ESTUDO PARA O ENCONTRO DE DEPARTAMENTOS DESTA QUINTA FEIRA. TEMA: A falta de Peso

A falta de Peso

Daniel 5.27,28

INTRODUÇÃO

Este texto é parte da sentença que Deus enviou em forma enigmática ao último rei da Babilônia, chamado Belsazar, durante um festim de orgias e bebedeiras, que ele e toda a sua coorte celebravam com os vasos sagrados que foram saqueados do Templo de Jerusalém, quando Nabucodonosor tomou Judá (47 anos antes, em 586 a.C.). De Deus não se zomba (vejaGálatas 6.7), e Ele não se deixa escarnecer por homem algum. A falta de discernimento levou Belsazar  e todo seu reino à desgraça. A sentença foi clara: “…MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele” (v. 26). Um dia, toda a maldade terminará. Na balança de Deus, o resultado é sempre justo, correto, não haverá oportunidade para o “jeitinho brasileiro”, e o que fazemos hoje í de bom ou mau receberá a retribuição merecida.

 

PROPOSIÇÃO: No juízo das nossas obras, cada ação será pesada e devidamente“paga”.

I.TODOS HAVEREMOS DE SER PESADOS PELO SENHOR.

Daniel leu a inscrição: “TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta” (v. 27). Observe uma breve comparação das versões da Bíblia em português: “Tu foste pesado na | balança, e achou-se que tinhas menos de peso” (tradução de Antonio P. Figueiredo); “TEQUEL significa ‘pesado’ – o senhor foi pesado na balança de Deus, e não atingiu o peso necessário” (BV); “Tequel quer dizer que o senhor foi pesado na balança e pesou muito pouco”  (BLH). Veja Provérbios 5.21.

Tequel é uma palavra aramaica e quer dizer literalmente “pesado”. Belsazar (que significa: “Bel protege o rei”) foi morto pelo rei Dario, o medo, e os tesouros roubados, foram devolvidos a Israel (vejaEsdras 1.5-11).

Deus tem uma balança, empregada para pesar nossas ações, palavras (vejaMateus 12.36) e demais procedimentos morais e éticos que viermos manifestar. Ele dá muita importância àquilo que fazemos e falamos, e um dia nos pedirá conta, seja do bom ou do mau que manifestarmos na presente vida (vejaJoão 5.29; 2Coríntios 5.10). Isto por si só deveria ser o suficiente para nos levar a ‘pesar’ nossas palavras e principalmente nossos feitos.

Quem é sábio se desvia do pecado e leva a sério a Lei de Deus: “Pondera a vereda dos teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos” (Pv 4.26). Ponderar é o mesmo que pesar, considerar ou examinar com atenção. O que nos tem feito tropeçar? É o mau gênio? As palavras impensadas? (vejaTiago 1.19). Toda ação começa no pensamento, e o pensamento inútil deve ser rejeitado, banido de nossas mentes, para que não se tome uma ação destmidora (Isaías 59.5). É preciso guardar ou pôr guarda em nosso coração (Provérbios 4.23; Marcos 7.21), boca ou língua (Provérbios 13.3) bem como as mãos e os pés que representam as nossas atitudes (Marcos 9.43,45).

II- O PERIGO DE SER “MAIS LEVE QUE UM SOPRO”.

Vivemos num tempo em que peso é sinônimo de obesidade, gordura localizada e coisas do gênero. Por conta disso, as academias de ginástica permanecem lotadas com pessoas “malhando”, a fim de perder peso.

Paulo escrevendo a Timóteo, afirmou que o exercício físico para pouco é proveitoso (veja I Timóteo 4.8), e que há outros “exercícios” que fortalecem o nosso espírito e devoção a Deus, e que nos preparam para a eternidade, entretanto, eles têm sido desprezados por muitos. Dentre eles destacamos: a piedade (eusébeian – temor a Deus seguido por consagração de vida: ITimóteo 4.7), a autodisciplina, as boas obras, a oração e o jejum, o estudo livre da Bíblia e a fé.

Toda a questão está voltada para o ganho de peso no aspecto espiritual. Nossas ações morais determinam essa relação de perda ou de ganho de peso. Apalavra peso tem vários significados; veja: “carga; tudo que faz pressão; unidade monetária; indisposição; cada uma das categorias do boxe; encargo; influência etc.” (Dicionário Aurélio). Entretanto, é na palavra pesar que encontramos o sentido daquilo que o texto em estudo apresenta: “examinar atentamente, considerar, calcular, ponderar”. Portanto, no caso citado, pesar na balança é sinônimo de ser julgado, e isso acontecerá no futuro, após a volta de Cristo.

No Salmo 62.9, está escrito que todos os ímpios juntos “se fossem colocados na balança (de Deus), não pesariam nada; são mais leve do que um sopro” (BLH). No juízo final, Deus irá pesar toda a humanidade, pobres e ricos, cultos e ignorantes, e quem não estiver à altura da justiça de Deus, será condenado.

A balança de Deus possui dois pratos, em um é colocado o peso da justiça e da
verdade divina, que é o seu padrão de retidão e moral (a Palavra); e no outro os nossos atos. Deve haver equilíbrio, caso contrário seremos reprovados, ou “achados em falta”. Conseguimos o necessário equilíbrio por meio dos atos meritórios de Cristo, nos submetendo a Ele em total obediência. Não vivendo de aparência, ou sendo “bom, sábio, espiritual” a nossos próprios olhos (veja Romanos 12.16). Paulo, por exemplo, diz que sua fidelidade seria pesada por Deus (1 Coríntios 4.1-5).

III. CONSEQÜÊNCIAS DA FALTA DE PESO.

A falta de peso – ações moralmente corretas – neste caso, produziu a ruína e destruição do rei: “Peres: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas” (v. 28). Mas a pior de todas as perdas é a condenação eterna, para todos aqueles que tiverem “falta de arrependimento e conversão”, que é indispensável para que entremos no céu (veja Atos 3.19).

A balança de Deus é precisa, justa, não viciada, e, portanto, honesta. Quem for “achado em falta”, ou seja, defeituoso, errado, imperfeito, inadequado, não entrará nas bodas do Cordeiro, na Nova Jerusalém (veja Mateus 22.11-14).

Belsazar foi surpreendido. Com certeza, essa divina intromissão não estava nos planos do imperador. Ninguém conta com um elemento surpresa chamado morte como o fazendeiro avarento de Lucas 12.20,21.

Conseguimos o peso necessário nos “agarrando” a Cristo pela fé, fazendo dele nosso Salvador e Senhor pessoal. Por meio dos seus atos de justiça, ou pela Redenção, nós somos aceitos por Deus. Nosso peso ou justiça própria inexiste diante da perfeição divina, na verdade Isaías diz que ela é “como trapo da imundícia” às narinas do Pai (veja Isaías 64.6), por essa razão precisamos de Jesus Cristo – para termos o peso necessário – quando Deus decidir nos pesar no Juízo das nossas obras o no Juízo Final (João 5.24; Romanos 10.13).

CONCLUSÃO

 

Quanto mais “pesado” estivermos, tanto melhor será, pois em 2Coríntios 4.17 Paulo revela que a recompensa do fiel será em “peso de glória”. As nossas boas obras nos seguirão após a morte (veja Apocalipse 14.13), contudo, não devemos esquecer que o Senhor também trará à plena luz aqueles feitos ou palavras que não foram devidamente tratados antes da morte (confessados e perdoados; 2Coríntios 5.10), pois segundo Hebreus 9.27, após a morte segue-se o juízo.

Compatilhe esta informação:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Email
WhatsApp
Telegram
Imprimir

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *