SERMÃO PARA CULTO DA FAMILIA: A SÍNDROME DE CAIM.

A Síndrome de Caim

 Gn 4:1-8

1. Adão teve relações com Eva, a sua mulher, e ela ficou grávida. Eva deu à luz um filho e disse: —Com a ajuda de Deus, o SENHOR, tive um filho homem. E ela pôs nele o nome de Caim.  

2. Depois teve outro filho, chamado Abel, irmão de Caim. Abel era pastor de ovelhas, e Caim era agricultor. 

3. O tempo passou. Um dia Caim pegou alguns produtos da terra e os ofereceu a Deus, o SENHOR.

4. Abel, por sua vez, pegou o primeiro carneirinho nascido no seu rebanho, matou-o e ofereceu as melhores partes ao SENHOR. O SENHOR ficou contente com Abel e com a sua oferta,

5. mas rejeitou Caim e a sua oferta. Caim ficou furioso e fechou a cara.

6. Então o SENHOR disse: —Por que você está com raiva? Por que anda carrancudo?

7. “Se tivesse feito o que é certo, você estaria sorrindo; mas você agiu mal, e por isso o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo.”

8. Aí Caim disse a Abel, o seu irmão: —Vamos até o campo. Quando os dois estavam no campo, Caim atacou Abel, o seu irmão, e o matou.

1.  Introdução

 

Caim foi o primeiro filho de Adão e Eva. Abel foi o segundo. Os dois nasceram como frutos do amor de seus pais. O nascimento de Caim foi motivo de alegria para sua mãe, que assim se expressou: “Com o auxílio do SENHOR tive um filho homem” v.1.

Certamente Adão e Eva devem ter criado seus filhos com o mesmo carinho e desvelo distribuído a cada um deles. Imaginamos que lhes tenham contado as muitas histórias sobre o modo como viviam antes, no Éden, sobre os encontros pessoais que tinham com Deus e sobre como eram maravilhosas as conversas enquanto soprava a brisa do dia.

Também podemos imaginar que Caim e Abel receberam a mesma formação familiar. Eles conheciam a Deus, sabiam da justiça divina, bem como da misericórdia e da graça experimentada por eles e pelos próprios pais. Em nossa imaginação, talvez um se parecia mais com a mãe, o outro com o pai. Um queria ser criador de animais, o outro se interessava por agricultura. Com exceção disso, pareciam iguais. Compatíveis. Criados na mesma cultura, brincando nas mesmas colinas. Brincando com os mesmos animais, falavam com o mesmo sotaque. Adoravam o mesmo Deus.

2.  Quem poderia imaginar que o filho mais velho tiraria mais tarde a vida do mais jovem? Quando pensamos nisso, surgem muitas perguntas:

Por que, em algumas famílias, filhos ensinados com o mesmo carinho e modelo positivo de vida, dedicação altruísta dos pais, formação intelectual excepcional, forjados em meio a exemplos espirituais de vidas dedicadas e consagradas a Deus, apesar de tudo isso, se tornam mais tarde pessoas frias, distantes de Deus, divorciadas daquilo que é digno, de boa fama, nobre, correto, puro e amável?

Como é possível dois irmãos, educados nas mesmas circunstâncias, serem tão diferentes?

Por que, numa mesma família, alguns filhos servem a Deus de todo o coração, enquanto outros vivem completamente distantes da realidade na qual foram criados?

O que observamos em algumas famílias é que um é o orgulho do pai; o outro, motivo da insônia da mãe. Um torna-se cristão dedicado; o outro, ateu, frio e escarnecedor. Um é apreciado por todos, por sua dedicação; o outro, criticado por seu comportamento. Em algumas famílias a bondade é a definição de um filho, enquanto no outro, o egoísmo é a marca registrada.

Uma certa mãe procurou um pastor após o culto e disse:

“Sempre o criamos com o mesmo amor e dedicação. A aten­ção, a nosso ver, foi a mesma. Em nosso amor, até que nos provem o contrário, nada há de diferente. Nunca houve uma ruptura entre nós. Nenhum conflito significativo.

Mas percebe­mos que algo dentro de nosso filho mudou. Pouco a pouco, notamos que ele tinha uma tendência para desejar tudo, menos o que ensinávamos como conceito de vida. Progressivamente, foi aparecendo sua preferência por aquilo que era o avesso do que nossa fé e prática ensinavam. Não era uma rebeldia agressi­va, mas algo que crescia. Uma distância cada vez maior do rumo que sabíamos ser a vontade de Deus para nossa família.

Recen­temente o confrontamos. E ele afirmou, apenas: “Estou corren­do atrás da minha história”.

Talvez muitos pais aqui estejam enfrentando a resistencia de seus filhos em seguir suas orientações. É por isso que devemos sempre estar intercedendo por nossos filhos para que mais tarde eles se tornem de fato, motivo de alegria para nós.

3.  Assim como na família de caim, onde ambos irmãos nasceram e cresceram na mesma família, com mesma educação, carinho, oportunidades, etc… vemos isso acontecer também em muitas famílias e em algumas realidades de hoje…

Por exemplo, temos aqueles que, embora não sejam membros de uma mesma família, moram na mesma cidade, no mesmo bairro, têm as mesmas condições financeiras, a mesma formação intelectual e espiritual, e, no entanto, vivem uma vida marcada pelas situações mais negativas possíveis, enquanto outros vivem de forma tranquila e na prática do bem.

Há pessoas que conseguem “tirar de letra” todas as crises que a vida lhes apresenta, vencendo mágoas, enquanto outros enfrentam as mesmas lutas e se deixam levar pelas derrotas, tornando-se pessoas fracassadas e ressentidas.

Há pessoas que tiveram oportunidades parecidas com as de outras pessoas, mas talvez sejam infelizes.

4.  Caim teve as mesmas oportunidades de Abel, mas não fez as mesmas coisas que Abel

Gênesis 4.7 nos mostra Deus repreendendo Caim: “Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo”.

Caim tinha atitudes diferentes das de Abel.

Acerca da nossas atitudes Paul Hanna escreveu:

Quanto mais eu vivo, mais percebo o impacto da atitude na vida.

·        E mais importante que a instrução, o dinheiro, as circunstâncias, os fracassos, os sucessos, qualquer coisa que alguém diga ou faça.

·        É mais importante que a aparência, o dom, a destreza. O mais incrível é que temos a opção de criar a atitude que teremos a cada dia.

·        Não podemos mudar o passado.

·        Não podemos mudar a atitude das pessoas.

·        Não podemos mudar o inevitável.

·        Só podemos mudar a nossa atitude.

As nossas atitudes revelam que tipo de fé temos e como é nosso relacionamento com Deus. O povo de Israel nos serve como exemplo disso. No capítulo 7:24 de Jeremias Deus declara:

“Mas eles não me ouviram nem me deram atenção. Antes, seguiram o raciocínio rebelde dos seus corações maus. Andaram para trás e não para a frente”.

A atitude errada dos israelitas em relação a Deus os levou a andar para trás. E assim estabeleceu-se a derrota ao invés da vitória, castigo em vez de alívio, maldição no lugar da benção.

Caim teve uma atitude diferente da de seu irmão. Hebreus diz a respeito de Abel: “Foi pela fé que Abel ofereceu a Deus um sacrifício melhor do que o de Caim. Pela fé ele conseguiu a aprovação de Deus como homem correto, tendo o próprio Deus aprovado as suas ofertas. Por meio da sua fé, Abel, mesmo depois de morto, ainda fala.”  

Abel teve conquistas por causa de sua atitude, Caim, fracassos.

O nosso livro arbítrio estabelece a lei das consequências não planejadas. Deixem explicar melhor o significado disso: “Se continuarmos a fazer o que sempre fizemos, vamos continuar recebendo o que sempre recebemos.

Em outras palavras, se queremos evitar os mesmos resultados de sempre, precisamos evitar os mesmos comportamentos de sempre.

Assim, meus amados, compreendamos que a falta de uma boa atitude de obediência a Deus, que tem desmantelado a vida de tantas pessoas.

Lembremos da forma como Jesus nos ensina a orar:  “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade sobre nós (Mt. 6:10).

5.  Conclusão

Caim, não experimentou um recomeço em sua vida, porque não mudou suas atitudes e não deixou que sua vida voltasse a ser reconduzida pela fé viva e verdadeira.

No lugar da fé e uma atitude de obediência, deixou suas escolhas serem influenciadas por suas emoções.  No verso 6, Deus questiona porque ele estava com raiva.  Essa raiva, passou a dominar as escolhas de Caim.

Certo homem de Deus disse que Deixar de ser guiado pela fé para ser guiado pelas emoções é uma das maiores tolices humanas. É como escolher ser uma nuvem vazia levada pelo vento; é ser como uma onda na praia indo e vindo sem nunca chegar.

Entenda algo importante: um dos princípios que garantem a nossa perseverança e sucesso na realização dos propósitos do Senhor é não nos rendermos aos sentimentos e fazer o que é certo, por ser simplesmente certo! E o certo, para nós é a vontade do Senhor.

Que Deus nos abençoe.

Pr Josias Moura de Menezes

 

 

 

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