Lição 09 da EBD: As Histórias e as Poesias falam ao Coração

Lição 09: As Histórias e as Poesias falam ao Coração

TEXTO ÁUREO: “Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra.” (SI 119.107)

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Deuteronômio 6.20-25; Salmos 119.105-108

I – AS HISTÓRIAS DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Os livros históricos. Após a morte de Moisés, Deus chamou Josué para liderar o povo na conquista da Terra Prometida (Js 1.1,2). As gerações seguintes, para assegurar a herança, disputaram o espaço com outras nações. Os registros dessa experiência com Deus, e da posse da terra, são chamados de “ livros históricos”. São um total de 12 volumes, que retratam a história de Israel desde a entrada em Canaã (cerca de 1400 a.C.) até o tempo de Esdras e Neemias (cerca de 400 a.C.). Nesse período, Israel experimentou a providência, a proteção e o juízo divino. Esses relatos demonstram que Deus controla o curso da história (Js 21.45).

2. As histórias dos Juízes. Depois de Josué, os juízes governaram Israel até ao profeta Samuel (At 13.20). São cerca de 400 anos de história com a atuação de doze líderes (Jz 3.11-16.30). Nessa época não havia rei em Israel (Jz 18.1); e cada um andava como queria (Jz 21.25). Por essa razão, a nação entrou em declínio espiritual e fez “o que parecia mal aos olhos do Senhor” (Jz 3.7). Como resultado, os israelitas foram subjugados pelas nações vizinhas (Jz 3.8,12; 6.1; 10.7). Apesar disso, mediante o arrependimento do povo, Deus levantava libertadores para resgatar Israel da opressão (Jz 3.9,15; 6.7; 10.10). Essas histórias apontam para a fidelidade e a misericórdia divina (2 Tm 2.13).

3. As histórias dos Reis. Por volta do ano 1050 a.C., Deus constituiu Saul como rei em Israel (1 Sm 8.5; 9.17). Porém, Saul fracassou (1 Sm 16.1). Então, Davi foi escolhido e recebeu a promessa de um reino que não teria fim (2 Sm 7.16). Salomão lhe sucedeu, e após a sua morte, o reino se dividiu: Israel no Norte; e Judá no Sul. Ambos os reinos, rebelaram-se contra Deus, e foram para o exílio. Em 722 a.C., Israel foi conquistado pelos Assírios. Em 586 a.C., Judá caiu diante da Babilônia. Contudo, em 539 a.C., cumprindo sua promessa, Deus restaurou o trono de Davi. E, do reino de Judá, a esperança messiânica se cumpriu em Jesus (Lc 1-3 2 ,33). Essas narrativas mostram que os planos do Senhor não podem ser frustrados (Jó 42.2).

II – OS LIVROS POÉTICOS (E DE SABEDORIA) DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Os livros sapienciais e poéticos. Cinco livros do Antigo Testamento são chamados de “escritos sapienciais” e “poéticos” porque ensinam a sabedoria por meio da poesia ou da prosa, são eles: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. Eclesiastes foi escrito quase todo em prosa e os outros livros foram redigidos, em sua maioria, em forma de poesia. De modo geral, a prosa retrata o modo como normalmente falamos. E a poesia expressa sentimentos e pensamentos mediante versos que atingem o intelecto e as emoções. Na Bíblia, esse gênero literário trata da aplicação da verdade divina à experiência humana, refere-se à sabedoria prática mais do que teórica (Jó 28.28; Sl 19.7; Pv 23.12; Ec 7.12, Ct 8.7).

2. Eclesiastes, Provérbios e Jó. O tema de Eclesiastes está na frase “é tudo vaidade” (Ec 1.2), indicando a efemeridade da vida humana. Por isso, ao final, o autor declara que o sentido da vida é “ teme a Deus e guarda os seus mandamentos” (Ec 12.13). O tema de Provérbios afiança que “o temor do Senhor é o princípio da ciência [sabedoria]” (Pv 1.7), ensinando que observar os princípios divinos nos faz pessoas sábias. Portanto, ao concluir, o escritor enfatiza que uma pessoa temente a Deus é digna de ser honrada (Pv 31.30). O tema de Jó é o sofrimento (Jó 1.21), mostrando que a dor não é racional e que é preciso sempre confiar no Senhor.

3. Salmos e Cantares de Salomão. Salmos em hebraico significa “louvor” e sinaliza que a mensagem principal do livro é louvor, oração e adoração. Também é um livro de instruções, porque nos mostra como servir ao Senhor. E ainda fala profeticamente acerca do Messias. Nesses aspectos, considera-se como verso-chave o Salmos 29.2: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade”. O livro de Cantares ilustra o compromisso, a intimidade e o amor que deve existir no casamento. Refere-se ao plano original de Deus acerca do relacionamento conjugal. O versículo-chave sintetiza o ideal da fidelidade entre marido e a sua mulher: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6.3).

III – UMA MENSAGEM AO CORAÇÃO

1. Uma mensagem de soberania. A Bíblia descreve o que Deus fez na vida das pessoas e por meio delas. Por exemplo, Deus conduziu Josué na travessia do Jordão (Js 3.13). O feito favoreceu o acesso à Terra Prometida (Js 5.1). Deus levantou nações para punir a rebeldia de seu povo e ainda proveu o meio de escape, a fim de evitar a extinção da nação eleita (Rm 9.29). Ele resgatou da Babilônia o remanescente conforme a promessa feita a Davi (Ed 9 -13). Foi Ele que conservou a nação de Judá e assim preparou o caminho para a vinda do Messias prometido (At 13.17-23). Assim sendo, nosso coração deve se aquietar, porque Deus é soberano, Ele age na história e nada acontece fora da sua vontade (Mt 10.29,30).

2. Uma mensagem de sabedoria. Deus é a fonte da sabedoria (Pv 2.6), e o propósito da sabedoria é agradar a Deus (Pv 3.5). Desse modo, todo o conselho prático está subordinado à sabedoria divina. Dentre eles, citam o s: andar retamente (Pv 2.7); fugir da luxúria (Pv 2.16); não ser preguiçoso (Pv 6.6); manter boa reputação (Pv 22.1); tomar cuidado no falar (Ec 5.2); não confiar no dinheiro (Ec 5.10); viver com alegria (Ec 9.7); remir o tempo (Ec 12.1); manter a integridade (Jó 1.22); aceitar a repreensão (Jó 5.17); confiar no Senhor (Jó 19.25); e desfrutar do verdadeiro amor (Ct 8.7). No entanto, essas ações não devem ser observadas de forma legalista , elas devem ser o resultado do toque divino no coração humano (Pv 4.23).

3. Uma mensagem de adoração. Os salmos possuem a peculiaridade de expressar as m ais profundas emoções do coração humano, tais como: medo, angústia e tristeza (SI 116.3); força, segurança e alegria (SI 118.14). Também refletem o ideal divino da espiritualidade e adoração. Entre outros retratos da vida espiritual, destacam-se: o coração que confia (SI 3.3); o coração contrito (SI 6.1); o coração que glorifica (SI 8.1), o coração agradecido (Sl 30.1), e o coração arrependido (Sl 51.1). A fim de manter a verdadeira adoração em todas as circunstâncias da vida, 0 salmista descreveu a conduta por ele adotada: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11).

CONCLUSÃO

A experiência do povo de Deus na conquista e posse da Terra Prometida aponta para a soberania divina. O texto bíblico em prosa e poesia revela a sabedoria divina, que deve ser aplicada em nosso viver diário. Essa mensagem alegra o nosso coração, serve de bom remédio, e conserva saudável nosso espírito, alma e corpo (Pv 17.22).

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