20.12.2015. EXPONDO O LIVRO DE GÊNESIS – CAPITULO 04

EXPONDO O LIVRO DE GENÊSIS – CAPITULO 04

Nesse capítulo, Caim é o persona­gem principal; seu caráter e sua conduta são revelados em quatro aspectos distintos.  Com a história aprendemos que dois irmãos, mesmo sendo criados nas mesmas circunstâncias podem mais tarde fazer escolhas diferentes. A história de Caim registra o primeiro de uma das mais graves e violentas crises em família. Os sentimentos e emoções que estavam no coração de Caim se reproduzem hoje na vida de muitos.  

1)    O adorador (4:1-5)

Essa primeira família devia co­nhecer o local exato de adoração a fim de que os dois filhos levassem oferendas para o Senhor. Talvez a glória de Deus habitasse na árvore da vida, e os querubins guardavam o caminho (3:24). Hebreus 11:4 in­dica que Abel traz sua oferenda pela fé; e Romanos 10:17 ensina que “a fé vem pela pregação”. Isso significa que provavelmente Deus ensinou Adão e sua família como abordá-lo, e 3:21 indica que envolve sacrifício de sangue. Hebreus 9:22 afirma que deve haver derramamento de sangue antes de haver remissão do pecado, contudo Caim traz uma oferenda sem sangue da terra amaldiçoada. Talvez a oferenda dele fosse sincera, mas não foi aceita. Ele não tinha fé na Palavra de Deus nem confiança no sacrifício substitutivo. Provavel­mente, Deus respondeu com fogo (Lv 9:24) e consumiu a oferenda de Abel, mas a oferenda de Caim per­maneceu no altar.

Caim tinha aparência de pie­doso e de religiosidade, mas ne­gava o poder (2Tm 3:5). Primeira João 3.12 indica que Caim era fi­lho do Maligno, e isso significa que ele praticava uma falsa retidão da carne, não a retidão de Deus, por meio da fé. Jesus chamou os fari­seus que se consideravam retos de filhos do diabo e culpou o grupo deles pela morte de Abel (Lc 11:37- 51). Judas 11, fala sobre “o caminho de Caim”, que é o caminho da reli­gião sem sangue, a religião funda­mentada nas boas obras religiosas e na auto-retidão. Hoje, há apenas dois tipos de religiões no mundo: (1) a de Abel, que depende do san­gue de Cristo e de sua obra final na cruz; e (2) a de Caim, que depende das boas obras e da religião agradável ao homem. Uma leva ao céu, a outra, ao inferno!

2)    O assassino (4:6-8)

Tiago 1:15 adverte-nos de que o pe­cado se inicia de forma pequena, mas cresce e leva à morte. A mesma coisa aconteceu com Caim. Vemos desapontamento, raiva, ciúmes e, por fim, assassinato. O ódio de seu coração leva-o a assassinar com as próprias mãos (Mt 5:21-26). Deus viu o coração infiel e a fisionomia caída de Caim e advertiu-o de que o pecado rastejava como uma besta selvagem, esperando para destruí- lo. Deus disse: “O seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”.

Bem, Caim alimentou a besta selvagem da tentação, depois abriu a porta e convidou-a a entrar! Ele convidou o irmão para conversar e matou-o a sangue frio. Caim, o filho do Maligno (1 Jo 3:12), como seu pai, era um mentiroso e um assassi­no (Jo 8:44). No capítulo 3, vemos o homem pecando contra Deus pela desobediência à Palavra do Senhor; no capítulo 4, vemos o homem pe­cando contra o homem.

3)    O errante (4:9-16)

“Onde estás, [Adão]?” “Onde está Abel, teu irmão?” Como essas duas primeiras questões da Bíblia são re­levantes! O pecado sempre nos des­mascara, embora tentemos (como Caim) mentir a respeito de nosso pecado. O sangue de Abel clama­va por vingança; o sangue de Cristo clama por paz e perdão (Hb 12:24). Deus amaldiçoara a serpente e a ter­ra. Agora, ele amaldiçoa Caim. Uma tradução sugerida é: “És agora, pois, maldito por sobre a terra […]” (v. 11). Em outras palavras, a terra não possi­bilitaria crescimento para Caim, e ele, para viver, vagaria de lugar em lugar. Ele seria um fugitivo, um errante.

Caim não se arrependeu de seu pecado; antes, demonstrou remorso e desespero. Ele, como seus pais, culpou Deus: “Eis que hoje me lan­ças da face da terra” (v. 14). Ele foi rejeitado pelo céu e recusado pela terra! Estava condenado ao desassossego que apenas a fé cura.

Observe também o temor e a desesperança de Caim: “Quem co­migo se encontrar me matará” (v. 14). Deus, pela graça, promete proteger Caim e dar-lhe um sinal (marca) para comprovar sua promessa. (Não é pro­vável que houvesse uma marca real em Caim; antes, Deus deu-lhe um si­nal para encorajá-lo. Quanta graça!) Por que Deus libertou Caim? Por um motivo: Caim tornou-se um “sermão ambulante” da graça de Deus e das trágicas conseqüências do pecado. Que retrato da humanidade de hoje: desassossegada, desesperançada, er­rante, derrotada!

Caim passou o resto da vida errando? Não! Ele estabeleceu-se e edificou uma cidade! Aqui, temos a origem da “civilização” — o substi­tuto do homem para as dádivas de Deus.

4)    O edificador (4:17-26)

“Node” significa “vaguear, errar”, portanto a própria terra de Caim fala de seu vaguear afastado de Deus. Ele retirou-se da presença de Deus (4:16), não precisava de uma religião de sangue. Certamente, Caim casou- se com uma de suas irmãs, pois na época havia muitos descendentes de Adão (5:3 indica que se passaram 130 anos). Mais tarde, Abraão casou- se com sua meia-irmã; por que Caim não poderia se casar com sua irmã de pai e mãe, principalmente em uma época em que o pecado ainda não cobrara seu tributo em todo o corpo humano? O nome de seu fi­lho “Enoque” significa “iniciação” e sugere um novo início, mas era um início sem Deus.

Os descendentes de Caim, em uma avaliação do ponto de vista humano, têm um destino admirável. Jabal (“errante”) fundou a ciência da agricultura (v. 20); Jubal fundou a “cultura” — a música; e Tubal-caim fundou a indústria de metais. Externamente, a “cidade” de Caim era um grande sucesso, mas Deus deixou claro que rejeitara a coisa toda. No versículo 25, Deus dá ou­tra semente a Adão e Eva — Sete, que significa “o designado, o substi­tuto” (tomou o lugar de Abel). Deus não tentou mudar os caimitas. Ele rejeitou-os e, no fim, condenou-os no dilúvio. À medida que os cai­mitas se afastaram gradualmente da verdadeira adoração a Deus, os setitas retornavam a ele (v. 26) e es­tabeleceram de novo a adoração ao Senhor.

A civilização de hoje é caimita na origem. Ela tem elementos como agricultura, indústrias, artes, grandes cidades e religiões sem fé no sangue de Cristo. Ela também será destruída como a antiga civilização de Caim. Nós ainda nos gabamos de assassi­nos como Lameque e ainda temos pessoas (como Lameque) que vio­lam os votos sagrados do casamen­to. “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem” (Mt 24:37). Os homens ainda desprezam a revelação divi­na e ainda se fiam em seus próprios recursos. O verdadeiro cristão não pertence a esse “sistema mundano” que”passa”(1 Jo2:15-1 7)e não deve se envolver com ele (Rm 12:1-2; 2 Co 6:14—7:1).

Devemos observar de forma es­pecial a mensagem de Lameque (vv. 23-24). Essa passagem não é clara, e nem todos os estudiosos da Bíblia a interpretam da mesma maneira. Lameque, do lado de Caim, era o sétimo na descendência de Adão e desagradou a Deus, enquanto Eno­que, do lado de Sete, era o sétimo na descendência de Adão (5:3-27) e caminhou com Deus e o agra­dou (Hb 11:5). Note que a linha caimita até copiou os nomes dos crentes verdadeiros da linhagem de Sete (Enoque—Enos; Irade—Jarede; Meujael—Maalalel; Lameque—Lameque). Alguns estudiosos sugerem que Lameque foi ferido por um jo­vem, e matou-o, portanto, em legí­tima defesa. Com certeza, se Deus desagravara Caim, que era culpado de assassinato brutal, certamente defendería Lameque, que matara em legítima defesa.

Outros sugerem que Tubalcaim inventara as primei­ras armas de latão e ferro, e Lame­que demonstrara-as com orgulho para suas esposas. Pode-se traduzir os verbos hebreus no tempo futuro: “Matarei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou. Sete vezes se tomará vingança de Caim; de Lameque, porém, setenta vezes sete”. Sob essa luz, essa é a primeira expressão na Bíblia de de­safio arrogante e de luta. Ve-se nestas palavras que o espírito de violência já estava instalado no coração do homem, o que explica no mundo de hoje a existência de tanta violência e perda de vidas.

Na próxima semana continuaremos.

 

AVISO: CONVIDAMOS TODOS PARA O ESTUDO DESTA QUINTA FEIRA. O TEMA SERÁ: VENÇA A ANSIEDADE.

 

Pr Josias Moura.
 

João Pessoa, 17.12.2015 

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1 comentário em “20.12.2015. EXPONDO O LIVRO DE GÊNESIS – CAPITULO 04”

  1. paz,teria como me envia os estudos,do livros de Genesis; capitulos 2,e 3;eu estou fazendo este estudo falta estes dois livros.agradeço por tudo;Deus o abençoe paz;
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