10.04.2016. Estudo para EBD. Expondo o livro de Gênesis Capítulos 41-45

Expondo o livro de Gênesis Capítulos 41-45

Deus é fiel e nunca abandona aqueles que lhe servem. Deus abençou a vida de José, porque ele era fiel ao Senhor mesmo nas circunstâncias difíceis de sua vida. Esta seção registra a ascensão de José de prisioneiro a segundo governante da terra. Deram-lhe um novo nome — Zafenate-Ranéia, “o revelador de segredos” (41:45).

 

Observe os três segredos que José desvendou:

 

I. O mistério dos sonhos do faraó (41)

José esperava que o mordomo se lembrasse dele e intercedesse a seu favor (40:13-15), mas o homem não se lembrou de José até o dia em que o faraó ficou perturbado, porque não conseguia decifrar o significado de um sonho estranho que tivera. Os caminhos de Deus são insondáveis, mas o momento de Deus agir nun­ca é muito prematuro nem muito tardio. Observe a humildade de José quando fica diante do monarca mais poderoso da terra: “Não está isso em mim; mas Deus dará resposta favorá­vel a Faraó” (v. 16). Ele explicou o so­nho: haveria sete anos de abundân­cia seguidos de sete anos de penúria. Depois, ele deu um conselho sábio: designe um homem sábio para ad­ministrar o suprimento de alimento. Deus direcionou o faraó para que de­signasse José. Assim, ele foi elevado ao trono! Veja também 1 Pedro 5:6.

O casamento de José com uma gentia é um símbolo do casamento de Jesus com a igreja nesta era quan­do seus irmãos de carne o rejeitam. “Manassés” significa “esquecer”, e isso sugere que José esquecerá suas provações passadas por cau­sa de sua nova posição em Deus; e “Efraim” significa “duplamente frutífero”, sugerindo que, por fim, todas as suas provações levaram à fecundidade e à bênção. José, como a semente do trigo, “morreu”, para que ele não ficasse só (Jo 12:23-26). Deus manteve sua Palavra a José, e as predições de José tornaram-se realidade. A Palavra do Senhor per­manece quando a sabedoria do ho­mem fracassa (41:8).

Entretanto, tudo isso era parte de um plano maior, um plano para preservar Israel e preparar o nasci­mento de Cristo.

 

II.    Os mistérios do coração de seus irmãos (42—44)

O plano foi posto em movimento, pois Jacó soube que havia cereais no Egito e envia seus filhos a fim de garantir mantimentos para eles. Re­flita a respeito das duas visitas deles ao Egito.

A. A primeira visita (v. 42)

Dez dos filhos de Jacó desceram ao Egito, e José reconheceu-os, embo­ra eles não o reconhecessem. Com certeza, em vinte anos a aparência dele mudara, e sua fala e vestimen­ta egípcias levaram-nos a acreditar que ele fosse um nativo. Observe que os dez homens prostraram-se diante dele (42:6), mas os sonhos de José previam que onze se curvariam diante dele (37:9-10). Isso explica a razão pela qual José sabia que os homens voltariam com seu irmão Benjamim.

Por que José foi tão duro com seus irmãos? E por que ele esperou tanto tempo para revelar-se a eles? Porque queria certificar-se de que estavam arrependidos de seus peca­dos. Perdoar pessoas que não estão sinceramente arrependidas torna-as ainda piores pecadoras (veja Lc 17:3-4). Como José lidou com seus irmãos? Ele falou de forma ríspida com eles e acusou-os de serem espi­ões (vv. 7-14); aprisionou-os duran­te três dias (v. 17); depois, manteve Simeão como refém e algemou-o diante dos olhos dos outros irmãos (vv. 18-24). Seu ato culminante foi devolver o dinheiro deles (vv. 25­28). Esse tratamento áspero obteve o resultado almejado, pois os homens confessaram: “Somos culpados”! Veja os versículos 21-23. Essa afir­mação mostrou a José que o coração deles estava se suavizando. Quan­do voltaram para casa, o relatório que fizeram a Jacó e a descoberta do dinheiro nos sacos apenas com­plicaram o problema deles. O que fariam? Se ficassem em casa, seriam ladrões, mas, se voltassem ao Egito, correriam risco se levassem Benja­mim com eles. Perguntamo-nos se o versículo 36 indica que Jacó sabia o que fizeram com José anos antes.

 

B. A segunda visita (caps. 43 —44)

Deus deixou a família de Jacó fa­minta de novo, e esses homens, como o filho pródigo de Lucas 15, tinham de voltar ao Egito ou morrer de fome. Vemos aqui outra indica­ção da mudança do coração deles: a disposição de Judá de assegurar a volta do jovem Benjamim e de as­sumir a responsabilidade por ele; a disposição deles em devolver o dinheiro; e a confissão da verdade ao servo de José (43:19-22). No en­tanto, eles também cometem alguns erros — levar um presente para José e confessar seus pecados ao mordo­mo, em vez de ao próprio José. Nes­se episódio, não podemos deixar de ver a forma como Deus lida com os pecadores perdidos. Deus controla as circunstâncias para trazer o peca­dor à consciência de si mesmo e ao fim de suas forças. Contudo, é triste admitir que muitos pecadores com­provados tentam ganhar a salvação oferecendo presentes, ou confessan­do a um servo humano, ou fazendo algum grande sacrifício (como Judá fez, ao oferecer a própria vida como garantia por Benjamim). A única forma de José perdoar os pecados deles seria por meio da confissão e do arrependimento honestos deles.

José usou dois artifícios para levá-los ao ponto de confessarem: o banquete de alegria (43:26-34 — observe que nos versículos 26 e 28 todos os onze homens prostram-se diante de José) e a descoberta do copo de prata no saco de Benja­mim. Em 44:14, os onze homens prostram-se diante de José em con­trição verdadeira. Eles confessam: “Achou Deus a iniqüidade de teus servos” (44:16). Não podemos dei­xar de admirar a fala de Judá em 44:18-34, não apenas pela humil­dade de sua confissão, mas também pelo amor que demonstra pelo pai epelo irmão mais jovem. Ele queria assegurar que levaria a culpa, em­bora isso pudesse custar-lhe a vida.

Aqui, temos uma bonita lição espiritual. Judá pensa que, na verda­de, José estava morto (44:20) e, por isso, ele mesmo era culpado de as­sassinato. Ele não percebia que José estava vivo — e era o salvador dele! O pecador perdido põe-se diante da corte de julgamento de Deus e con­fessa sua culpa, pensando que sua confissão certamente acarretaria cas­tigo. Contudo, Jesus Cristo está vivo, e, por ele estar vivo, pode salvar total e plenamente. Cristo não espera que sejamos fiadores de nossos pecados ou dos pecados dos outros, pois ele mesmo é nossa garantia diante de Deus (Hb 7:22). Contanto que Cristo viva, Deus não pode nos condenar nunca. E ele viverá para sempre!

O que trouxe salvação para os irmãos de José não foi a confissão de culpa, os sacrifícios que fizeram ou os presentes que deram. Foi o perdão gracioso de José que lhes trouxe salvação, o perdão adquiri­do com seu próprio sofrimento em favor deles. Que retrato de Jesus Cristo!

 

III.    O mistério do propósito de Deus (45)

Chegou o momento de José revelar a si mesmo e o propósito de Deus ao enviá-lo. Atos 7:13 deixa claro que “na segunda vez” ele revelou- se, assim como foi na segunda vez que Israel aceitou Moisés depois de ter rejeitado sua liderança quarenta anos antes (At 7:35). Esse é o tema da fala de Estêvão registrada em Atos 7. O povo escolhido de Israel sempre rejeitou seus salvadores na primeira vez e recebeu-os na segun­da vez; eles farão a mesma coisa com Jesus Cristo.

A revelação de José deixou seus irmãos aterrorizados, pois espera­vam que os julgasse por seus peca­dos passados. Contudo, ele vira o arrependimento deles, pois eles se prostraram diante dele, e ele sabia que podia perdoá-los. Ele explicou- lhes que haveria mais cinco anos de penúria, mas que preparara um refúgio para eles e suas famílias no Egito. Deus o enviara antes para sal­var a vida deles.

 

Ele prometeu sustentá-los (v. 11) e protegê-los. Ele “chorou sobre eles”, beijou-os e enviou presentes para seu pai a fim de assegurá-lo das riquezas que havia no Egito. Ele convidou: “Vinde para mim” (45:18). Que mudança aconteceu em Jacó quando soube que José es­tava vivo — não muito diferente da mudança que houve nos discípu­los quando descobriram que Cris­to estava vivo! Antes, Jacó dissera: “Todas estas coisas me sobrevêm” (42:36), mas agora ele podia di­zer: “Todas as coisas operam para o bem!”.

 

 

 

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