).

Ill – AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DE ADÃO

Devido à sua rebelião contra o Senhor, a raça humana teve de arcar com pesados encargos: a consciência do pecado, a perda da comunhão com Deus, a transmissão do pecado às gerações subsequentes, a enfermidade da terra e, finalmente, a morte física.

  1. A consciência do pecado. Ao tentar a mulher, a antiga serpente prometeu-lhe a onisciência divina, mas o que os nossos pais herdaram foi uma consciência pecaminosa geradora de obras mortas (Gn 3.1-6; Tt 1.15; Hb 9.14). O pecado leva-nos a perder o brilho do rosto e o vigor físico (Sl 31.10; Sl 32.3). Eis porque o homem precisa nascer da água e do Espírito (Jo 3.5).
  2. A perda da comunhão com Deus. Em consequência de seu pecado, Adão e Eva foram expulsos da presença de Deus (Gn 3.23,24). De agora em diante, não poderiam mais viver no jardim do Éden, onde, diariamente, conversavam com o Senhor (Gn 3.8). Mas, apesar de haverem ofendido a Deus, continuaram a ser alvo de seu imenso, eterno e infinito amor (Jo 3.16). Desde a queda, o ser humano, para reatar a comunhão com Deus, tem de aproximar-se dele pela fé (Hb 11.6). Nesse retorno, não estamos sós. Jesus Cristo é o nosso medianeiro eficaz (Rm 5.1). Ele é o Verdadeiro Deus e o Verdadeiro Homem (1 Tm 2.5).
  3. A transmissão do pecado à espécie humana. Sendo Adão o pai de toda a raça humana, o seu pecado acabou por alcançar a todos os homens (Rm 3.23; 5.12). Aquilo que chamamos de “pecado original” contaminou universalmente a humanidade. Até mesmo o recém-nascido já traz consigo essa semente (Sl 51.5). Embora a criança, na fase da inocência, não tenha a experiência do pecado, a iniquidade adâmica acha-se impregnada em seu interior, prestes a ser despertada. Somente em Cristo podemos vencer tanto o pecado original como o experimental (1 Jo 1.7). Muitas crianças são recolhidas por Deus, na fase de inocência, apesar da iniquidade dos pais (1 Rs 14.13). Entre os que morreram sem a experiência do pecado acham-se os inocentes assassinados por Herodes (Mt 2.16).
  4. A enfermidade da Terra. Por causa do pecado de Adão, até a própria Terra adoeceu. Expulso do Éden, Adão teria de trabalhar, com redobrado esforço, a fim de prover o seu sustento cotidiano (Gn 3.17). Desde então o nosso planeta vem sofrendo com fomes, tremores de terra e inundações (Mt 24.7). Em sua Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo descreve a Terra como que gemendo por causa das expectativas quanto às últimas coisas (Rm 8.22). Mas, quando o Reino de Deus manifestar-se, logo após a Grande Tribulação, o planeta será curado de todas as suas enfermidades (Is cap. 35).
  5. A morte física. O homem não foi criado para experimentar a morte física. Nesse sentido, podemos dizer que fomos criados imortalizáveis; com a possibilidade de viver indefinidamente (Gn 2.17). Não somente a eternidade, mas de igual modo a imortalidade, achavam-se no ser humano. A morte é a mais triste consequência do pecado (Rm 6.23). Todavia, a pior morte que alguém pode experimentar é a separação eterna de Deus; a segunda morte (Ap 2.11; 20.6). Quanto a nós, os que já recebemos Jesus Cristo como o nosso Senhor e Salvador, a morte não terá efeito, porque Ele é a ressurreição e a vida (Jo 11.25).

SÍNTESE DO TÓPICO III

As consequências do pecado foram: a consciência do pecado, a perda da comunhão com Deus, a transmissão do pecado às gerações subsequentes, a enfermidade da terra e, finalmente, a morte física.

SUBSÍDIO-TEOLÓGICO

“O pecado de nossos primeiros pais teve diversas consequências. Eles entraram em estado de culpa. E não somente se tornaram cônscios de seu ato e da separação de Deus na qual haviam incorrido, mas sabiam que estavam sujeitos à penalidade atrelada ao mandamento de Deus, em caso de desobediência. Alguns, atualmente, confundem sentimento de culpa com a própria culpa. São crentes que aceitaram o perdão outorgado por Cristo, mas ainda conservam restos de sentimento de culpa. O sentimento de culpa resulta de uma consciência maculada. A própria culpa é a responsabilidade legal pelo erro praticado aos olhos de Deus, o que incorre em penalidade” (MENZIES, William W. (Ed.). Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.73).

CONCLUSÃO

Dois fatos marcam a doutrina do homem nas Sagradas Escrituras: a criação e a queda. À primeira vista, o pecado de Adão trouxe graves consequências a Criação. No entanto, Deus jamais foi surpreendido por qualquer fato. Ele não é um ser reativo, nem vive de improvisos. Nenhum processo, quer nos Céus, quer na Terra, jamais o surpreendeu, porquanto Ele é o Ser Supremo por excelência. Ele é o que é: o Deus bendito eternamente.

A fim de sanear o pecado do homem. Deus, em sua presciência, já havia separado o Imaculado Cordeiro, desde a fundação do mundo, para redimir-nos de todos os pecados (Ap 13.8).

PARA REFLETIR

A respeito de “A Queda do Ser Humano”, responda:

• O que é o livre-arbítrio?

É o dom que recebemos de Deus, através do qual podemos, desimpedidamente, escolher entre o bem e o mal.

• Há alguma incompatibilidade entre o livre-arbítrio e a soberania divina?

Não, pois entre o livre-arbítrio e a soberania divina encontra-se a nossa responsabilidade (Jr 35.13).

• O que está entre o livre-arbítrio e soberania divina?

A responsabilidade humana.

• O homem foi criado imortalizável. Discorra sobre o assunto.

O homem não foi criado para experimentar a morte física. Nesse sentido, podemos dizer que fomos criados imortalizáveis; com a possibilidade de viver indefinidamente (Gn 2.17). Não somente a eternidade, mas de igual modo a imortalidade, achavam-se no ser humano.

• Deus foi surpreendido pela queda do homem?

Deus jamais foi surpreendido por qualquer fato. Ele não é um ser reativo, nem vive de improvisos. Nenhum processo, quer nos Céus, quer na Terra, jamais o surpreendeu, porquanto Ele é o Ser Supremo por excelência.

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